A Comissão de Utentes da Via do Infante (A22) apelou aos algarvios para enveredarem pela desobediência civil, para não comprarem os dispositivos de cobrança de portagens e para não pagarem portagens naquela via.
“Os algarvios e outros cidadãos deverão, para já, enveredar por formas de luta como a desobediência civil, não comprando os dispositivos de cobrança e não pagando a Via do Infante – que já está paga -, pelo menos numa primeira fase, provocando assim o entupimento do sistema. Ou então, boicotar a Via do Infante, não circulando nesta via, demonstrando que a EN 125 não representa qualquer alternativa credível”, defende aquela comissão em comunicado enviado às redações.
A Comissão de Utentes da Via do Infante considera que o dia 8 de dezembro de 2011, data do início da cobrança de portagens na Via do Infante, significa “um dos dias mais negros na história e na vida do Algarve e dos algarvios”.
“O Algarve, a viver uma das maiores crises de que há memória, irá sucumbir irremediavelmente se as portagens não forem anuladas. Será uma desgraça social com muitas mais empresas a desaparecerem e o desemprego a aumentar muitos milhares. O Turismo, a sua principal actividade económica, irá sofrer uma estocada mortal. A EN 125 irá transformar-se de novo na ‘estrada da morte’”, refere a comissão.
A entidade que representa os utentes da A22 considera que, com as portagens, milhares de espanhóis e de outros estrangeiros “vão deixar de visitar o Algarve, havendo já indícios nesse sentido” e que tal facto, “contribuirá para a catástrofe social e económica da região”.
“O que se passou com estes visitantes no primeiro dia de cobrança, com as máquinas avariadas, devia cobrir de vergonha os nossos governantes”, acrescenta aquela comissão de utentes, referindo-se à avaria verificada na máquina instalada pela empresa Estradas de Portugal junto à Ponte Internacional do Guadiana.
“Perder uma batalha não significa perder a guerra”, considera a Comissão de Utentes da A22, acrescentando que “a luta vai continuar contra as portagens no Algarve, agora numa nova conjuntura”. Aquela comissão de utentes garante que não vai baixar os braços e apela à indignação e à continuação da luta por parte dos algarvios e outros utentes.
“Os responsáveis por esta calamitosa situação – o governo Passos/Portas, o anterior governo Sócrates, o Presidente da República e os políticos regionais do PS, PSD e CDS/PP jamais poderão ser esquecidos pelos algarvios por esta maldade e injustiça cometidas contra si e contra o Algarve”, concluiu a mesma comissão.
In. Jornal do Algarve