Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]





Comentários recentes

  • Anónimo

    Tem o PDF do livro?

  • Anónimo

    mais um profeta da desgraça

  • António Duarte

    Para Marinho Pinto chegar a uns 15% não precisará ...

  • António Duarte

    Fico satisfeito por ver que o rapaz ainda está viv...

  • Raposo

    O que eu gostei mais da entrevista foi de saber a ...



subscrever feeds



Este mês vou falar-vos de Gregos e  pré-fabricados!!! Combinação estranha, reconheço!

Comecemos pelos gregos: Há algumas rivalidades de estimação que adquirimos quase sem dar por isso e que depois nos acompanham pelo resto da vida. Quem, em casa a ver televisão, nunca atirou um: -“Toma lá que já almoçaste!” – enquanto assiste, refastelado no sofá, ao discurso de derrota de um adversário político ou desportivo?!!! Quem nunca deu aquele risinho irónico – “ihihihihi” – quando no dia seguinte à “grande vitória” se depara com os colegas de trabalho de cabeça em baixo e sorriso amarelo!!!! A natureza dos homens é assim, competitiva e, por vezes, cruel.

Eu, devo confessar, tenho rivalidades esquisitas. Desde “puto” tomei de ponta os gregos. Não que tenha nada contra as pessoas, contra o país ou contra a língua. Nem sequer por causa do EURO 2004 ou qualquer outro evento desportivo. A razão, bem simples por sinal, vem dos tempos da CEE. Quem não se lembra da Europa a 12 países e dos relatórios anuais que colocavam Portugal em 11º lugar do ranking, logo seguido pela Grécia?! Era assim quase todos os anos. Portugal e depois… Grécia! Como “puto” que era não percebia em que é que nós éramos melhores que os gregos. Mas, ainda assim, saia-me um “ihihihih” ou um: –“Seus gregos sacanas! Pensavam que ficávamos em último?! Tomem lá que já almoçaram!”

Irritava-me qualquer estudo que colocasse os gregos à nossa frente. O orgulho de ser 2º no ranking, num qualquer indicador económico, rapidamente se dissipava se em 1º estivessem os gregos. Nos anos que se seguiram a Europa cresceu e, com novos países a competir, seria de esperar que outras rivalidades surgissem. Nada disso aconteceu. Sempre que encontrava nos jornais um qualquer ranking de países o procedimento era automático: 1º localizar Portugal. Depois, em milésimos de segundo de angústia, encontrar a Grécia.

Hoje em dia a angústia é permanente porque a Grécia nos passou definitivamente e não consigo vislumbrar nos rankings nenhum país que não o faça em breve. Podemos fazer como aqueles adeptos do futebol, que desculpam os maus resultados da sua equipa com os árbitros, e colocar as culpas nos tipos que fazem os estudos. Ou podemos ser sérios e tentar perceber porque é que os gregos nos passaram.

O concelho de Silves, mais uma vez pelas piores razões, é a imagem do país. Estamos em último no Algarve. À nossa volta tudo cresce e nós não passamos da “cepa torta”.

Sempre que digo isto aparece-me um “soarista local” a dizer que Vila do Bispo e Alcoutim estão bem pior que nós. E eu explico que não, não é verdade. Vila do Bispo e Alcoutim são, provavelmente, os dois concelhos menos desenvolvidos do Algarve, mas tem, cada um de forma diferente, a “Galinha dos Ovos de Ouro” intacta. Silves já “depenou a sua galinha”, que o digam os armacenenses ainda incrédulos com o que lhes aconteceu, e está na mesma. Se, em riqueza e desenvolvimento, estamos na cauda do Algarve, em promessas vamos bem e ainda tenho a esperança de ver no concelho um “outdoor” a anunciar a construção do futuro aeroporto internacional de Silves.

A propósito de “outdoors” deixo uma ideia ao Presidente da Junta de Freguesia de Messines: Que tal fazer um favor à população e disponibilizar o terraço do seu prédio, junto à escola EB 2+3 João de Deus, para que todos possam ver o “jardim fabuloso” que está a nascer por trás de tão “bela vedação”! Era giro…

 

Mudando de assunto: -Abaixo as todo o tipo de pré-fabricados!

Sei que sou suspeito a falar deste assunto, por estar ligado à Mediação Imobiliária e parte dos pré-fabricados serem casas e armazéns, mas posso justificar. Acho que o melhor serviço que uma Câmara Municipal pode prestar aos seus munícipes é proibir qualquer espécie de pré-fabricados dentro dos limites do concelho. É claro que são mais baratos, mas o barato sai caro. Uma casa, ou piscina, pré-fabricada dispensa a mão-de-obra de uma série de pequenas empresas, essenciais a qualquer concelho. Já que a nível nacional não podemos colocar entraves aos produtos chineses e espanhóis, podemos a nível local tramar os tipos e beneficiar os nossos conterrâneos. O pedreiro que ganha dinheiro a fazer a casa do peixeiro vai-lhe comprar peixe por muitos anos, já o chinês que construiu a casa….!!!!

Além de prejudicar os pequenos empresários a invasão dos pré-fabricados prejudica o ambiente e desvaloriza os terrenos. Uma boa moradia perde parte do seu valor se estiver rodeada por casas de “plástico” com esgotos “manhosos” e aspecto duvidoso. Pense nisso, cara Presidente, e faça alguma coisa pelos carpinteiros, pedreiros, electricistas, canalizadores, pintores e serralheiros deste concelho. Lembre-se que não pode contar com os chineses e espanhóis para pagar impostos e depositar o voto na urna…

 

Para finalizar gostava de dar os parabéns ao TERRA RUIVA pelo sexto aniversário que cumpre nesta edição. E, quando digo TERRA RUIVA, digo também Paula Bravo. Tive o privilégio de ter a directora deste jornal como minha professora de jornalismo. A ela devo grande parte do gosto que tenho pela escrita e pelo jornalismo. Enquanto muitos dos meus colegas de escola se dedicavam a “curtir a idade inocência”, eu já andava armado em “Tim-Tim” e era o responsável por um jornal de parede que, infelizmente, ninguém lia. Depois veio “O Estravanca” e com ele o contacto com um grupo de pessoas fantásticas, com quem muito aprendi. A tarefa de colocar “O Estravanca” na rua era impressionante. Noites passadas de tesoura e cola na mão a compor, página a página, os originais que mais tarde iriam ser copiados na fotocopiadora da Junta de Freguesia, sempre com a ajuda e supervisão do incansável Manuel de Sousa. Bem sabíamos da insignificância daquilo que fazíamos, mas dávamos tudo por tudo para que saísse bem. Poucos eram os que elogiavam o nosso trabalho, muitos os que nos tentavam mandar abaixo apelidando-nos de tolos.

Não sei se as coisas mudaram neste último capítulo. Mas, por muito melhores que estejam, não serão fáceis, com certeza. Por isso temos de aplaudir pessoas que tem a iniciativa e perseverança para, durante 6 anos, colocar mensalmente na rua o único jornal sério e coerente do Concelho de Silves. Parabéns, mais uma vez!

In "Jornal Terra Ruiva" - Março de 2006

Autoria e outros dados (tags, etc)




Comentários recentes

  • Anónimo

    Tem o PDF do livro?

  • Anónimo

    mais um profeta da desgraça

  • António Duarte

    Para Marinho Pinto chegar a uns 15% não precisará ...

  • António Duarte

    Fico satisfeito por ver que o rapaz ainda está viv...

  • Raposo

    O que eu gostei mais da entrevista foi de saber a ...



subscrever feeds