Penedo Grande

Estou convencido que a grande maioria dos habitantes do Concelho de Silves só vão decidir o voto na última semana de campanha, porventura só no próprio ato eleitoral. Curiosamente o pessoal mais idoso está muito preocupado com a sua freguesia, o que pode originar um arrastamento de votos.


Do que vejo nas ruas, os eleitores da dra. Isabel Soares continuam a votar no PSD ou, eventualmente, vão para a abstenção e para o voto branco e nulo, mas não se transferem para os outros partidos (com exceção dos jovens laranjinhas da professora Isabel Soares). Estão desacreditadas da política e deste governo nacional. O PSD pode perder uns 1000 a 1500 votos em relação à votação anterior, mas mesmo assim ganhar as eleições. Acredito que o PSD pode ganhar todas as freguesias com exceção de Silves e São Bartolomeu de Messines.


À esquerda temos uma CDU em crescente com falta de garra, pois tirando Silves e São Bartolomeu de Messines continua a ter fraca expressão eleitoral. Pode atingir uns 5500 votos, que podem não ser suficientes para ganhar. Tem garantida a freguesia de São Bartolomeu de Messines.


O PS parece-me muita encenação e pouca aderência ao terreno. Pode acontecer uma diferença muito significativa entre os votos para a Assembleia Municipal e para a Câmara Municipal. Pode ganhar a freguesia de Silves, mas quer o PSD como a CDU também podem vir a ganhar a junta da sede de concelho.


O BE pode ter um resultado significativo especialmente nos meios mais urbanos e junto de um eleitorado mais jovem. Penso que poderá aproximar-se dos 2000 votos, o que seria um excelente resultado. 


Neste cenário pode acontecer PSD, PS e CDU com 2 vereadores e BE com um vereador. Uma Câmara Municipal de Silves verdadeiramente diferente.


Tudo pode jogar-se nesta última semana e no nível de abstenção.


Quem ganha? Acho que não está decidido. A desilusão das pessoas com os políticos e as políticas é imensa. Esta descrença parece castigar todos, com especial incidência no PSD e no PS (detentores do poder desde 1975). Prevejo um aumento significativo da abstenção e de votos brancos e nulos. Este descontentamento pode beneficiar o BE como voto marginal de protesto, principalmente entre os jovens e os eleitores mais urbanos.


Como os votos não são elásticos, admitindo que a sondagem representa o eleitorado a 9 de setembro de 2013, acho que ainda está tudo em aberto e os 20% de indecisos poderá fazer a diferença no dia das eleições.     


É o meu comentário.


António Guerreiro