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Blog de discussão política do concelho de Silves. - "Porque um concelho que exige mais dos seus políticos, tem melhores políticas e é um melhor concelho."
Tem o PDF do livro?
mais um profeta da desgraça
Para Marinho Pinto chegar a uns 15% não precisará ...
Fico satisfeito por ver que o rapaz ainda está viv...
O que eu gostei mais da entrevista foi de saber a ...
Outras das pessoas que prontamente acedeu ao meu convite foi o Dr José Paulo Sousa, ex-vereador do PSD na CMS, actual Presidente e dinamizador da Associação Amigos de Messines e, entre muitas oiutras coisas, influente comunicador que "deambula" entre Messines e Silves. O meu agradecimento pela honra que me concedeu em partilhar neste blog a sua opinião.
antes de escrever quero fazer uma declaração de princípios...
este texto representa o pensamento de alguém que acredita que os sacrifícios que estão a ser feitos, são necessários.
de alguém que tem e assume uma visão neoliberal da economia e da politica e que tem uma aversão quase endémica ao Estado Social.
de alguém que tem, também, duas qualidades/defeitos;
aceita as ideias dos outros, mesmo não concordando com elas e diz abertamente aquilo que pensa seja politicamente correcto ou não.
nas linhas abaixo vai o que penso sobre a votação do dia 29 de Setembro no concelho de Silves.
no passado domingo o povo votou, no concelho de Silves, como votou em mais trezentos e sete concelhos.
no nosso torrãozinho ao contrario do que se diz aí não foi a CDU da Dr.ª Rosa Palma que ganhou, essa obteve escassos 5495 votos, quem ganhou foi o poderosíssimo partido da abstenção que arrasou com 14703.
dá que pensar!
se a estes se juntarem os 686 votos brancos e os 470 votos nulos, preto no branco de 30547 eleitores 25053 não votaram CDU nem na Dr.ª Rosa Palma.
podia fazer o mesmo exercício para os outros dois candidatos e a situação ainda seria mais gravosa ...
podemos ver isto por outro prisma as politicas que a troyca impõe ao povo Português foram sufragadas por 52,94 dos votantes soma das votações e percentagens dos Partidos do centrão PS e PSD, isto apesar de imensamente criticadas e empoladas pela comunicação social, avida de noticias e de sangue o povo Português é um povo tendencialmente honesto e que sabe que tem de pagar o que deve.
e dito isto, o povo de Silves alheou-se do futuro do concelho 48.13 não se dignaram a ir ás urnas e 7.29% deram-se ao trabalho de lá ir sem escolherem ninguém dos que se candidataram.
só posso dizer está bonito está.
ganhou a CDU e a Dr.ª Rosa Palma, porque conseguiu capitalizar o descontentamento das inevitáveis politicas de ajustamento impostas pelo governo central, esse mérito teve-o; conseguir capitalizar, mas também não se pode esquecer duas, ou três variantes;
- o concelho de Silves é um concelho sociologicamente de esquerda.
- a ultima força politica a governar ,antes dos dezasseis do governo da Dr.ª Isabel Soares, foi a CDU.
- o protesto de uma franja , mais ideologica do eleitorado ia no sentido de fossem quais fossem os candidatos apresentados pelo PSD, pois que o CDS/PP quase não existe, tinha que penalizar esses candidatos ou seja, o povo pensou e quanto a mim erradamente, podes até ser o melhor candidato, mas és da cor do Governo , não posso penalizar o Governo logo penalizo-te a ti.
por isso para quem tivesse olhos de ver saberia à partida que o desgaste do Governo;
o quase desmantelamento do PSD a nível local, pois que a politica da Drª Isabel Soares de se incompatibilizar ou ostracizar todos os quadros que com ela trabalharam ao longo dos anos deixou um vazio de experiencia e conhecimento, que não foi nem de perto nem de longe superado pela avalanche de apaniguados novinhos, com muita formação mas sem experiencia de vida;
mais a fraquíssima qualidade das listas apresentadas, excepção feita ao Professor Rogério Pinto, ao Sérgio Antão e ao Luís Cabrita, levaria a uma mudança de cor politica na Câmara Municipal, restaria saber que a cor seria Rosa ou Azul , longe vão os tempos em que o PSD era Laranja e o PCP Vermelho ...
o trabalho era das máquinas partidárias.
pois que as propostas eram, no meu modesto entendimento, muito iguais e quem é que perde tempo a ler aquelas letras pequeninas.
os candidatos, que sobravam e não contabilizo o David do Bloco de esqueda que não entrava desde logo nestas contas, eram os dois credíveis, tinham ambos anticorpos e combatiam para capitalizar os votos dos desempregados e dos descontentes e desiludidos com o PSD.
era um trabalho de paciência ... acho que ambos os candidatos a tiveram.
sobrava uma variante, o partido de onde cada um era oriundo, será que a Rosa segurava os votos da CDU? será que o Serpa segurava os votos do Partido Socialista?
aqui, uma vez mais no meu modesto entendimento, residiu uma das razões da vitória da Dr.ª da Rosa Palma.
os comunistas ( e não é depreciativo o titulo) são fieis ao Partido, depois de escolhido o candidato porfiam no mesmo sentido e ponto final honra lhes seja feita nisso , como certamente em outras coisas, são bons tem uma militância exemplar.
o Partido Socialista, daquilo que me deu a entender, pareceu um saco de primas donas com um instinto de lacrau, o Serpa não foi aceite, não sei e nem tenho de saber porquê por uma parte do Partido e quando há contra correntes , não há Vieira da Silves , Seguros ou Zorrinho que valham, uma parte do partido socialista , não trabalhou nem votou Fernando Serpa.
por isto posso afirmar o PSD apesar da valia do seu candidato, trabalhei com ele 5 anos sei do que falo, estava condenado.
a professora Rosa Palma e a maquina bem oleada da CDU trabalhou porfiou e ganhou , os meus parabéns ,aliás bem cedo endereçados.
o PS autoflagelou-se e perdeu uma oportunidade de ouro para reocupar uma câmara que lhe foge desde 1993 do mandato José Viseu/Francisco Matos.
honra aos vencidos, gloria aos vencedores.
a vencidos e vencedores tomem em atenção o fortíssimo cartão encarnado que levaram do concelho via abstenção e votos brancos/nulos.
para concluir posso dizer a vitória da cdu foi mais uma vitoria de transpiração que de inspiração, mas isso é o meu pensamento só isso.
até já!
José Paulo Sousa
Chamou-me a atenção o post do JPS sobre os resultados das recentes eleições autárquicas no concelho de Silves. Não pela análise dos resultados em si, pois esta é uma discussão ao nível das discussões sobre futebol e, como tal, está sempre altamente contaminada pelas preferências pessoais, pelo que prefiro nem discutir. Mas sim pela afirmação temerária do autor em “...ter uma aversão quase endémica ao estado social...” .
É uma afirmação forte e impetuosa. Numa primeira leitura fiquei a pensar, bom temos aqui alguém que alinha com o modelo social radical do “cada um por si”. Depois ao ler a resposta a um dos comentários, já fiquei com mais dúvidas se o JPS terá mesmo a aversão que afirma ter ao estado social ou se tem apenas e só, aversão à utilização que alguns fazem do estado social.
Antes de dizer se somos contra ou a favor importa deixar bem claro o que é isso do estado social:
O estado social é um conceito socio-económico introduzido por um economista alemão, considerado até conservador, Lorenz von Stein, que adopta para o estado uma atitude participativa, com o objectivo de garantir direitos individuais, considerados essenciais, para manter um nível de vida necessário a uma participação activa na sociedade.
Trocando isto por miúdos, significa na minha opinião, que o estado deve garantir aos mais fracos condições mínimas, entenda-se meios financeiros, educação, assistência na doença e na velhice etc., que garantam aos mais desprotegidos algum amparo na adversidade, ou seja um filho de pais pobres, não terá por exemplo o acesso negado a uma educação superior. Acredita-se que deste modo, a sociedade como um todo irá beneficiar. Ao possibilitar a um maior número de pessoas o acesso à educação, irá contribuir para uma sociedade mais culta e logo, acredita-se, mais capaz de fazer desenvolver a economia, o que por sua vez irá realimentar o estado social. Goste-se ou não é um modelo.
Existem outros, entre os quais o mais radical, será o modelo que acredita ser o acesso à educação, saúde, assistência na velhice etc, apenas disponível a quem o possa pagar, isto porque tal acesso custa dinheiro e quem beneficia desses serviços deve pagá-los. Quem tem possibilidades usa, quem não as tem, não usa. Simples, cada um por si.
Depois existem modelos intermédios. Estes tentam juntar a participação do estado com a contribuição individual, por meio de seguros e outros. São no geral modelos bem-intencionados e que no papel funcionam bem, mas acabam sempre no mesmo. Os impostos não diminuem, bem pelo contrário, e o utente acaba a pagar o mesmo serviço duas vezes, uma pela via dos impostos, outra pela via do pagamento dos serviços, em “cash” ou pelo pagamento de um seguro. Mas reconheço serem modelos interessantes e que devem ser analisados.
continuaNa minha opinião acredito, também de forma quase endémica, no primeiro modelo, penso que o estado social é um tesouro que devemos tentar manter a todo o custo. Mas sem esquecer que existem abusos, que existe quem use o estado social em proveito próprio e de forma contrária ao próprio modelo. Tais práticas devem ser combatidas a todo o custo. Mas isso não significa que o modelo esteja errado.
Penso que o estado, por via dos impostos que todos pagamos, tem o dever de zelar por um desenvolvimento harmonioso da sociedade, garantindo uma velhice com dignidade, o acesso à educação e à assistência na doença para todos em igualdade de circunstâncias. Significa isto que não se pode mexer em nada, que nada poderá ser alterado? Não!
Uso o exemplo das reformas agora tão na moda. Será legítimo mexer nas reformas?
A protecção do estado social, deve obrigar a uma vigilância permanente da situação financeira dos fundos que suportam os direitos de cada um. Se for o caso, como parece, que o estado está sem dinheiro para garantir as reformas, então ajustes a uma nova realidade são necessários. Mas sempre pensando no objectivo primordial do estado social. Antes de ir às reformas, há na minha opinião muito por onde cortar. Seja em PPPs, rendas da energia, etc.
continua..No caso das reformas em particular, a protecção do estado social deveria na minha opinião obrigar a estipular tectos superior e inferior das pensões de reforma, deveria também impedir a acumulação de reformas, deveria ainda impedir o pagamento de subvenções vitalícias a políticos e outros membros em representação do estado, deveria ainda impedir o pagamento de subsídios de alojamento a deputados, e o pagamento de rendas a juízes e por aí fora.
Tudo para se poder pagar um pouco mais aos mais desfavorecidos. Como é óbvio o estado social deve pagar menos aos que mais podem, estes poderão sempre fazer seguros de vida e usar outras fontes de poupança para fazer face a qualquer adversidade e estão por isso mais protegidos.
Para evitar qualquer confusão, repare-se que a existência de tectos nas reformas obriga necessáriamente que quem mais rendimentos tem e como tal mais desconta, receberá menos em percentagem do rendimento.
O estado social não é o garantir a todos uma prestação por igual, entenda-se em percentagem dos rendimentos, mas sim garantir igualdade de acesso e igualdade de oportunidades, obriga isto que quem mais pode, paga mais e recebe menos (em percentagem, mais uma vez). Só desta forma se pode garantir acesso igual aos meios considerados essenciais a uma participação digna em sociedade.
Confundir o estado social com o pagamento de reinserção social a quem, podendo, não quer trabalhar. É apenas demagogia e só serve para confundir e nada esclarecer.
cumprimentos a todos.
Fernando DiasTem o PDF do livro?
mais um profeta da desgraça
Para Marinho Pinto chegar a uns 15% não precisará ...
Fico satisfeito por ver que o rapaz ainda está viv...
O que eu gostei mais da entrevista foi de saber a ...