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Na terra do verdadeiro Sócrates o PASOK – Partido Socialista Grego – passou, em 5 anos, de 45% nas sondagens para pouco mais de 4%. Do seu seio nasceram novos partidos e dos seus cacos já nada deverá nascer, restando-lhe ficar no limbo político grego durante anos. Este facto deveria servir de aviso a muitos dos que se acham “insubstituíveis”, mas infelizmente não serve.

 

Há muito que digo que não é preciso ser do PS para se ser socialista. Há muito que digo que a partidocracia instalada no nosso sistema político é a responsável pelo estado a que chegamos. Há muito que deixei de acreditar no PS, no PSD, no CDS-PP… e com essa descrença não passei a acreditar no PCP, no BE ou nos tradicionais partidos que lutam por assento parlamentar acenando com discursos utópicos e retrógrados. E como eu, muitos. Mas, outros tantos continuam a acreditar no poder dos partidos, não tanto pelo que podem fazer pela sociedade, mas pelo que podem fazer por si próprios… é por isso normal que ainda faltem uns anos para que as coisas mudem de forma visível. Nas urnas a metade que não vota continua a ser projetada pelos analistas como “uma massa anónima afastada da política” que se deixa representar pelos que votam… perigoso erro esse!

2015 é ano de Eleições Legislativas. Não será fácil a esta distância, e com o ritmo a que sucedem os acontecimentos políticos, fazer prognósticos sobre quem vencerá. Resta pois opinar. O tratamento dado ao país pelo PSD valer-lhe-ia, em qualquer país normal, uma pesada derrota nas urnas. Por cá sabemos que não será bem assim.

Do lado do PS a vitória parece mais plausível. Apesar de reconhecer alguma competência em António Costa, basta-me olhar para o restante “retrato de família” para perceber que a “trupe de Sócrates” se prepara para voltar… à política, aos negócios, aos bastidores… ao poder. É de arrepiar.

 

A propósito de Sócrates importa esclarecer: a encenação da sua prisão foi vergonhosa. O Ministério Público e os que “convocaram” os jornalistas para aquele espetáculo deplorável deveriam sofrer consequências dos seus actos. Admito que muita da fundamentação do MP para mantê-lo preso possa carecer de prova, mas a questão aqui é sobretudo moral. O argumento de que veio de livre vontade, sabendo que ia ser preso, e por isso é um corajoso mártir... não cola. Todos os grandes burlões e vigaristas da história acharam que nunca seriam apanhados. Acham sempre que não deixam rasto, que “os outros” não se atreverão a denunciá-los e que todos são estúpidos.

Moralmente Sócrates não tem desculpa. O “seu motorista” já admitiu que recebia uma parte do salário “por fora”, como forma de fugir aos impostos e à segurança social. Ora, na minha opinião, quem, como Sócrates, durante anos, perseguiu os contribuintes e taxou mais e mais os rendimentos dos portugueses não pode moralmente fazer uma coisa destas. É inadmissível, e justifica só por si uma pena de prisão. Tudo o resto será arquivado mal o PS chegue ao poder, como de resto é fácil antever pelo rol de visitas que tem tido por parte de “amigos”, mas na minha memória ficarão estas falhas de carácter…. que em Sócrates sempre foram demasiadas para serem apenas “vinganças alheias”, por isso, pelo menos estes dias em Évora, já me deixam um pouco mais aliviado. Como dizia Lincoln: "Podes enganar pouca gente durante muito tempo, podes enganar muita gente durante pouco tempo, o que não podes é enganar toda a gente o tempo todo."

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Um ano e meio...

10.06.12

Um ano e meio… é aquilo que nos separa da Grécia e que separa a Espanha de nós. Nada impede que as coisas se precipitem e que essas diferenças se esbatam, mas o destino será idêntico para os três.

Neste momento o Syriza, um partido de “extrema-esquerda” sem programa, sobe nas sondagens e prepara-se para ser poder na Grécia deixando o “bloco central” lá do sítio em sérios problemas. Por cá ainda não se vislumbra o Syriza… mas já se vislumbra a falência do “bloco-central”. Com 1 ano de poder o PSD apresenta os primeiros sinais de desgaste e o PS tem pela frente um problema “bicudo” chamado PPP’s.

Correndo o risco de ser “ultra-radical” eu diria que quanto mais tempo o PS levar a pedir a prisão de Sócrates e da sua pandilha, mais desacreditado fica. Quem com o ordenado de primeiro-ministro consegue ter o património que tem e viver em Paris “à grande e à francesa” não pode alegar que se enganou nas PPP’s… um mestre da gestão pessoal não pode ser um desastre na gestão pública. Tresanda a corrupção. O PS precisa de ser refundado, precisa de um reset… precisa de se ver livre dos Varas, dos Coelhos, dos Seguros, dos Santos, dos Penedos… até dos Serpas… precisa de um “golpe de partido”.

Os portugueses estão a mudar o seu pensamento. Todos os dias sabemos um novo detalhe sobre a “partidocracia” em que vivemos. Desde o SIED ao Alberto João Jardim, todos os dias o bloco central dá um tiro no pé. Até os naïfs, como eu, estão fartos…

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Nem dois dias tinham passado sobre o anúncio das medidas de austeridade impostas pela “troika” ao nosso país e já os dois principais partidos portugueses demonstravam que tudo o que seja mexer com os seus interesses não é bem-vindo.

É sabido que uma das medidas impostas passa pela redução significativa do número de autarquias, coisa que aliás é defendida por muita gente há anos e anos. Ora PS e PSD já vieram dizer que têm dúvidas em relação à diminuição do número de concelhos, porque por essa Europa fora os “concelhos” têm médias de habitantes inferiores à nossa. Isso é verdade… esqueceram-se foi de dizer que nenhum país europeu tem um modelo de administração do território de 3 níveis (Governos Civis, Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia), como sempre compararam o que não é comparável.

Certo, certo é que, se PS e PSD já levantam reservas e o dinheiro ainda não chegou, depois de cá estar a “guita” não haverá um único concelho a desaparecer neste país. É preciso meter as “clientelas” em algum lado e diminuir o número de concelhos é sinónimo do pior tipo de desemprego que existe: os boys desempregados.

Deste episódio da “troika” guardo ainda outra imagem que tipifica o pior que a nossa política tem para oferecer: as intervenções de Sócrates e Catróga no intervalo do jogo Barcelona –Real Madrid, horas antes do anúncio das medidas de austeridade. É já de si significativo que se escolha o intervalo de um jogo entre duas equipas espanholas para fazer tal comunicado ao país, mas o pior foi mesmo o conteúdo das declarações. Sócrates, que durante semanas meteu a sua máquina partidária a “soltar” propositadamente hipotéticas medidas – duríssimas - para a opinião pública, deu um “duplo-mortal” e veio dizer que afinal “não ia doer nada”… graças a ela teríamos o 14º mês, o 13º mês, não haveria despedimentos na função pública e o ordenado mínimo não seria afectado! Foi uma “não-apresentação” patética e que assentou apenas num princípio: o aproveitamento político face a um povo que aos olhos do Primeiro-ministro é democraticamente curto de vistas e ignorante. Disse no fundo o que era essencial: “este acordo assenta no PEC IV que a oposição chumbou.”

Já Catróga, que mordeu o isco das más notícias propositadamente ventiladas pelo aparelho socialista e fartou-se de enviar patéticas cartas alarmistas, apareceu-nos visivelmente agastado pelo facto de as medidas não serem tão duras como o PSD esperava. Ainda assim tentou, pasme-se, sem conhecer o plano de resgate, assumir a “paternidade” do acordo que, de um momento para o outro, passou a ser trunfo eleitoral! Gaguejou, repetiu-se… e lá disse aquilo que era essencial: “este acordo é melhor que o PEC IV que nós felizmente chumbamos”.

Senti-me como um fantoche no meio deste joguete político vergonhoso. Se a máquina socialista fosse tão boa a governar como é na estratégia política seríamos seguramente o mais avançado país da Europa. Se a máquina social-democrática for tão má no Governo como é na estratégia estamos condenados ao terceiro mundo. Dizia-me um amigo que uma das razões pela qual os finlandeses ameaçaram não apoiar o plano de resgate português era o desprezo que sentem por quem gere mal dinheiros públicos. Desde sempre que quem o faz é penalizado nas urnas e corrido da cena política. Quando um finlandês olha para Portugal naturalmente estranha que um país falido tenha os principais responsáveis pela hecatombe das finanças públicas com 37% e 38% das intenções de voto nas sondagens! Certamente pergunta: “vou emprestar o dinheiro dos meus impostos a esta gente que durante os últimos 15 anos se abotoou com milhões e milhões de dinheiros dos contribuintes?! Então se não respeitam os seus contribuintes porque me haveriam de respeitar a mim?!”

Tenho fé que as próximas legislativas serão diferentes. Além dos 4 milhões de dependentes do Estado (em idade de votar), que sempre votam no seu interesse próprio, desta vez irão votar muitos outros. Muitos dos que normalmente se abstêm. Muitos daqueles que estão revoltados com este estado de coisas e que em anos anteriores nem se dariam ao trabalho de ir votar. É bom que o façam, porque se não o fizerem nada mudará. Vamos continuar a gastar mais do que temos, vamos continuar a pagar a “crise” com o nosso sacrifício, vamos continuar a assistir calados ao saque dos dinheiros públicos e ao parasitismo que domina o Estado. Pelos vossos filhos, vão votar no dia 5.

In. Jornal Terra Ruiva - Maio de 2011

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Quando ouvi na Renascença o líder do PSD falar sobre a questão do aborto, que dominou recentemente a campanha, escrevi no meu twitter que Passos Coelho tinha arranjado forma de cair 5% nas sondagens. À noite o director do Expresso disse na SIC que esse assunto não teria impacto algum nas sondagens... desta vez Ricardo Costa estava errado.

Se existe algum consenso sobre a "vitória" de PPC no debate televisivo com Sócrates é bom que se diga que no balanço das entrevistas que ambos deram à Revista Única desta semana Sócrates deu uma "cabazada" em Passos. O líder do PSD é claramente mal aconselhado, impreparado e liberal em demasia. Receio que se chegar a Primeiro-ministro as coisas fiquem bem piores do que estão, tantos são os que se preparam para deitar as mãos ao "pote" nas suas costas... duvido muito que Passos tenha pulso para meter tanto "abutre" no lugar.

Estamos pois num beco sem saída e temo que, qualquer que seja o resultado das próximas eleições, a maioria dos portugueses terá razões para continuar insatisfeita e desconfiada em relação aos líderes que teremos.

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Quando Sócrates tomou posse eu era um dos entusiastas que festejou o facto. A forma directa e enérgica com que se apresentou ao país fez-me acreditar que o futuro de todos nós seria melhor com ele no “comando”. O início foi prometedor. Fez reformas importantes, mexeu com “lobbys” instalados e, já com Teixeira dos Santos à frente da pasta das finanças, reduziu o défice de forma espectacular. É claro que hoje sabemos que já nessa altura ignorou avisos e sinais sérios do que ai vinha… confiou na sorte.

 

Chegados ao último ano do primeiro mandato Sócrates mudou e passou a preocupar-se apenas com o poder, com o aparelho partidário e com o seu ego. Eu, tal como muitos outros portugueses, não me apercebi de imediato disso. O anúncio do final da crise, os recuos na educação e na justiça, a redução do IVA, os aumentos na função pública e a ruinosa actuação no caso BPN foram prenúncios preocupantes mas, pensei, “que raio! O homem saberá o que está a fazer!” Votei novamente Sócrates mas com enormes reservas e sempre esperando que o PS fosse capaz de chamar o Primeiro-ministro à razão.

O segundo mandato foi vergonhoso. Apenas e só estratégia política… “real politik” no seu estado puro. Tudo preparado ao pormenor para forçar a queda do Governo logo após a tomada de posse do Presidente da República. Mentiras todos os dias e, como se isso não bastasse, a contribuição diária para a instalação de um clima de terror no país. Quem está atento e informado sabe bem que Sócrates acusa hoje o PSD de querer fazer aquilo que ele sabe à partida que fará se for Governo mas não é capaz de assumir.

O congresso do PS foi para mim a “gota de água”. Como é possível uma coisa daquelas?! Nem em Cuba um congresso tem aqueles contornos de culto ao líder e total desprendimento em relação às óbvias responsabilidades que o Partido tem no estado do país. De lá para cá o discurso é sempre o mesmo: atacar o programa do PSD, imputar à oposição a responsabilidade de uma crise política que o próprio PS preparou e esquecer os 6 anos de governação concentrando as pessoas nas últimas 6 semanas.

Na semana passada, em vários locais, alguns “boys” abafaram com megafones e buzinas todos os que contestaram o líder e todas as perguntas inconvenientes dos jornalistas. Uma atitude inacreditável e com tiques ditatoriais. A diferença entre um líder democrata e um ditador não é a forma como lida com os que o apoiam… é sim a forma como lida com os que o contestam. Sócrates nisso é um Hugo Chávez e eu não quero ser acusado de ter contribuído para que tal tipo se perpetue no poder. Arrependido estou de o ter ajudado a chegar até aqui.

Ontem, em Évora, mais uma vergonha para todos os socialistas. A máquina de propaganda de Sócrates “importou” de Lisboa algumas dezenas de moçambicanos que sem saberem ao que iam (foram convocados pela Embaixada de Moçambique) serviram para mostrar às televisões os tais africanos que dava jeito ter para contrapor ao “africanista” do PSD. Quem usa assim pessoas, quem manipula assim o seu próprio povo é perigoso. Muito perigoso. Nestas eleições não está em jogo a ideologia... está em perigo a democracia.


Aqui ficam os videos que por estes dias deveriam fazer com que os responsáveis pela situação se retratassem e explicassem o que aconteceu ali e o que se prometeu aquelas pobres pessoas para ali estarem:

 

 

 

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“Quem não consegue recordar o passado está condenado a repeti-lo.” – a frase é de George Santayana, filósofo espanhol, e aplica-se como uma luva à situação que neste momento confronta os portugueses.

Precisávamos de um Primeiro-ministro em Portugal que actuasse em função da realidade do espaço europeu. O modelo quase venezuelano que este PM tem tentado impor-nos apenas nos conduzirá a mais pobreza, mais desigualdade social, mais degradação e mais corrupção.

É evidente que é necessário defender o Estado Social, a escola pública, a saúde para todos, a justiça e a igualdade de oportunidades. Mas temos que saber fazer isso dentro de um espaço europeu que diariamente cria regras e mecanismos tendo como objectivo outras políticas. Políticas que passam por uma diminuição do peso do Estado na economia, por um incentivo à iniciativa privada e por uma atitude fiscalizadora e mais interventiva do Estado na regulação da economia.

A Alemanha tem melhores escolas que Portugal, tem melhores hospitais que Portugal, tem auto-estradas gratuitas e consegue tudo isso colocando os privados a potenciá-lo. Por cá acenam-nos com o fantasma do fim do Estado Social quando se pretende abrir a saúde e a educação aos privados (como se isso não existisse já!!! ). Foi assim que Chávez chegou ao que é hoje na Venezuela, foi com este discurso que assustou o povo e conseguiu o poder. E hoje sabem o que acontece por lá? O ensino e a saúde são todos públicos mas nem todos conseguem aceder a eles. Paradoxal! É que um venezuelano pobre morre sem ser visto por um médico porque esse médico atende apenas os venezuelanos que conseguem pagar “por fora” para serem atendidos. As escolas novas e com bons corpos docentes são apenas frequentadas por venezuelanos que conseguem “subornar” os directores da escola. Os polícias protegem apenas os cidadãos que conseguem pagar para isso (e muitas vezes são corrompidos até pelos próprios bandidos). Este é o caminho do mais Estado. Aqui, na Venezuela, em Cuba e qualquer outro lugar.

Em suma o que quero dizer é que se o objectivo é manter esta linha o melhor é que o PS passe a defender a saída da zona euro. Se é para agitar os medos das pessoas e fazer aproveitamento político das inseguranças e vulnerabilidades da nossa sociedade então que se adopte já o modelo venezuelano… vamos para um socialismo duro em que se abate tudo o que não é Estado e se manda a população para a miséria de uma vez por todas.

Se querem um socialismo moderno e europeu, então acordem para a realidade e percebam duas coisas: o Estado tem que ser o garante dos direitos consagrados na constituição, tem que ter um papel interventivo e vigilante reservando para si o controlo da situação. Não concordo com as privatizações da CGD ou das Águas de Portugal mas sou favorável à privatização de um dos canais da RTP (ao encerramento dos caprichos RTP N, RTP M, direitos de transmissões futebolísticas, vedetas da TV, etc…) ou da TAP.

Nenhum país tem sucesso enquanto a iniciativa privada for esfolada para sustentar um Estado gastador e ineficiente.  

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Sócrates, com um Teixeira dos Santos que mais parecia um menino que tinha acabado de levar “táutáu” ao lado, apresentou ontem ao país as medidas que não vamos ter como contrapartida ao plano de resgate. Tratou-se de uma “não-apresentação”. É de facto um grande “artista” este PM. Para quem assistiu ficou a ideia de que estávamos perante uma redundante vitória do Governo… apesar da cara de Teixeira dos Santos nos causar alguns calafrios.

Logo de seguida o PSD voltou a “espalhar-se” ao comprido, com um Eduardo Catróga ridículo, a meter os pés pelas mãos e a reclamar que estávamos perante uma “vitória” do PSD que sempre tinha dito que o PEC IV não chegava!!!! Eu lembro-me é de virem dizer que não iam sacrificar mais os portugueses e que o PEC IV era demais!!! Em que é que ficamos?! Outro grande tiro no pé foram as cartas que o senhor Catróga andou a mandar (5 até à data) ao Governo, pedindo para saber a real situação do país e sempre com a mensagem implícita de que a dívida era bem pior do que o Governo dizia… pois bem, parece que afinal nem serão necessários os € 80.000.000! Parece que € 78.000.000 chegam, não é grande diferença mas chega para deixar Passos Coelho em mais uma situação complicada. Catróga e Nobre são de facto uma bela dupla de pontas de lança.

Hoje vamos conhecer na íntegra o plano. Se for, como se espera um ataque à despesa do Estado então aqueles que achavam que o FMI deveria entrar em Portugal estavam certos e ainda bem que vieram. É que nenhum Primeiro-ministro conseguiria atacar o “monstro” sem a imposição externa. Evidentemente o dia de hoje custará bem mais a Sócrates e seja qual for o resultado eu contínuo a achar que ele é o grande problema do país nesta altura.

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São cada vez mais as vozes que se levantam a favor da responsabilização dos políticos pelos seus actos de má gestão. Na sociedade civil a má gestão pode ser criminalizada e não há razão nenhuma para que a gestão da coisa pública não adopte as mesmas regras.

A questão das energias renováveis, que este Primeiro-ministro apresenta como um grande negócio e uma das gloriosas obras do seu Governo, mais não é do que um roubo aos contribuintes e um esbanjar de dinheiros públicos (tal como o Magalhães ou o TGV). Já todos sabemos que os estudos que sustentam estas obras draconianas são feitos “por medida” e oferecem sempre as mais variadas leituras, mas basta ser honesto e ter uma calculadora (já nem digo saber fazer contas) para saber de que falamos verdadeiramente quando o assunto são as energias renováveis.

A questão é muito simples, cada vez que o Primeiro-ministro, ou alguém do Governo, nos diz que Portugal tem 2/3 da energia provenientes de energias renováveis o que ele realmente quer dizer é que a capacidade instalada representa 2/3 da energia que o país consome. Coisa bem diferente, uma vez que para que os tais 2/3 fossem um facto todos os parques eólicos, barragens e painéis solares tinham que funcionar a 100%.

 

O grave disto é que o Estado anda a “estourar” dinheiros públicos incentivando o senhor Mexia e os seus amigos a instalar parques eólicos, painéis solares e tudo o resto com contas feitas sempre a partir da tal “Capacidade Instalada”. Ou seja, o investimento é feito esperando um retorno impossível de alcançar. As contas são simples de fazer: um parque eólico em Portugal, de acordo com especialistas, tem uma capacidade de produção que ronda os 25% da capacidade instalada. Uma barragem que produza energia tem uma capacidade de produção que ronda os 52% da capacidade instalada. Um projecto fotovoltaico tem uma capacidade de produção de cerca de 70% (uma vez que apenas é considerado o período do dia).

Para a propaganda do Governo faz sempre vento, as barragens estão sempre cheias e não existem dias nublados. Não viria mal ao mundo se não fossem os contribuintes a suportar mais este embuste que mais dia, menos dia, nos cairá nas mãos. É claro que eu gostaria imenso que Portugal fosse um exemplo Mundial nesta área, infelizmente estamos a ser um exemplo porque temos responsáveis políticos que nos estão a enganar a todos… ninguém em nenhum outro país avançou com este projecto de renováveis por uma simples razão: os responsáveis políticos são isso mesmo, responsáveis, vai dai… fizeram contas, viram que não era rentável nem sustentável, perceberam que estariam a hipotecar o futuro do país e tiveram medo de serem responsabilizados por isso. Nós por cá não temos problemas desses porque ninguém, jamais, será responsabilizado por nada.

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Há duas coisas que não mudam nunca neste país… o terrível medo da mudança que nos leva a preferir continuar no fundo do poço a arriscar o desconhecido e a curta memória das pessoas em relação aos vigaristas e aldrabões.

Por aqui se começa a escrever a vitória de Pirro que Sócrates terá no dia 5 de Junho. Campos e Cunha, Freitas do Amaral, Luís Amado, Mário Soares e até mesmo Teixeira dos Santos são nomes insuspeitos que já perceberam bem (uns de forma mais exposta que outros) que estamos entregues nas mãos de um louco e de todo o seu séquito, sequito esse que não arrisca ir para o “fundo de desemprego” nos tempos que correm e por isso se agarra com unhas e dentes ao “tacho”.

Existe ainda outra característica dos portugueses que é a de não pactuarem com oportunistas. Passo Coelho irá sofrer uma derrota histórica e será colocado na prateleira de ex-líderes do PSD ao lado de tantos outros, mas com uma nuance… de todos foi o mais imbecil! Cada gesto, cada discurso, cada opção tomada apenas com as eleições em vista foi um erro grosseiro. Os 12% que desceu nas sondagens têm um nome: Fernando Nobre. Os votos que Nobre teve nas presidências não são dele, tal como não eram de Manuel Alegre antes! Esses votos não são de ninguém… são o reflexo de pessoas que estão fartas de oportunismos e jogadas políticas… só mesmo um imbecil pensaria que essas pessoas iriam votar num candidato que entra sem pingo de vergonha nesses esquemas.

 

Mas voltemos a quem ainda nos governa e se tem concentrado em sacudir a água do capote… Ainda ontem o Jornal de Negócios demonstrava claramente mais uma mentira gravíssima deste Governo, verdadeiramente disposto a tudo para conservar algum controlo sobre o aparelho do Estado. Dizia o título “Governo anula défice com atrasos nos pagamentos e serviços em ruptura”… para os mais desatentos a propaganda que assistimos recentemente e que nos dava conta de um “superávit” no primeiro trimestre foi conseguida contabilizando as receitas todas e empurrando grande parte das despesas para o trimestre seguinte… ou seja, se eu este mês não contabilizar a conta da água, da electricidade, a renda da casa, a tv cabo, a escola dos miúdos, etc… fico com um saldo bancário porreiro… o problema é que no mês que vem não tomo banho, ando às escuras, o senhorio quer pôr-me na rua, não vejo televisão e os miúdos voltam para casa. É este o calibre da gente que nos governa, da mesma gente que conhecendo o estado em que estava o país aumentou os ordenados da função pública, negou os pagamentos nas SCUT e avançou para o aeroporto, o TGV, a 3ª auto-estrada Lisboa-Porto e a a 3ª ponte sobre o Tejo. IRRESPONSÁVEIS!!!! Esta gente deveria responder em tribunal por isto.

Completamente borrado de medo Cavaco assiste a tudo sem ser capaz de dizer mais do que acrónimos tipo “fê-ê-ê-fê”… não admira pois que 37% dos portugueses, de acordo com o barómetro Marketest, não saibam o que fazer!!! Eu não sei o que vou fazer! Votar em branco ou abster-me está fora de questão… acho aliás que os portugueses irão em massa votar porque têm consciência da importância destas eleições. Contribuir para a continuação deste modelo económico assente na protecção da banca, da especulação financeira e das privatizações de empresas que não devem sair das mãos do Estado também não posso… resta-me talvez algum consolo ideológico nas soluções de esquerda e terei apenas que decidir qual é mais fácil de digerir e útil para o país.

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Foi brilhante a estratégia de José Sócrates para “apear” Passos Coelho da perspectiva da maioria absoluta, que os barões do PSD pareciam já celebrar. A forma como apresentou - de surpresa, consumado e inegociável – o PEC4 obrigou Passos Coelho a tomar, também ele, uma posição firme (em muito motivada pela pressão dos tais barões que já não conseguiam resistir ao cheiro de poder). Após a declaração de que o PSD chumbaria o PEC apareceram os Ministros do costume a dizer que afinal tudo foi um lapso, que estavam dispostos a negociar, que tudo não passava de um conjunto de intenções. A coisa funcionou como o previsto e toda a oposição, com o PSD em destaque, passou a carregar o peso de derrubar um Governo numa altura tão crítica como esta para o país.

Não haverá português que não tenha chegado já à conclusão que a oposição fez exactamente o que o Primeiro-ministro queria que fizesse. Que tudo foi planeado. Tudo à excepção do volte-face dos banqueiros, “borrados” de medo com os sucessivos cortes de rating. Isso Sócrates não tinha previsto e, como diz hoje Miguel Sousa Tavares no seu artigo semanal no Expresso, foram esses mesmos banqueiros o seu “pelotão de fuzilamento”. Obrigado a vergar e pedir a intervenção do FEEF, Sócrates terá dado à oposição um “brinde” com que não contavam e que lhes permitirá tentar recuperar nas sondagens.

Estrategicamente, como disse, Sócrates foi perfeito. Não só agora, mas durante todo o tempo em que Governou. De facto a “realpolitik” – política prática e estratégica desprovida de qualquer base ideológica e de verdade - parece ser o seu forte. Golpe atrás de golpe, encenação atrás de encenação, o “homem” lá vai conseguindo “colar” o Partido e fazendo muitos militantes engolir “sapos” ou baixar a cabeça envergonhadamente quando confrontados com os factos nus e crus. Factos que todos conhecemos e que a actual encenação tenta fazer esquecer, passando a ideia de que tudo ia bem até à oposição se ter “coligado” contra o Governo.

No próprio dia em que anunciou que Portugal iria solicitar a ajuda do FEEF, José Sócrates ensaiou a comunicação ao país. Em mangas de camisa preparou o comunicado, ensaiou o teleponto, perguntou aos seus assessores para que câmara deveria olhar… qual o favoreceria mais e daria o efeito “vítima” que desejava passar. Esta é a imagem perfeita do Primeiro-ministro. Um homem frio, calculista, que não hesita em mentir, manipular e iludir os portugueses para obter vantagens políticas. Dias antes tinha chegado ao ponto de dizer que na reunião do Conselho de Estado, convocada por Cavaco Silva e onde Sócrates tem assento por inerência de funções, a hipótese de um pedido de ajuda externa não foi sequer discutida!!! Todos os outros conselheiros disseram que tal tema esteve sobre a mesa (seria até obrigatório que estivesse, uma vez que era a única saída visível para a situação do país). O que Sócrates quis dizer foi que pessoas da esquerda, da direita, antigos Presidentes da República, notáveis… todos ouviram mal ou tentaram mentir-nos?! Apenas ele disse a verdade?!!! Não admira que recentemente um jornal europeu tenha caricaturado José Sócrates como um condutor em contra-mão numa auto-estrada cheia de carros.

Eu odeio estratégias políticas. Odeio que me mintam. Odeio que me tentem manipular. Não me recordo de nenhum líder socialista que tenha tratado os militantes e os portugueses desta forma. Ao ver as imagens do congresso do PS e a farsa que tudo aquilo é apetece-me sair, entregar o meu cartão de militante e demarcar-me “deste” Partido Socialista que nada tem a ver com o PS no qual me filei há cerca de 15 anos. O que sobra a estes dirigentes em sobranceria, vaidade e oportunismo falta-lhes em ética, moral e idealismo. Deveria mesmo sair daqui (até porque muito mais são os que desejam que saia do que os que gostariam que ficasse) mas lembro-me depois das palavras de Mário Soares quando diz que a única forma de os partidos se reestruturarem é através da pressão e da crítica interna de militantes descontentes. Diz ele que não havendo pressão nem critica interna um partido entra em modo letárgico e com isso começa a afastar-se da realidade e acaba por definhar.

Até compreendo que quem tem aspirações ou ambição política tem o dever de apoiar se quiser vir a ser apoiado. Até compreendo que não havendo alternativa dentro do PS é preferível continuar com Sócrates do que ter o “troca-tintas” Passos Coelho e os seus “glutões do Presto” à frente do país. Mas é bom que alguém diga ao homem: “Porra pá! Se é para ficares faz alguma coisa bem feita, e por favor diz a verdade!”

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