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Quando muitos pedem que o ano 2012 seja "mais ou menos" eu peço que seja fantástico para todos! Só o facto de 2011 se ir embora já são boas notícias... quer dizer que já falta menos para a recuperação. FELIZ 2012 a todos os leitores do Penedo Grande, a todos os silvenses e a todos os portugueses.

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 Dois alemães foram condenados (e confessaram) por suborno a decisores gregos e portugueses no caso dos submarinos. No total mais de 100 milhões de euros em luvas foram pagos para que os contribuintes desembolsassem mais de 2.000 milhões de euros … por cá, como se sabe, isto não dará em nada. Das duas, uma: ou o caso é arquivado ou algum peão menor será acusado de ter vendido os submarinos que Barroso, Portas… e Sócrates acabaram por comprar. Mais uma vez só meia dúzia se indigna… a maioria resigna-se e assim caminhamos alegremente de volta à idade média.

Na Islândia (que cresce 12% nesta altura) bastou que políticos, banqueiros e decisores fossem para à cadeia para se colocar uma pedra no assunto e se fazer justiça, por cá a injustiça permanece e assola-nos em todo o lado. As finanças perseguem os que querem cumprir mas não podem em vez dos que podem mas não cumprem. A Segurança Social ajuda os que não querem trabalhar e atira para a sarjeta os que anseiam por um trabalho. A Assembleia da República aprova leis que nos levarão à ruína com o pretexto de que são fundamentais para sair dela… enfim… estou mesmo em baixo com tudo isto, mas felizmente devo ser o único.

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Visto de cima...

17.12.11

No dicionário da Língua Portuguesa esta é a definição de Democracia:

-sistema político em que a autoridade emana do conjunto dos cidadãos, baseando-se nos princípios de igualdade e liberdade

Reflectindo sobre isto só me ocorre que algo está mal na nossa democracia (ou então na definição do dicionário). Entre uma má Democracia e uma boa Anarquia… sinto-me tentado.

A Europa sucumbiu às mãos da direita, para quem Democracia é um óptimo meio para atingir um fim. O pior é que alguma esquerda também pensa assim e por isso vamos tomando uma de duas decisões possíveis: ou ficamos em casa no dia das eleições, ou votamos no “centrão” e no político mais cinzento que aparece.

Os sacrifícios que estão a ser impostos aos portugueses, e que começam agora a pesar na Europa da 1ª liga, serão em vão se no final de tudo isto voltarmos ao mesmo sistema económico que nos trouxe até aqui… consumista e canibalista. Bem podem pregar que vão criar sistemas de controlo para os mercados financeiros e estes bem podem dizer que os aceitam… no final tudo se assemelhará às juras de amor de adolescentes em Agosto… mal começam as aulas e já as juras são passado. A vertigem do consumismo ainda não abandonou os argutos economistas e lideres políticos mundiais… parece que ninguém parou para pensar que tal não é possível. Não temos árvores suficientes, nem água, nem petróleo, nem carvão… nem tão pouco urânio que aguentem a China, a Índia, o Brasil e o despertar de África.

Continuando o caminho alguém terá que perder… será inevitável uma luta mais feroz pelos recursos, pelo território, pelo controlo… uma espécie de regresso aos primórdios da civilização… de negação ao Renascimento e ao Iluminismo. É esse o caminho que estamos a trilhar?! Não haverá outro?!

Certamente que há. O problema é que esse caminho envolve mais trabalho, mais sacrifício, mais solidariedade entre seres humanos… envolve uma mudança de paradigma e gente capaz de liderar. É sina deste blog, acaba sempre tudo na ausência de um líder à altura… como aqueles que ainda se viam pelo mundo quando eu era apenas um miúdo.

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DESOBEDECER JÁ

10.12.11

Porra pá!!! Finalmente alguém apela à desobediência civil! Estava a ver que não!

Vivemos num sistema anti-democrático em que apenas os interesses de uma minoria são defendidos mas continuamos em transe a dizer que estamos em democracia. O Primeiro-ministro tenta salvar o Américo Amorim , o Vasco José de Mello, o Ricardo Salgado, o Mira Amaral e outros da mesma laia às custas dos “99%”… e nós engolimos. Pagamos todos para que o Sr. Vasco José de Mello possa receber o acordado nas PPP’s, para que o Sr. Américo Amorim possa comprar por 40 milhões um banco que custou 5.000 milhões e não bufamos.

Ameaçam que nos penhoram os carros?! Se todos desobedecermos eles que comam os carros. Se metade dos portugueses, concertadamente e como forma de protesto, deixassem de pagar  portagens, impostos e taxas eu queria ver o que é que estes iluminados faziam.

 


PORTAGENS |Comissão de Utentes da A22 apela à desobediência civil

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A Comissão de Utentes da Via do Infante (A22) apelou aos algarvios para enveredarem pela desobediência civil, para não comprarem os dispositivos de cobrança de portagens e para não pagarem portagens naquela via.

“Os algarvios e outros cidadãos deverão, para já, enveredar por formas de luta como a desobediência civil, não comprando os dispositivos de cobrança e não pagando a Via do Infante – que já está paga -, pelo menos numa primeira fase, provocando assim o entupimento do sistema. Ou então, boicotar a Via do Infante, não circulando nesta via, demonstrando que a EN 125 não representa qualquer alternativa credível”, defende aquela comissão em comunicado enviado às redações.

A Comissão de Utentes da Via do Infante considera que o dia 8 de dezembro de 2011, data do início da cobrança de portagens na Via do Infante, significa “um dos dias mais negros na história e na vida do Algarve e dos algarvios”.

“O Algarve, a viver uma das maiores crises de que há memória, irá sucumbir irremediavelmente se as portagens não forem anuladas. Será uma desgraça social com muitas mais empresas a desaparecerem e o desemprego a aumentar muitos milhares. O Turismo, a sua principal actividade económica, irá sofrer uma estocada mortal. A EN 125 irá transformar-se de novo na ‘estrada da morte’”, refere a comissão.

A entidade que representa os utentes da A22 considera que, com as portagens, milhares de espanhóis e de outros estrangeiros “vão deixar de visitar o Algarve, havendo já indícios nesse sentido” e que tal facto, “contribuirá para a catástrofe social e económica da região”.

“O que se passou com estes visitantes no primeiro dia de cobrança, com as máquinas avariadas, devia cobrir de vergonha os nossos governantes”, acrescenta aquela comissão de utentes, referindo-se à avaria verificada na máquina instalada pela empresa Estradas de Portugal junto à Ponte Internacional do Guadiana.

“Perder uma batalha não significa perder a guerra”, considera a Comissão de Utentes da A22, acrescentando que “a luta vai continuar contra as portagens no Algarve, agora numa nova conjuntura”. Aquela comissão de utentes garante que não vai baixar os braços e apela à indignação e à continuação da luta por parte dos algarvios e outros utentes.

“Os responsáveis por esta calamitosa situação – o governo Passos/Portas, o anterior governo Sócrates, o Presidente da República e os políticos regionais do PS, PSD e CDS/PP jamais poderão ser esquecidos pelos algarvios por esta maldade e injustiça cometidas contra si e contra o Algarve”, concluiu a mesma comissão.

 

 In. Jornal do Algarve

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É recorrente. Cada vez que vou à “santa terrinha” encontro o meu amigo Tóine. E cada vez que encontro o Tóine venho com o pouco cabelo que ainda tenho em pé! “Raça” do homem que me consegue deixar de rastos.

Desta vez a conversa foi sobre “diz que disse”… coisa que pouco me agrada quando não se diz quem disse, mas vá lá. Ainda mal a imperial tinha pousado na nossa mesa, ainda os tremoços não tinham saltado do balde, e já o Tóino começava por me contar aquela velha história das faculdades de economia que demonstra a importância da circulação do “pilim”: Um fulano chega a um hotel e pede para ver o melhor quarto. Deixa uma nota de 100 Euros em cima do balcão e o dono pede ao grumo para lhe mostrar as suites. Enquanto os dois sobem aos quartos, o dono do hotel agarra na nota e corre para o talho em frente onde entrega os 100 euros ao talhante para saldar uma dívida. Mal o dono do hotel sai, o talhante agarra na nota e vai à porta do lado onde paga ao padeiro 100 euros que lhe devia. O padeiro, satisfeito, agarra na nota e corre até ao mecânico onde paga 100 euros que tinha ficado a dever. Com essa nota o mecânico corre até à casa da prostituta e paga-lhe 100 euros de “serviços” em atraso. Por sua vez a prostituta dirige-se ao hotel e entrega ao dono do estabelecimento 100 euros de comissões devidas. Assim que a “meretriz” sai do hotel o grumo com o cliente chegam à recepção. Como nenhum quarto tinha servido o cliente pede de volta os 100 euros e decide procurar outro hotel. Ilustrativa esta história, mas, porque me conta isto o Tóino?!

Ao que parece circulam por Silves relatos de um comentário público, feito por um dos responsáveis da nossa Câmara Municipal, quando soube que determinada empresa do concelho tinha decretado falência. O comentário foi: “Boa! Devíamos dinheiro a esses tipos, pelo menos assim poupa-se algum!” O moral da história, segundo o Tóino, é que se a Câmara pagasse o que deve evitava-se seguramente que muitas empresas andassem pela “hora da morte”. Puro senso comum, mas temos que reconhecer… muito bem “ilustrado”. Convém também lembrar que se todas as empresas de Silves fecharem a Câmara não terá que saldar as contas, mas palpita-me que terá outros problemas bem mais graves.

Já com os tremoços na mesa seguimos a “odisseia” com um não menos rocambolesco relato. Numa das recentes reuniões de câmara a senhora presidente terá, “alegadamente”, aberto os trabalhos distribuindo pelos vereadores presentes um email, anónimo e de credibilidade duvidosa, cujo conteúdo “enxovalhava” de forma cobarde e gratuita o actual presidente da Casa do Povo de Messines, José Carlos Araújo (ou Piasca, para os messinenses). Tal assunto não fazia obviamente parte da ordem de trabalhos e todos ficaram perplexos com o acto. O Tóino é que não está para rodeios e atira sem pestanejar: “Foi só aparecer o rumor de que o homem (Piasca) estudava a hipótese de se candidatar à Câmara e começou a campanha para o descredibilizar. Pior ainda é isto vir do maior telhado de vidro do concelho, que é o da senhora presidente, e ter como base um email anónimo que qualquer político sério mandaria para a caixa dos ignorados. Digo-te (disse-me ele), o cobarde que escreveu aquilo aponta o dedo ao homem porque fez investimentos que correram mal mas eu prefiro um tipo que arrisca com o dinheiro dele, e arca com as consequências quando corre mal, do que esses abutres que se riem em impunemente depois de jogarem o dinheiro dos contribuintes à rua.”

Apenas uma segunda rodada de cerveja acalmou o Tóino que já apregoava “prisão para esses gatunos”. Toda a esplanada a olhar para nós e algumas cabeças a acenar, concordando com o apelo. Mudei a conversa para as nossas recordações de juventude não fosse a coisa descambar e brotasse ali, naquela insuspeita esplanada, a “primavera silvense”. Por agora consegui manter o Tóino controlado, mas sai de lá a “cambalear”… e só bebi duas cervejas.

 

In. Jornal Terra Ruiva - Novembro de 2011

 

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“As autarquias não dão prejuízo.” – dizia um autarca, inflamado, enquanto apupava Miguel Relvas. Eu se pudesse apupava Miguel Relvas e, tendo à mão um “tomatito” maduro, não hesitava em apontar-lhe à cabeça… no entanto, desta vez, tenho que gritar: FORÇA MIGUEL RELVAS! Contra o sistema marchar, marchar!

Qualquer analfabeto já teria imaginado que mexer nas freguesias seria o mesmo que mexer num “vespeiro”. Não precisamos de ir muito longe para perceber que as freguesias são para muitos uma verdadeira obsessão. De facto elas não dão prejuízo apenas e só porque não podem dar! A Junta de Freguesia é como um funcionário público: custa por ano “X” ao erário público, quer trabalhe ou não, quer seja produtivo ou não… o certo é que mais que “X” não custa, e se custar não tem legitimidade nenhuma para pedir reembolsos.

Tal como os funcionários públicos, as juntas de freguesia são bastante diferentes umas das outras. Há algumas que nem se sabe que existem, há outras que se não existissem estaríamos bem melhor, há ainda outras que são fundamentais. São 1.200 as que irão ser extintas e todos os cidadãos contribuintes devem apoiar a reforma, nem que para isso tenham que apupar alguns caciques e seus seguidores.

E já agora, porque falamos em demagogia… António José Seguro é, em menos de 6 meses, a maior nódoa que já vi à frente do PS! Inacreditável!!!

 

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Há 150 anos, em Inglaterra, a Direita (Partido Conservador) tinha um problema: não conseguia ganhar eleições. Os nobres e as elites que suportavam o partido não eram suficientes para garantir o poder. O Partido Trabalhista contava com o apoio da burguesia, dos pequenos proprietários… de toda a classe média. Como boa parte das classes baixas nem sequer tinha direito a voto os conservadores resistiam em conceder-lhes esse direito com medo de que as derrotas eleitorais fossem ainda mais expressivas. No fundo tinham a consciência de que as suas políticas nunca poderiam ser apoiadas pelo povo.

Foi então que apareceu um louco. Como todos os loucos, este louco teve a capacidade de ver o que mais ninguém via. E o que viu este louco?! Viu que se desse direito de voto às classes baixas e pouco instruídas poderia aproveitar-se da sua ingenuidade para conseguir votos. E assim foi. Mineiros, agricultores, pescadores… todos os que antes estavam fora do sistema passaram a ter direito de votar e, de imediato, a direita tomou o poder. Este louco (assim apelidado pela Rainha de Inglaterra) foi Randolph Spencer-Churchill, o pai de Winston Churchill.

Pensamos nós que hoje em dia isto não faz sentido. Entretanto as classes baixas alfabetizaram-se, melhoraram as suas condições de vida, têm acesso a informação em doses inimagináveis há poucas décadas. O pior é que faz. As massas continuam ingenuamente a dar o voto sem reflectir no que isso significa para as suas vidas, para o seu país, para os seus filhos. Sabendo disso a classe política “evoluiu” para este bando de “seres anfíbios” que nos governa, capazes de prometer uma coisa e o seu contrário na mesma frase.

Quando assistimos na televisão aos “realty-shows” da moda, caímos na dura realidade! Quem vê aquilo (e quem neles participa, escolhidos a dedo pela sua representatividade e capacidade de criar afinidades com o espectador) acaba por ser o retrato do país. Nem falo das calinadas mais mediáticas (como aquela algarvia que respondeu “África” à pergunta “Diga um país da América do Sul”), falo apenas da gritante ausência de valores, de pensamento, de visão… de futuro.

Há dias dizia entre amigos que, noutros tempos, a aplicação de um terço destas medidas resultaria num imediato movimento de jovens em protesto. Aquilo que vimos no Egipto ou na Tunísia. Aquilo que ainda víamos por cá no início dos anos 90, quando as Associações de Estudantes (por mais pequenas que fossem) estavam politizadas e, mais importante, todo o jovem tinha consciência social. A globalização, a internet, o consumismo, o crescimento económico alicerçado na dívida criaram uma geração que apenas quer ter saldo no telemóvel de última geração, internet no portátil e carro próprio sem se preocupar muito com os sacrifícios que os pais terão que fazer para lhes dar esses “luxos”.

Este padrão social é terreno fértil que políticos oportunistas procuram para chegar ao poder. Esta espécie de “zombies” que plantam couves no “farm-ville” não me dão muita esperança… não sei se continuarão moribundos mesmo depois de perder o telemóvel, o portátil e o carro, ou se acordarão em revolta disparando para todos os lados e exigindo de volta aquilo porque nunca lutaram.

 

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