
Costumo ser um gajo “mais ou menos” sensível ao estado de “espírito” geral. Quero com isto dizer que geralmente estou do lado da maioria. Não sou benfiquista, não votei Isabel Soares nos últimos 2 mandatos e fui favorável à regionalização… de resto as minhas posições têm sido “vencedoras” e é por isso que adivinho grandes dificuldades para Cavaco nas próximas presidenciais (*).
Se Cavaco fosse um “robot” teria sido construído pela Mitsubishi. Isso quer dizer que seria fiável (duraria até è extinção da humanidade) mas extremamente aborrecido, previsível e, a curto prazo, inútil e ultrapassado.
Enquanto cidadão tenho duas imagens gravadas na “caixa pensante” sobre Cavaco Silva, e curiosamente as duas dizem respeito aos arquipélagos. Falo da “farra” que foi a visita à Madeira, da cumplicidade com o “caudilho” e do elogio permanente ao uso que o “dito bandido” fez dos dinheiros que nunca devia ter recebido se fosse sério. Falo também do recente comunicado à nação, em que, tal qual “puto da primária”, Cavaco faz as suas “queixinhas” ao país sobre os “meninos maus” que lhe queriam mexer nos poderes.
Quando soube que Sua Excelência o Presidente da República iria fazer um comunicado à nação fiquei em “pulgas”. Devo dizer que ando a ler “A Conspiração” de Dan Brown e que, talvez por isso, imaginei que o nosso presidente iria fazer um daqueles discursos “à Obama”… inspiradores e unificadores. Bem sei que não iria “declarar guerra a Espanha” mas esperava algo do género.
É claro que sou realista e no fundo pensava que o Presidente iria tentar sossegar os portugueses quanto ao estado da economia nacional ou, no limite, anunciar a independência da Madeira por troca com 1.000 héctares na Gronelândia… nunca esperei que o “homem” colasse o país à televisão para vir dizer: “Portugueses, os gajos do PS Açores querem tirar-me o botão vermelho que controla a politica da ilha. Apesar de não parecer grave à maioria, devo lembrar-vos que existem outros botões vermelhos cá no continente que podem encravar por falta do primeiro.” – no fundo foi isto que ele disse.
Eu nunca mais votarei Cavaco… defraudou as minhas expectativas e não é, nem de perto nem de longe, aquilo que eu espero de um Presidente da República. Tomara que seja o primeiro presidente a perder uma reeleição.
(*) Sim é verdade. Votei Isabel Soares na primeira vez que se candidatou, votei Marcelo na segunda ronda do Guterres e não votei Ferro Rodrigues a seguir. Também votei Cavaco nas últimas presidências por achar que Mário Soares nunca deveria ter voltado da “reforma” e que Manuel Alegre seria um Presidente “alucinado” de mais para o país.