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A União Desportiva Messinense comunicou a suspensão do Futebol Sénior por tempo indeterminado. A decisão, apesar de triste, merece o meu aplauso. Pela coragem, pela clarividência e pela razão de fundo: privilegiar as camadas jovens e o envolvimento comunitário do clube. Os meus parabéns ao Presidente e a toda a Direcção pela decisão dura mas correcta.

Há muito que venho dizendo que numa época em que se paga para ir ao ginásio, para fazer BTT e até para fazer caminhadas não faz qualquer sentido pagar a adultos para praticar desporto. Os clubes deveriam cobrar por isso e fazê-lo de forma profissional, acrescentando valor àquilo que proporcionam aos amantes do futebol. Por todo o país esta moda de remunerar, ainda que de forma camuflada e modesta, jogadores amadores desvirtuou o espírito da competição. Os jogadores em part-time passaram a jogar para quem lhes pagava mais uns trocos e deixaram para trás a terra, os amigos, o associativismo. Os tempos em que os clubes eram formados por jovens da terra que recebiam em troca uma sandes e um Sumol passaram e levaram com eles a dedicação, o empenho e uma mística que me faz muita falta.

 

Que se aproveite este tempo para pensar o clube, para criar um modelo sustentável e para arriscar novas soluções. Para começar pensar numa equipa totalmente amadora, que jogue pelo prazer. Quando as coisas melhorarem a nível económico poderemos então pensar em criar um modelo em que o futebol sénior gere receitas para cobrir boa parte do investimento no futebol juvenil, começando assim as bases para que a equipa cresça desportivamente sem ter que pagar a “mercenários” para vir jogar a Messines.

Entretanto vamos todos ver os Juniores, os Juvenis e os Escolas… ele há males que vêm por bem!

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Contra ventos, marés e pessimismo

 

Nenhum sector escapará incólume à maior crise financeira que a Europa já enfrentou, mas muitos encontrarão nestes tempos a oportunidade de se reinventarem e operar mudanças há muito adiadas. O mundo do associativismo é sempre um exemplo de dedicação, coragem e amor pela terra capaz de despertar consciências e de levar os ventos de mudança a toda a sociedade.

No caso concreto do associativismo desportivo o actual contexto económico trouxe aquilo a que se pode chamar a “tempestade perfeita”. A subsistência destas associações dependia em grande parte de subsídios estatais ou municipais, quotização dos seus associados, patrocínios de empresas e rendas. Em todas essas rubricas as quebras têm sido uma realidade e nenhum sinal augura que as coisas melhorem. Por estes tempos quem dirige e toma decisões assume o papel que se pode comparar ao de uma tripulação que viu o seu avião perder os motores. Não há espaço para erros.

Procuramos conhecer a realidade dos 4 maiores clubes do concelho e perceber quais os problemas, as soluções e os projectos que têm. O que encontramos foi gente empenhada em ultrapassar as dificuldades mantendo os pés no chão. Sosseguem pois todos aqueles que aos fins-de-semana rumam aos recintos desportivos do concelho. 2011/2012 será um bom ano de futebol no concelho de Silves.


Veja nos "posts" abaixo os textos publicados na edição de Julho do jornal Terra Ruiva, da minha autoria a pedido da nossa estimada directora Paula Bravo.

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Textos da minha autoria publicados na última edição do Terra Ruiva. O meu agradecimento aos responsáveis pela UD Messinense.


Esperanças renovadas com regresso a casa

 

 

Para muitos messinenses o ano que passou teve qualquer coisa de diferente. Os domingos foram mais parados e monótonos do que o habitual, mesmo aqueles que nunca tiveram por hábito ir ao futebol acharam falta das notas musicais que os altifalantes do Estádio Municipal despejavam sobre a vila em dia de jogo da União Desportiva Messinense (UDM). Esse silêncio dominical podem os messinenses agradecer ao excesso de zelo da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) que, em plena crise económica, não encontrou melhor forma para ajudar os pequenos clubes do que obrigá-los a ampliar os recintos desportivos até às medidas exigidas pela UEFA em provas como o Europeu ou a Liga dos Campeões. A solução era fazer obras ou procurar outro campo para jogar. Como nenhum campo do concelho cumpria as normas exigidas para se jogar a 3ª Divisão Nacional, todos os jogos da última época foram jogados em Salir, no interior do vizinho concelho de Loulé.

Longe vai a gloriosa época 2006/2007 com o clube a disputar, pela primeira vez na sua história, a 2ª Divisão Nacional série D. Apesar de assinalável os messinenses parecem não ter muitas saudades desses tempos. Muitos sugerem que o lugar natural da equipa é a 3ª Divisão, outros nem se importariam se a descida não tivesse sido evitada nos instantes finais desta época porque tal significaria maior proximidade da equipa e os sempre desejados derbys concelhios.

Recentes foram as eleições, com lista única, que pacificamente trouxeram Luis Guia para o lugar ocupado nas últimas duas épocas por Daniel Calado. O novo presidente estreia-se nestas andanças mas conta com o apoio de gente da casa e de muitos dos elementos que trabalharam com Daniel Calado e José “Piasca” durante os seus mandatos. Apesar de recém-chegado Luís Guia, conhecido empresário do concelho, demonstra já saber muito bem que terrenos pisa e quando instigado a fazer um balanço da última época diz-nos que “esta época terá sido a mais difícil dos anos mais recentes. Em 2 anos a União Desportiva Messinense perdeu 80% da sua principal fonte de receitas, que são os transportes escolares. Também o facto de a UDM ter disputado fora do Estádio Municipal todos os jogos oficiais da época 2010/2011 na condição de visitado, provocou uma enorme perturbação na vida do clube.”

Para o novo presidente o clube foi duplamente atingido, isto porque a deslocalização dos jogos “não trouxe, ao contrário do que se possa pensar, um aumento da despesa, mas sim uma grande diminuição da receita, traduzida pela fraquíssima cobrança de quotas, de publicidade estática e de outros apoios e patrocínios pontuais”. Desportivamente também houve um preço a pagar em virtude do “grande distanciamento entre os messinenses e a equipa sénior, que apesar de todas as dificuldades conseguiu, de uma forma quase heróica, assegurar a permanência no Campeonato Nacional da 3ª Divisão.”

A nova Direcção do Messinense assume sem rodeios que “a forma como esta nova época irá decorrer dependerá e muito, dos circuitos de transportes escolares que a UDM poderá ou não fazer.” Esta é, comprovadamente, a grande questão que assombra a gestão dos pequenos clubes do concelho, Luis Guia aflora o problema relatando-nos que todos os anos, ainda antes de se conhecer o resultado dos concursos públicos para os transportes escolares, surge “a necessidade de começar a preparar toda uma época desportiva durante os meses de Junho e Julho, em que assumimos compromissos e responsabilidades” sem conhecer o resultado do concurso. “Se todo este processo se realizasse de forma inversa, estou em crer que a maioria dos problemas e desequilíbrios de tesouraria que os clubes hoje enfrentam não existiriam. Seria óptimo ter a oportunidade de poder adequar a despesa de acordo com a receita.” – remata Luis Guia.

Os adeptos da UDM podem ficar tranquilos porque, ao que tudo indica, o clube vai poder disputar em Messines os jogos da época 2011/2012 e porque “apesar do forte desinvestimento que a equipa sénior irá sofrer, os sócios e simpatizantes irão sempre encontrar um grupo bastante competitivo, que terá como objectivo vencer o maior número de jogos. A continuidade da maior parte dos atletas que representaram o clube durante a época anterior, permite-nos encarar a próxima época com bastante optimismo.” A nova direcção está também focada na formação, onde a UDM tem historial assinalável, e a intenção é investir mais no futebol juvenil, alargando o quadro competitivo do clube.

Para ultrapassar a crise Luis Guia conta com uma gestão rigorosa e avisa que todos têm “que ser muito mais proactivos na obtenção de novos sócios e patrocinadores”, ao mesmo tempo reconhece a importância dos apoios que chegam por parte da Caixa Agrícola local, da Câmara Municipal de Silves e da Junta de Freguesia de Messines. A solução passa também por melhorar a comunicação com outras entidades e associações locais “tendo em vista um melhor aproveitamento de recursos que deverão ser tendencialmente comuns”, um discurso que pretende alcançar as forças vivas da freguesia, nomeadamente a Casa do Povo, os Amigos de Messines e o Agrupamento Escolar por serem aqueles que mais poderão interagir com o clube e potenciar os equipamentos e meios humanos de que dispõem.

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Excepcionalmente

27.06.11

Situações excepcionais exigem pessoas excepcionais e medidas excepcionais. É com isso em mente que olho para a realidade dos principais clubes desportivos do nosso concelho e rezo para que as pessoas que têm conduzido os nossos destinos acordem a tempo de evitar que Silves FC, UD Messinense, Serrano FC e CF Os Armacenenses desapareçam do “mapa”, levando com eles o desporto já de si escasso no nosso concelho.

É um facto que o modelo de financiamento dos pequenos clubes tem que mudar. Com o tecido empresarial local em tempos de crise aguda não se pode esperar que os apoios surjam ao ritmo a que antes surgiam. As próprias autarquias são, e muito bem, forçadas a fazer reflectir nos apoios que dão a essas instituições os cortes orçamentais e as quebras nas receitas de que foram alvo nos últimos tempos. Pede-se por isso, aos responsáveis políticos locais e aos responsáveis pelos clubes, que encontrem formas de gerar receitas. Tarefa difícil, mas possível.

Não será segredo para ninguém que os transportes escolares são, em grande medida, a tábua de salvação dos clubes. Pessoalmente olho com desconfiança para essa “regra”, que se aplica um pouco por todo o país e que coloca nas mãos de entidades amadoras um “negócio” de grande responsabilidade, que é o de transportar até às escolas as nossas crianças. Concorrendo contra empresas privadas os clubes conseguem, ano após ano, ganhar alguns trajectos que vão garantindo a sua subsistência. Tratando-se de uma responsabilidade camarária é normal que em cada município as condições dos concursos sejam diferentes, o que dificulta a vida aos privados e dá boas hipóteses a quem conhece melhor a realidade local por nela viver.

No ano passado, por vicissitudes várias, o Silves FC ficou sem qualquer trajecto e entrou na agonia, que se arrastou durante toda a época desportiva, com uma das principais fontes de receita a secar sem que alternativas tivessem sido apresentadas em tempo útil. Este ano teme-se que o mesmo possa acontecer aos 4 principais clubes do concelho. Considero que a Câmara Municipal de Silves poderá ter um papel determinante no desfecho desta “novela”, assumindo a responsabilidade de tomar as tais medidas excepcionais que estes dias exigem.

Sabemos que mais de 1.000.000 de euros do orçamento municipal serão destinados aos transportes escolares. Esse dinheiro sairá sempre dos cofres da autarquia. Bastaria que a CMS, à semelhança do que fazem muitas outras câmaras por esse país fora, tivesse a boa vontade de criar condições para que os clubes garantissem os trajectos de que precisam para sobreviver. É que, ao contrário das grandes empresas da área dos transportes, os clubes contratam motoristas da terra, utilizam carrinhas compradas na terra, abastecem nos postos de combustível da terra, fazem as reparações nas oficinas da terra, compram pneus aos empresários da terra e gastam os lucros em prol da terra.

Um pouco de boa vontade política e as tais medidas excepcionais que estes tempos exigem é quanto basta para dar aos nossos clubes o balão de oxigénio que precisam para ultrapassar os tempos difíceis que se avizinham. Largas centenas de crianças, jovens e adultos poderão continuar a praticar desporto, enquanto muitos outros poderão ter alternativa aos Shoppings ou ao sofá nas tardes de fim-de-semana. Será preciso mais legitimidade para agir já do que aquela que o interesse de todo um concelho confere? Eu acho que não.

In. Jornal Terra Ruiva - Junho de 2011

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É no mínimo surreal o que se está a passar com a União Desportiva Messinense (UDM) por estes dias. Na certa já todos ouviram falar da questão das dimensões do relvado do Estádio Municipal de Messines. Ao que parece o “bando de patos bravos na reforma” que controlam a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) entendeu que, em ano de crise profunda, o que fazia falta ao país era ampliar e arrelvar os campos de futebol onde jogam os clubes que participam nas competições organizadas por eles. Recorde-se que a 1º e 2ª Liga são profissionais e já estão obrigadas a cumprir estas normas há bastante tempo. Esta é uma medida para o futebol dito amador que nos coloca na primeira linha mundial, ao exigir para um Messinense – Fabril, da 3ª Divisão - Série F, as mesmas condições que exige a UEFA para um Manchester United – Real Madrid, da Liga dos Campeões.

Parece-me óptimo que se nivele o país por cima, mas isto é demais. Os estádios que por esse país fora terão que ser intervencionados (muitos deles já estão a ser ou já foram) têm duas condições: são Estádios Municipais (a maioria), e como o nome indica são propriedade das autarquias e geridos por elas (o que coloca o contribuinte comum na grotesca posição de ver o seu dinheiro a ser utilizado para alargar em alguns metros o “campo da bola” ao mesmo tempo que lhe cortam o subsídio de desemprego, lhe aumentam os impostos e o obrigam a pagar nas SCUT); ou são propriedade dos clubes (a minoria) que, como todos também sabem, vivem de subsídios que as Câmaras Municipais lhes dão, dos “biscates” que fazem (tipo transportes escolares) e do apoio das empresas da “terrinha”. Ora, com as empresas a cortarem nos apoios (e também no pessoal) e as Câmaras Municipais sem verbas para atribuir, restam os transportes escolares (leia-se os biscates). Em última análise poderemos dizer que a opção será entre comprar uma carrinha nova para transportar os nossos filhos ou alargar o “campo da bola” e manter os “putos” na carrinha velha, com todos os riscos que isso possa trazer.

A primeira posição da UDM nesta questão foi abdicar da participação na 3ª Divisão e permanecer nos distritais, onde a Associação de Futebol do Algarve (AFA) ainda não exige tal extravagância (o que não nos livra de no final de algum jantar mais “bem regado” se lembrem de adoptar a medida). A ideia colheu a minha simpatia porque assentava no combate ao despesismo público, mas não era preciso ser o “polvo Paul” para adivinhar o que se iria suceder a seguir. A AFA e FPF ameaçaram a UDM com a suspensão de competições e com a aplicação de multas caso fosse avante com a herege ideia. À hora que escrevo estas linhas a UDM irá participar na 3ª Divisão Nacional contrariada, utilizando para isso o Estádio Municipal de Salir… que para os mais distraídos está situado no concelho de Loulé.

Entramos agora em águas mais lamacentas com a pergunta: Então no concelho de Silves não existe um Estádio com as medidas oficiais da FPF? A resposta é… não! E também não parece que vá existir um tão cedo. Aceito a decisão camarária de não gastar dinheiro com os delírios da FPF numa altura destas. O que crítico é a falta de planeamento que grassa neste concelho e que salta a vista em todo o lado… do desporto à economia, passando pela cultura e urbanismo. Nem me venham com a desculpa de que se trata de uma regra nova porque, nos escalões superiores, ela já existe há bastante tempo e é por isso que Salir, Ferreiras, Paderne ou Guia (entre centenas de outros por esse país fora) têm campos com as medidas correctas e nós não.

Já sabíamos que em Messines para disputar uma partida oficial de qualquer modalidade indoor tínhamos que ir ao Pavilhão de Armação de Pêra (que ao menos é no concelho) porque os dois pavilhões da freguesia juntos… não fazem um. Agora ficamos a saber que no caso do futebol nem o concelho nos vale e temos que andar a pedir favores aos concelhos vizinhos para que os nossos clubes joguem dentro das regras. O que se seguirá!

Com esta conjuntura volta “à baila” a questão da localização do Estádio Municipal de Messines. Se somarmos o investimento do alargamento, a obrigatoriedade de a curto prazo substituir o desgastado relvado sintético e a necessidade de encontrar um campo que possa servir para descongestionar o actual - permitindo por exemplo que os miúdos das camadas jovens não tenham que treinar à hora em que deviam estar em casa a descansar - chegaremos à conclusão de que esta é a terceira oportunidade que temos de resolver de vez a questão do Estádio Municipal obsoleto que serve de “tampão” entre duas metades da vila.

Os terrenos do Estádio são por certo apetecíveis e poderão ser usados para conseguir um negócio sem custos para o contribuinte. Essa foi aliás a proposta que José Carlos Araújo, na altura presidente da UDM, fez à autarquia no decurso do seu último mandato. Não foi escutada, sabe-se lá porquê, e traduziu-se assim na segunda oportunidade perdida.

Qual foi então a primeira? Se bem se lembram a primeira surgiu quando se construiu, em cima de uma estrada pública (algo inédito e provavelmente ilegal), o tal pavilhão de “brincar” para a Escola EB 2+3. Alvitrou-se nessa altura a hipótese de transferir o Estádio para a zona do Parque de Feiras e Mercados, criando aí de raiz um verdadeiro centro desportivo. Na altura faria sentido uma coisa destas. Hoje já não faz. Colocar tal obra naquela zona seria um erro porque se tornou evidente que a vila irá crescer para ali e, de Estádios “entalados” no meio de vilas, já nós estamos fartos. Ou não?!

 

In: Terra Ruiva - Julho 2010

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A novidade que circula pela vila, e que nos dá conta que a União Desportiva Messinense terá que jogar em Salir as partidas em “casa” da época 2010/2011 do campeonato da 3ª Divisão Nacional de futebol, é absolutamente reveladora da falta de estratégia, de planeamento e de visão que grassa nos paços do concelho. É vergonhoso e de uma incompetência a toda a prova que um concelho como o nosso não tenha um único campo capaz de satisfazer as novas normas (que já não são assim tão novas) da Federação Portuguesa de Futebol.

Quando, há quase 15 anos, a CMS anunciou que iria construir, em cima de uma estrada pública, aquele que é hoje o pavilhão da Escola EB 2 +3

de Messines, um grupo de cidadãos prontamente “gritou”: Aproveite-se esta altura e retire-se o Campo Municipal (ou Estádio, com alguma dose de boa vontade) daquela zona, construa-se o pavilhão no local do campo e abra-se uma avenida entre a zona comercial de Messines e a zona dos serviços públicos (que nessa altura desabrochava).” Foram “gritos mudos” que tiveram o seu epílogo numa célebre Assembleia Municipal onde a senhora presidente, visivelmente irritada por alguém ousar contrariá-la, nos informa que o dinheiro servia para aquele pavilhão ou para nenhum! Ainda assim votos a favor só do PSD… os outros abstiveram-se e foram brindados com a não menos célebre frase: “Os abstencionistas são como os homossexuais…”

Já depois da construção do pavilhão o “Estádio Municipal” sofreu obras de fundo. Colocou-se a relva sintética, ampliaram-se os balneários, embelezou-se a zona envolvente… Tudo pago pela autarquia. Já com o “mal feito” surge uma proposta (que me foi apresentada pelo José Carlos Araújo e que julgo de sua iniciativa) de retirar dali o “campo da bola” e fazer um Complexo Desportivo na zona do Furadouro,  o negócio implicaria a permuta dos terrenos e tinha elevado interesse para a vila. Como sempre “bateu na trave” e da presidência ficou claro que não havia interesse nisso. Por certo alguém no executivo PSD conseguia ver naquele campo algo que manifestamente mais ninguém via. Foram várias as pessoas que tornaram públicas opiniões que, como a minha, questionavam esses investimentos. Como poderia crescer o Estádio?! Responderia aquele espaço às necessidades que o futuro nos colocará?! Poderia a vila continuar dividida ao meio por um estádio obsoleto e limitado?! Não mereceria Messines um verdadeiro Estádio, que fosse além do futebol?

Não era preciso ser um génio para ver que iríamos chegar onde chegamos: à situação absolutamente ridícula de ter num raio de 100 metros 2 pavilhões e um Estádio Municipal e de, para poder disputar uma partida oficial de Futebol ou Futsal (por exº), termos que nos deslocar a Armação de Pêra (no caso do Futsal) e a Salir (no caso do futebol). Tudo porque nenhum dos pavilhões tem as medidas oficiais e o Estádio, de acordo com as novas normas, precisaria de ser alargado… O problema é que não há por onde alargar e mesmo que se “invente esse espaço” estaremos a insistir no mesmo erro: olhar para o curto prazo.

O contribuinte e munícipe silvense deve reflectir sobre estas coisas e exigir responsabilidades a quem tomou as decisões erradas sem ouvir ninguém. Deve sobretudo ter em conta que as pessoas que delinearam toda esta anedótica estratégia são as mesmas que agora querem comprar a Fábrica do Tomate para centralizar serviços - sem qualquer espécie de estudo ou plano de encargos fiável que sustente a decisão – ou construir numa aldeia como São Marcos da Serra um Museu e uma Estalagem condenados ao fracasso!

Iremos, por certo, assistir a acesa discussão sobre o Estádio Municipal. Tomara que a solução apresentada pela Câmara não seja novamente uma solução de curto prazo. Aquilo que há 15 anos parecia a solução ideal (porque se fosse feito hoje teria mais 15 anos pela frente o que daria uma vida útil de 30) hoje não o é. Passar o Estádio Municipal para o Parque de Feiras e Mercados irá no curto prazo revelar-se uma má decisão. Aquela zona será por excelência o novo centro da vila… ali deverão pensar em construir um Terminal Rodoviário, zonas comerciais e outras infra-estruturas de menor dimensão e de localização tipicamente central.

 

PS - Espero que o Dr. José Paulo Sousa não me processe por usar uma foto sua neste artigo!!

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Não pude deixar de me rir quando me contaram pormenores da recepção da União Desportiva Messinense nos Paços do Concelho para a merecida homenagem após a subida de divisão e a vitória no Campeonato da 1ª Divisão Distrital.

A cerimónia foi marcada (sabe-se lá porquê) para as 20:30H e os incautos jogadores do Messinense terão suposto que haveria lugar a um jantar, um beberete… uma “sandocha” que fosse! Vai dai lá foram de “barriguinha vazia” ouvir os elogios que a senhora presidente tinha para lhes dar.

Uma vez chegados ao local começaram a perceber que afinal talvez não houvesse nada para “picar”. Ainda mais alarmados ficaram quando, já perto das 21H, chegam notícias de que a senhora presidente acabava, tranquilamente, de jantar na Marisqueira Rui.

Já depois das 21H, perfilados em frente ao “palanque” os jogadores foram agraciados com discursos de circunstância proferido por quem, de barriguinha cheia, estava ali para durar.

No final, com a barriga vazia mas com o ego cheio, os jogadores messinenses voltaram a casa… já a nossa presidente deve ter ido dar um passeio… para “desmoer”!

Para a próxima “aviem-se em terra” rapazes… E parabéns pela subida!

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Não podia deixar de dar os parabéns à União Desportiva Messinense pela subida à 3ª Divisão Nacional conquistada no passado sábado em Silves.

 

A equipa volta assim ao seu "habitat" natural: a 3ª Divisão e o lugar de destaque no panorama futebolístico do concelho. Excelente trabalho o da nova direcção e equipa técnica que, sem sacrifício de maior para as camadas jovens e as outras modalidades, conseguiram a proeza da subida de divisão.

 

Sábado, em casa, a última jornada será por certo de casa cheia na saudação e reconhecimento dos messinenses ao seu clube. Por certo nem a vitória "lampiona" nem a visita do Papa deixarão que tal feito caia no esquecimento.

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Museu. Continua nos orçamentos da Câmara Municipal de Silves uma verba de cerca de 1 milhão de euros destinada ao Museu do Azeite de São Marcos da Serra! É curioso que se queira fazer um museu do Azeite em São Marcos! Apenas vislumbro a hipótese de essa honra se dever ao facto de os “serrenhos” apreciarem o azeite nos temperos do dia a dia, porque se o motivo do museu é o facto de aldeia ter um Lagar então muitos mais terão que ser feitos por esse Algarve fora. Abrir um Museu não pode ser uma “vulgaridade”, tem que ter critérios e um suporte histórico ou económico que realce a importância do espaço.

 

Parece que os exemplos de Foz Côa e do Palácio do Trigo não serviram de nada? O problema de São Marcos não se resolve atraindo 50 “gatos-pingados” por ano a um Museu deslocado e caro demais para o concelho. O problema de São Marcos resolve-se criando condições para as pessoas se fixarem na freguesia… quem sabe investindo esse milhão de euros na plantação de oliveiras e na recuperação do lagar, deixando o museu para daqui a 100 anos…

 

 

“Roullotes”. Parecem cogumelos plantados pelo barrocal e litoral algarvio. São em parte viajantes que escolheram este meio como o mais barato para “palmear” a Europa. Há depois aqueles que vieram para ficar mais ou menos definitivamente. Fixam a “roullote” com uns tijolos, fazem um esgoto, uma vedação… eventualmente uma piscina e por cá vão vivendo – quase sempre em reservas agrícolas e ecológicas – sobre terrenos que compraram por “mil contos”, livres de licenças camarárias e de taxas, quase como se para eles as regras não se aplicassem. Há ainda os outros, os perigosos... ninguém sabe bem quem são nem o que vieram fazer. Ninguém sabe o que levam dentro da “casa ambulante” ou as intenções que os trouxeram a estas paragens. Podem ser assassinos em fuga, pedófilos, ladrões, traficantes de droga, etc… ninguém sabe e ninguém parece querer saber. Desde que conduzam uma “roulotte” e apresentem um ar de “bom e afável cámone” ninguém se preocupa em pensar em mais nada. Sugiro que se aproveite um dos muitos funcionários da CMS, “arrumados” nos “calabouços” do edifício da Câmara à espera de serventia, para fiscalizar as “roullotes” deste concelho e cadastrá-las. As que estão permanentes, as que passam e as que ficam só uns dias. Isso sim era serviço que interessava aos cidadãos e que podia evitar males maiores.

 

Torneios. A Casa do Povo e a UD Messinense mostraram o melhor e o pior de cada uma neste recente episódio dos Torneios de Futebol em Simultâneo (TFS). Quero acreditar que foi por coincidência que, numa vila com 4 mil habitantes, se organizam 2 eventos iguais, destinados ao mesmo público, com o epíteto Torneio de Verão… em simultâneo e numa altura em que o Verão – padrinho de ambos os torneios – ainda nem sequer tinha começado. O resultado foi que as equipas eram as mesmas nos dois torneios, os jogadores eram os mesmos e até houve necessidade de certas equipas decidirem a que jogo iriam comparecer por jogarem nos TFS à mesma hora.

 

Faz lembrar a guerra TVI vs SIC em que o Moniz combate as 3 novelas da SIC com… 3 novelas na TVI precisamente à mesma hora. Franscisco Vargas Mogo, se fosse vivo, não iria gostar nada desta situação, ainda mais sendo o seu nome usado para engrandecer um dos torneios.

 

Se os TFS foram por coincidência é sinal que há uma gritante falta de diálogo entre as duas instituições (que ao que consta até partilham inúmeros colaboradores). Se foi para ver quem é o melhor… tenho que dizer que existem melhores formas de provar a superioridade institucional. Deixo a sugestão: Que tal uma corrida, do Café Aliança à Casa do Povo, entre o José Piasca e o Pedro Masdcarenhas?!! Quem ganhasse levava à taça e para o ano não “se vingavam” no torneio! Bom Verão a todos.

 

In: Terra Ruiva - Julho de 2007

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Custa-me entender como é que numa vila tão pequena como Messines a comunicação entre as instituições é inexistente. A testemunhar isto mesmo temos os dois torneios de Futebol de Verão realizados em simultâneo… com os campos separados por poucos metros e os adeptos da modalidade condenados a “espreitar” um bocadinho de cada torneio na tentativa de ver amigos e conhecidos a jogar no respectivo Torneio de Verão.
 
Até é engraçado que, começando hoje o verão, já se tenham iniciado os dois torneios.
 
Quando, há 7 anos, com a ajuda do Chico Cuiça, organizei o Torneio de Verão para Atletas Amadores não havia em Messines qualquer torneio da modalidade. No ano seguinte a organização ainda foi da nossa autoria mas depois a Casa do Povo teve a iniciativa de fazer o que lhe competia e responsabilizou-se pela organização do evento.
 
Recentemente o Messinense também quis aproveitar o Verão para lançar o seu torneio. Deu-lhe o nome de Francisco Vargas Mogo e eu aposto que, se fosse vivo, o homenageado ficaria bastante irritado pela falta de comunicação flagrante entre o Messinense e a Casa do Povo. Chegou-se ao ponto de a mesma equipa ter que escolher o jogo a que iria faltar por jogar à mesma hora nos dois torneios. Ridículo.
 
Ainda acrescento que, havendo dois torneios, pelo menos um deveria ser destinado aos não federados. Deveriam pensar naqueles atletas que, como eu, gostam de “brincar” ao futebol e não se sentem estimulados a jogar no mesmo torneio onde joga toda a equipa do Messinense, meia do Silves e umas dezenas de futebolistas profissionais (ou semi-profissionais). Como é obvio ninguém gosta de fazer o papel de “saco de boxe” e isso afasta muita gente de Messines em benefício de muita gente de fora.
 
Um dos factores que tornou o nosso saudoso torneio polémico e inesquecível foi precisamente a condição de não se aceitar a inscrição de jogadores federados. Quem se lembra sabe que foi um Torneio divertido, bem disputado, emotivo e com imenso “fair play”. Até se descobriram alguns talentos escondidos por trás da “barriguinha” de cerveja.
 
É caso para perguntar se Zé Piasca e Pedro Mascarenhas estão com medo que o verão acabe?? Apesar de amigos... cartão amarelo para os dois…

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