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Maus caminhos

28.10.10

 

O tema das placas do “Percursos Pedestres” está-me entalado na garganta. Cada vez que passo pelo concelho de Silves e me deparo com esta “brilhante iniciativa” da CMS fico enjoado.

Já mencionei o assunto aqui no blog, já solicitei que me informassem sobre os custos desta parvoíce inqualificável, mas parece que sou o único a quem esta “coisa” incomoda.

Eu até percebo que a autarquia deva zelar pela saúde dos munícipes, especialmente dos mais velhos, e incentivá-los à actividade física. O que me escapa é como é que estes sinais e placas cravadas no pavimento podem ajudar nisso?! Será que os messinenses, os silvenses ou os armacenenses não conhecem suficientemente as suas localidades para definirem os percursos que pretendem fazer? Alguém alguma vez viu outra pessoa a caminhar orientada pelos sinais?! Alguma vez alguém viu (ou espera vir a ver) um grupo de turistas a caminhar seguindo as placas?! Será que existem caminhos onde andar não é bom para a saúde, ou por outra, será que estes “caminhos” são mais saudáveis que os não assinalados?!

Se no capítulo da eficácia a coisa é duvidosa, no capítulo financeiro não devem existir dúvidas nenhumas. Gastar dinheiro com estas coisas numa altura destas, e depois de se querer subir o IMI para arrecadar mais 350.000 euros, é um paradoxo inatingível. Provavelmente se contabilizarmos os custos de desenvolvimento, de produção e implementação do projecto e a eles somarmos os custos mensais dos “engenheiros” que tiveram esta ideia, a “brincadeira” não deve andar longe da quantia que a subida do IMI iria potenciar.

Visto assim podemos concluir que por um lado a CMS acha que andar é saudável e devemos investir dinheiro que não temos em campanhas duvidosas nesse sentido. Por outro lado, a mesma CMS, acha que taxar as pessoas em mais 100 ou 150 euros por ano de IMI não faz mal nenhum, mesmo que isso implique que muitos idosos já fortemente penalizados pela subida de impostos e baixa de pensões tenham que optar entre pagar o IMI e ir à farmácia!

Veja-se esta imagem que conclui esta breve reflexão. Num raio de menos de 50 mts podemos ver 3 sinais a “des-orientar” os caminhantes. Não há nada como a fartura! Perante isto eu acho que devemos pedir explicações ao executivo. Saber quanto custou, quantos sinais foram colocados, onde foram colocados, para que servem, quem aprovou, quem produziu e quem concebeu isto. Até pode ser que exista uma explicação que eu não consiga vislumbrar!

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Quando uma empresa em dificuldades vê as suas receitas descer, e ao mesmo tempo “apanha” com uma subida brutal dos custos, só lhe resta uma saída: “cortar despesas”. Seja pelo despedimento, seja pela alteração do modelo de gestão ou pela redução substancial nas despesas. Os modelos económicos que temos não permitem subir preços para colmatar as quebras da receita, pela simples razão de que as pessoas não estão disponíveis para pagar mais, pelos bens ou serviços, apenas porque a empresa necessita de mais dinheiro. Nem tão pouco é viável deixar de cumprir os compromissos com os seus fornecedores e credores, sob pena de fechar portas. Esta é a primeira lei básica da economia empresarial.

Quando uma empresa fecha portas isso significa que deixa de contribuir com os seus impostos (IRC, IRS, Segurança Social e IVA) para os cofres do Estado, ao mesmo tempo que os seus ex-funcionários passam a beneficiar das pensões sociais e do fundo de desemprego. Para os contribuintes a equação é bastante simples: perdemos receita e “ganhámos” despesa. Multiplique-se isto por as centenas de empresas, que fecham todos dias, e obteremos uma perspectiva do “barril de pólvora” em que estamos sentados. Bem podem ficar impávidos e serenos à espera do milagre porque, meus amigos, milagres não há!

 Insensível a tudo isto a nossa esfera política continua à espera do tal “milagre”, enquanto segue “by the book” os ensinamentos “demoníacos” que os seus antecessores lhes passaram, nos tempos em que choviam euros de Bruxelas. Subir impostos é a forma mais fácil de “sacudir a água do capote”. Pedem-se esforços, contenção, coragem e o “apertar do cinto” em nome da salvação nacional, da estabilidade e do “Estado Social”. Tudo tretas. “Patranhas” que vamos engolindo na esperança de que vá alguém ao “leme deste barco”, quando é evidente que andamos à “deriva”. Fico enjoado só de pensar no que se tem feito a este país em nome do “interesse nacional”.

Em Silves a situação não é muito diferente. A receita que os políticos locais pretendem adoptar por cá é um “genérico fraquinho” daquilo que é a “dose diária” do país. Mas, num concelho miserável (notem que escrevi sem aspas), onde tudo falta e onde os munícipes pagam tudo como se vivessem no Mónaco, não há margem para falhanços. Não podemos continuar a fingir que alguém há-de resolver a situação e a pensar primeiro no partido e depois no concelho.

Em meados de Setembro a presidência da Câmara Municipal de Silves, aproveitando a deixa das autarquias ricas da região, resolveu propor a subida das taxas de IMI para o máximo permitido por lei. O argumento, como sempre, era a crise e a abrupta quebra de receitas. Corria-se o risco de não haver dinheiro para pagar ordenados! Começa justamente aqui a minha indignação. Se a câmara é mal gerida, se têm mais funcionários do que aqueles que precisa, se gasta o grosso do seu orçamento com salários (sem que nada sobre para investir no concelho)… porque hão-de ser os contribuintes a pagar mais? Porque temos nós que privar as nossas famílias de muitas coisas, porque hão-de as empresas de declarar falência (quando já não conseguem fazer face a impostos), porque temos todos que “apertar o cinto” para proteger os funcionários camarários?? E quem nos protege a nós?!

Evidentemente não sou insensível à condição dos funcionários da CMS. Até porque sei que, num eventual cenário de despedimentos, a “corda” quebrará pelo lado mais fraco e quem pagará a factura são aqueles que trabalham nas ruas, nas escolas, no apoio social… são os que ganham pouco, “labutam muito”, sustentam um lar e irão ter imensas dificuldades em voltar ao mercado de trabalho. Para os outros, os que estão “amontoados” nos gabinetes e corredores da autarquia, tudo “correrá sobre rodas”, protegidos pela licenciatura, pelo nome de família ou pelo cartão de militante. O problema é que são esses que estão a mais e nos brindam sistematicamente com as “brilhantes ideias” que nos “vão ao bolso”… como a Ópera no Castelo, as placas dos percursos pedestres ou a compra da Fábrica do Tomate.

Alguns argumentam que a subida - que representará qualquer coisa como € 350.000,00 a mais nas contas da autarquia - será importante e que, apesar da situação económica do país ser dramática, tal se resume a “beber menos um café por dia ou a jantar fora menos uma vez por mês”. Outros, entre os quais eu me incluo, acham que – e passe a metáfora/generalização – “os cafés e jantares” que se venderão a menos no concelho são o suficiente para rebentar de vez com muitos “bares, cafés e restaurantes” que se encontram já em situação critica. Esta é, antes de tudo, uma questão de princípio, de passar para os cidadãos que chegou a hora de responsabilizar os maus gestores pelos seus maus actos de gestão.

Como é evidente a senhora presidente procurará, no caso de a sua proposta voltar a ser chumbada, responsabilizar a oposição pelo sucedido anunciando despedimentos, falências, hecatombes, etc. Queixar-se-á de que não consegue “governar”, quando, na realidade, o que não consegue é gerir, por manifesta incompetência. Por mim só espero que haja coragem para fazer o que está o certo. E o que está certo é proteger, pela primeira vez na história, os munícipes deste concelho, mesmo que isso obrigue a que a CMS, também pela primeira vez, tenha que “apertar o cinto”. Pois que apertem, porque o nosso já não dá mais.

 

In. Jornal "Terra Ruiva" - Outubro de 2010

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Porque me apetece, deixo aqui um artigo de opinião de Hélder Nunes, o director do Jornal Barlavento:


A decadência

 

  

A decadência do regime-partidário é notória. O número de militantes partidários-inscritos é tão irrisório que retira, em abono da verdade, legitimidade aos líderes para falarem em nome dos seus partidos. O que se percebe é a existência de um conjunto de vasos comunicantes, entre as bases que anseiam por arranjar um encosto no aparelho do Estado e os dirigentes a jogarem as cartas de forma viciada em proveito próprio, ao ponto de olharmos para o país e verificarmos que nos conduziram para um precipício.

A falta de regulação, por conveniência dos aparelhos dirigentes, faz com que se continuem a configurar cenários em que se atira para cima da crise internacional e de todos aqueles que pouco têm a ver com o estado de degradação para onde a Nação caminha, as culpas de uma situação criada por quem nos tem governado ao longo das últimas décadas.

Há culpados dos sintomas de que o país sofre. Desde o momento em que os governantes perceberam que podiam manipular a seu belo prazer os governados, até à nossa subserviência aos quesitos de uma Europa que dá com uma mão e tira com a outra, o povo português tem sido um joguete nos braços de uma classe política sem escrúpulos que tudo fez para engordar o aparelho do Estado com cerca de 14 mil organismos, muitos deles apenas e só para dar emprego aos correlegionários.

São 36 anos de aproveitamento da democracia por parte dos partidos políticos, que montaram um sistema eleitoral onde apenas se encaixam os seus rapazes, criando cidadãos de primeira e de segunda, protegendo-se nas reformas-pessoais que definiram na Assembleia da República e escamoteando tudo o que possa retirar privilégios a uma classe política analfabeta.

A responsabilidade da decadência de Portugal é de quem tem ocupado os lugares da governação. Ainda há uns senhores, que andam no arco-do-poder, que resolvem atirar poeira para os olhos dos cidadãos, dizendo-lhes que estamos muito melhor na saúde, no ensino, que o nível de vida subiu um pouco. Se em 36 anos de abertura de fronteiras não tivéssemos melhorado nalguns setores, então nada teria valido a pena.

Mas, se há uns dados positivos, quantos se podem indicar com o sinal negativo? Onde está a nossa agricultura, as nossas pescas, a nossa indústria? Somos capazes de concorrer com alguém nesta área? A Europa mandou-nos subsídios para desmantelar tudo isto, e nós, como bons parolos, aceitámos. Hoje, fala-se em exportar – mas o quê?

Somos um país endividado, no público e no privado, por falta de regulação, porque foi permitido transacionar sem valores, sem deve e haver, sem receitas próprias.
Enquanto a agiotagem funcionou com total liberdade, porque quem contraía a dívida pública não era e não é responsabilizado, e os privados jogam na insolvência como saída do aperto, as coisas funcionam. Um dia, o agiota resolve cobrar o que lhe devem e não devem, e o caloteiro sente-se asfixiado.

O que se ouve todos os dias por parte de muitos dos que ainda gravitam na área do poder de forma direta ou indireta, é que o próximo Orçamento do Estado tem que ser aprovado, mesmo que estejamos perante um mau orçamento e diretivas que explorem o povo ainda mais, porque temos de mostrar entendimento e união no exterior.

As aparências é que contam, mesmo que tudo cheire mal e esteja podre. Deve mostrar-se aos vizinhos o disfarce de gente séria, sem preconceitos, com o patriotismo levantado, como se os nossos problemas se resolvessem colocando uma máscara na cara e um sorriso de hipócrita. Tem sido esta a prática das últimas décadas, fomentada e incentivada na populaça – mesmo que não possas, compra um carro novo, vai de férias para o Algarve, passeia-te nas Vilamouras e nas Quintas dos Lagos, põe um ar altivo e sobranceiro. Quando voltares a casa, logo devolves o carro, dizendo que tinha um trabalhar esquisito, e as dívidas paga-as aos soluços, mesmo que, dentro de casa, não tenhas pão para comer. Porque as aparências exteriores é que contam.

É isto que os políticos-medíocres, que no futuro, depois de saírem de cena, sabem não ser responsabilizados por nada daquilo que decidiram ou assinaram, continuam a querer alimentar – aparência de que somos aquilo que na verdade não somos.

Post scriptum – Que fique claro que não sou contra os partidos. Sou contra o atual sistema eleitoral, onde os cidadãos não se podem candidatar a deputados sem irem colocados numa lista partidária, e outras regras menos claras que cada um aplica como lhe convém. Quanto ao Orçamento de Estado, penso que não pode ser feito para sacrificar e sugar ainda mais o povo. Se se for necessário diminuir os gastos, então é por aí que começa a boa governação, porque mantê-los é deixar tudo como está, havendo necessidade de mais endividamento para que a dívida possa sobreviver. A despesa é certa, as receitas são imprevisíveis.

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Em Portimão já se trabalha na colocação da iluminação de Natal pelas ruas e avenidas. Estamos em Outubro, faltam mais de 2 meses para a quadra festiva e vivemos tempos de incerteza e dificuldade. Seria de esperar que as autarquias este ano dessem um claro sinal de mudança no que às despesas supérfluas diz respeito.

Admito que iluminar e decorar ruas possa contribuir para um ambiente mais propício ao consumo - afinal é de consumo que se fala quando o tema é o Natal dos nossos tempos – mas será necessário exagerar? Será necessário fazer uma competição entre autarquias para ver qual tem as ruas mais iluminadas, as rotundas mais bonitas ou o edifico sede mais brilhante? Eu acho que não. Acho que isso não é essencial e é até um bocado exagerado, face ao que temos visto nos últimos anos.

Lembro-me de em pequeno passar natais maravilhosos sem ter sequer iluminação pública. Lembro-me de chegar ao início de Dezembro e ainda não haver indícios de que o Natal estava à espreita. Apenas quando começavam as férias e saia com o meu pai para apanhar o pinheiro se tornava oficial que se aproximava o Natal. Agora é tudo diferente. O meu filho, por exemplo, é fã do Canal Panda e desde a semana passada começou a ser bombardeado com publicidades intermináveis a brinquedos, jogos e tudo o mais que uma criança pode desejar. Durante os outros 9 meses praticamente não existe publicidade naquele canal, que é pago mensalmente!!!

Deixa-me preocupado que um país que se preocupa com o diâmetro das laranjas ou com a quantidade de sal das chouriças permita que se bombardeiem crianças de 4 anos com uma dose massiva de publicidade nua e crua. Estamos nitidamente a exagerar.

Se acham que não, percam um bocado a assistir a este filme. Vale bem a pena ver até ao fim e reflectir.

 

 

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De acordo com notícias que chegam de outros quadrantes a proposta de manutenção das actuais taxas de IMI para o próximo ano foi aprovada por unanimidade em reunião de câmara.

Prevaleceu a proposta do PS Silves que agiu de forma responsável. E ser responsável neste caso mais não é do que permitir que em 2011 a receita de IMI se mantenha inalterada, exigindo uma gestão rigorosa e um corte substancial na despesa da autarquia.

Uma palavra para a vereação do PS, que soube manter o “sangue frio” e esperar pelo momento certo para fazer valer os interesses das populações. Nestas coisas a experiência conta e ser-se muito emocional (como eu) não ajuda a quem decide.

O mais importante é que passou para a comunidade a mensagem de que há quem defenda os cidadãos nas horas decisivas. Venham agora outras “guerras”, como o PDM, a “estação de lamas” ou o estádio municipal.

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Made in Portugal

19.10.10

 

O segredo para que o país sinta menos os largos meses que se seguem passa por este símbolo e pelos códigos de barras começados em 560(quase todos os produtos portugueses começam com esse número). Passa por comprar produtos portugueses sempre que seja possível.

De facto na maioria das vezes os produtos portugueses são competitivos em termos de preço e mesmo quando não são, feitas as contas, acabam por nos custar menos.

Um cidadão comum levanta-se pela manhã e depois do banho barbeia-se com produtos made in UK e perfuma-se com uma colónia made in França. De seguida veste umas calças made in Taiwan, uma camisa made in Paquistão, um casaco made in Marrocos e calça uns sapatos made in Vietname. Dirige-se à cozinha onde bebe um café made in Angola, com leite made in Suiça. Agarra no telemóvel made in Canadá e dirige-se para o automóvel made in Alemanha e sai para trabalhar.

Ao almoço come um bife made in Argentina, com uma salada made in Espanha e termina com uma laranja made in Chile. Toma mais um café made in Colombia e volta para rua. No final do dia regressa a casa e liga o televisor made in Coreia do Sul, tira uma cerveja made in Dinamarca, do frigorifico made in Japão, e deita-se no sofá made in Suécia a comer uns amendoins made in México enquanto vê o seu programa de cabo made in EUA. Entretanto na cozinha a esposa prepara o jantar. Umas postas de pescada made in Costa do Marfim acompanhadas por batata made in Brasil e legumes made in Holanda. Antes de ir dormir toma um chá made in Turquia e liga o computador made in Indonesia para verificar os emails e dar uma vista de olhos nos jornais online… fica indignado com o estado a que chegou a economia do país e adormece na sua cama made in India, sobre o seu colchão made in Áustria… sonha com as suas férias que estão a chegar… em Cuba.

Esta breve história é, passe o exagero, um bocadinho das nossas vidas diárias. Se tivéssemos o cuidado de procurar alternativas portuguesas cada vez que compramos alguma coisa todo o país estaria melhor. Haveria mais emprego, mais investimento, menos exportações, menos carga fiscal e teríamos, enquanto povo, a auto-estima em alta.

Scolari conseguiu unir os portugueses em trono de uma coisa tão pouco importante como o futebol, é agora tempo de os portugueses se unirem num desígnio muito mais importante: o próprio país! Compre produtos portugueses! Esteja atento aos códigos de barras quando não conseguir identificar a origem do produto.

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O blog Cidadania traz-nos uma reflexão bastante pertinente sobre a questão do IMI, que vem reforçar a opinião dominante nas ruas e a sondagem (vale o que vale) que este blog tem em curso sobre o tema, onde já participaram mais de 100 IPS únicos (dada a dimensão do concelho até é uma amostra bastante interessante).

Admito que o assunto é mais complexo do que parece. Podemos encontrar facilmente argumentos para sustentar qualquer das posições que as forças políticas venham a tomar no concelho. Podemos ver isto sobre dois prismas:

 

1- Os € 350.000 que a CMS arrecadará a mais, com a passagem do IMI para a taxa máxima, equivalem a que os silvenses passem a beber menos um café por dia. De facto, visto assim, a privação de cafeína poderia servir para que no próximo ano a CMS tivesse dinheiro para a Ópera e para o Jazz.

2- Beber menos um café por dia, multiplicado por todos os munícipes, equivaleria ao encerramento de quase todas as pastelarias, cafés e bares do concelho. Quem por ai anda (e ainda não deixou de beber café) sabe das dificuldades que os proprietários destes espaços atravessam actualmente.

A minha posição é que, perante a necessidade de suprir vícios, é melhor privar a autarquia do vício da má gestão do que os munícipes do vício da cafeína. E com este texto dou por terminada a minha intervenção sobre este tema, qualquer que venha a ser o desfecho da coisa nos capítulos que se seguem.

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Segundo o Diário Económico online o PSD prepara-se para chumbar em Lisboa o aumento da taxa de IMI proposto pelo socialista António Costa. Parece-me que aqui na província esta medida deveria fazer “escola”, levando os senhores vereadores do PS e a senhora Presidente a retirar as devidas ilações da coisa.

 

Por um lado alguns dos mais preparados vereadores da oposição deste país acham (estamos a falar da CML, uma espécie de antecâmara para o poder neste país) que subir impostos e onerar ainda mais munícipes já fortemente penalizados por taxas, impostos e contribuições acima do aceitável, é má ideia. Não pactuam com essa ideia e justamente fazem aquilo para que foram eleitos: votam contra!

Por outro lado temos um sério candidato a sucessor de José Sócrates que dá sinais de querer fazer a mesma política despesista e é travado pela oposição.

Tudo muito bem. Isto é o que se deve esperar de políticos. Que defendam posições e que sejam coerentes. Era bom que cá a senhora presidente pensasse porque razão os seus colegas de Lisboa são contra a subida de impostos e era bom que os camaradas socialistas de cá aprendessem com isso e deixassem de ser uma espécie de vassalos do poder instituído passando a proteger os seus eleitores como se espera que façam sempre.

 

É bom que os políticos portugueses percebam que o país mudou na noite de 29 de Setembro, logo após o anúncio das medidas de austeridade feito pelo Governo. As pessoas voltaram a acordar para estes problemas e a tolerância com os que continuarem a via do facilitismo, do compadrio e do despesismo é agora próxima de zero. Deixou de haver espaço para “chicos espertos” e oportunistas políticos, antes ignorados por uma massa humana mais preocupada com os assuntos mundanos. Agora toca-nos a todos. Não brinquem com o fogo e assumam as vossas responsabilidades.

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Nos momentos difíceis aqueles que realmente se importam com este concelho e com as suas gentes não fogem às suas responsabilidades. É por isso com naturalidade que vejo alguns daqueles que andavam em “low profile”, desgostosos e desiludidos com o rumo que levamos, aparecerem e contribuírem para que alguma coisa finalmente mude.

António Guerreiro foi o último a fazê-lo, colocando on-line este fim-de-semana o blog “Apontamentos Políticos”. O professor universitário, e candidato à CMS pelo Partido Socialista no final dos anos 90, vive como poucos este concelho e é por isso que me congratulo com a notícia de voltar à actividade política visível. Mas existem outros fora do mundo virtual que já perceberam a importância de participar de forma mais activa na definição do futuro deste concelho e desta nação.

O pragmatismo obriga-nos a traçar um paralelismo entre o que se passa no país e o que se passa no concelho de Silves. Ambos são governados há demasiado tempo pelos mesmos interesses. E esses interesses estão escandalosamente adulterados na sua ordem natural: primeiro as pessoas, depois o país e por fim o partido. Sá Carneiro dizia, com a sabedoria dos grandes líderes, “primeiro o país, depois o PSD”. O que temos tido, em Silves e em Portugal, é o partido (e as pessoas do partido) sempre primeiro. É tempo do PS, nacional, e do PSD, em Silves, passarem por uma “desintoxicação de poder”… de um afastamento que leve com eles os “jobs”, os vícios, os esquemas e o rasto de destruição que deixam atrás de si.

Tão podres como o poder estão as respectivas oposições. A de Lisboa tem um líder ainda em fase definição de personalidade mas nas suas costas preparam-se já os esquemas para o assalto ao poder traçando a estratégia em prol dos interesses políticos do PSD. Em Silves é o mesmo de sempre, pessoas que de 4 em 4 anos usam o partido para chegar ao objectivo e de imediato passam a agir por “conta própria”, alinhando às terças e quintas com uns e às segundas, quartas e sextas com outros.

A “jusante” disto temos uma eleição presidencial em curso. Cavaco Silva, também ele sempre com o “Eu” à frente de tudo o resto, prepara a reeleição perante o candidato do Bloco de Esquerda. Surpresa será apenas se Fernando Nobre fizer melhor do que Alegre em 2006 (o que eu pessoalmente acho que vai acontecer) numa prova de que as pessoas estão fartas das lógicas partidárias reinantes.

Perante este cenário é de assinalar e louvar quem toma a decisão de contribuir para mudar as coisas participando activamente na discussão dos problemas. Bem vindo António Guerreiro, fica ali nos links a ligação ao teu blog!

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Encontrei na blogosfera um comentário, que não consegui confirmar, em que se levantava a hipótese de a CMS vir a ser forçada a dispensar 170 funcionários nos próximos tempos. À luz da arte política é muito provável que tal notícia tenha sido posta a circular pelo executivo camarário como forma de pressionar a oposição a aprovar o aumento da taxa de IMI nas próximas votações. Ficam desta forma entre a “espada e a parede” aqueles que inviabilizarem a subida da receita fiscal no concelho, onerando a responsabilidade pelo desemprego de tantas pessoas.

É opinião generalizada que a Câmara Municipal de Silves (como quase todas as outras) tem um excesso significativo de funcionários. A prova de que esse número é elevado está à vista num concelho onde as estradas esburacadas, o lixo, o abandono e a degradação grassam. É que quase toda a receita arrecadada pela autarquia serve apenas para pagar os salários dos funcionários e não sobra muito para as, digamos, despesas de manutenção. Já nem vamos falar em investimento.

Insistindo na nega à subida do IMI os partidos da oposição tomarão uma medida à partida impopular. Supondo que de facto os funcionários são dispensados, é óbvio que o PSD colocará todas as responsabilidades em cima de PS e CDU, “carpindo” a sua dor pelas famílias que serão afectadas (e já se sabe que “chorar lágrimas de crocodilo” é a especialidade da senhora presidente). Sabemos todos do peso que esse tipo de medidas tem tido até aqui na opinião pública, não sabemos é se nas actuais circunstâncias as pessoas continuarão a achar que essas serão medidas más. É um risco. O calculismo político até poderá levar a oposição a chumbar o aumento do imposto, correndo o risco, na esperança de que os 3 anos que ainda faltam até às eleições apaguem a eventual má aceitação da coisa.

Uma coisa é certa. Ninguém tenha dúvidas que o chumbo será a opção mais saudável para o concelho e a que trará melhores frutos. Mesmo que custe a saída dos tais funcionários. A realidade é que, inevitavelmente, o ano de 2011 obrigará a que pessoas sejam dispensadas, quer o IMI suba ou não. A diferença está no custo para os já sacrificadíssimos munícipes e contribuintes do concelho. Numa situação de retoma ter uma estrutura mais ligeira fará com que o investimento e o desenvolvimento cheguem mais depressa.

A outra opção na mesa é a oposição viabilizar - abstendo-se - a subida do IMI. Significa mais impostos. Leiam bem: MAIS IMPOSTOS! Para um concelho miserável e já “de tanga”. Significa a traição ao eleitorado que na sua maioria NÃO votou em Isabel Soares. Significa adiar o problema uns meses. Significa que a receita do IMI não irá subir porque com o colapso que se adivinha o imposto orçamentado sobe mas o imposto cobrado tenderá a descer, e muito.

A solução de adiar a resolução definitiva dos problemas tomando “aspirinas” deu no que deu a nível nacional. A passividade do Governo PS e o pensar nas eleições em vez de nos problemas levou-nos até aqui. E sobre isso tenho a dizer que na minha opinião alguém no Largo do Rato deveria assumir os erros cometidos, seria o primeiro passo para poder pensar em resolver o problema. Durante anos vivemos deste tipo de política, criamos “jobs”, sufocamos o país com impostos para sustentar um “Estado Social da 1ª Liga” quando apenas tínhamos uma economia dos “Distritais”, passe a comparação com o mundo do futebol. É evidente que, tendo sido poder na maior parte do tempo, o PS partilha, com o PSD do “senhor Silva”, a maior quota de responsabilidade no estado a que isto chegou. Estas medidas chegam tarde, muito tarde. Não sei se a economia vai aguentá-las!

O mesmo se passará com a CMS continuando com o “regabofe”. Por isso apelo à oposição: não cedam! É preciso coragem e princípios para se tomarem medidas impopulares mas essenciais à protecção das pessoas. Não é função da oposição proteger a CMS ou os seus funcionários, esses terão que ser protegidos por quem os comanda. Chega de cobardias e “negociatas” estranhas que ninguém entende. A situação actual fará com que toda a gente seja bem menos tolerável com esse tipo de coisas, provavelmente fará também com que um maior número de pessoas se interesse por estas questões. Coragem!

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