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Viagens...

23.03.08

Salvador da Bahia – Desconfio que serei o primeiro “correspondente” do “Terra Ruiva” em paragens tão distantes. Estou de férias com a família e escrevo-vos, a 2 dias de regressar, de um hotel que representa o pouco que resta do “imperialismo” português. Para vos dizer tenho pouca coisa. Que o Brasil é um país fantástico, em dimensão e em recursos, já todos sabiam. O estado da Bahia, por exemplo, tem uns incríveis 1.300 Km de costa e está encravado a “meio” do país, sendo mais um dos 27 estados que compõem o Brasil, com uns 500.000 km², ou seja 5 vezes maior que Portugal. A cidade de Salvador tem “apenas” 3.500.000 de habitantes – dos 9.800.000 do estado da Bahia - e cresce a um ritmo de 12% ao ano. Teve também o melhor “Prefeito” (a versão local do Presidente da Câmara) do Brasil, eleito por todos os brasileiros contra o previsível “duo” Rio de Janeiro – São Paulo, durante 7 anos consecutivos.

 

O “Prefeito António Imbassahy” é uma lenda viva por cá. Apenas a legislação brasileira, que limita os mandatos dos “prefeitos”, conseguiu “vencê-lo” e no seu lugar ficou outro homem do mesmo partido. Imbassahy tem carisma, força e determinação. Imbassahy não é homem de perder tempo com “mariquices” porque as “mariquices” dizem sempre respeito aos interesses de muito poucos e afastam muitos do que realmente importa.

 

Vivemos num mundo estranho, um mundo em que as “mariquices” parecem contar mais que tudo o resto. Já apostei com amigos que ainda vamos ver um “gajo” a reclamar porque o seu “Actimel” só tem 9.999.887 “l-casei-imunitass”, em vez dos anunciados 10.000.000, ou que o ecrã plasma tem “apenas” 15.999.987 cores, contra os 16 milhões do anúncio. As pessoas adoram isto, adoram prender-se com estes rigores “estúpidos”. Como se viesse mal ao mundo por em vez de 100.000 professores em greve algum desocupado tivesse contado 99.999.

 

Há 5 anos estava eu nos Estados Unidos, em San Diego, estado da Califórnia, num restaurante que tinha como co-proprietário um português, quando veio à conversa um tema que me ficara na retina: a quantidade de comida que voltava para trás. Perguntei se aproveitavam a comida para animais ou para os mais necessitados e resposta foi inacreditável. Disse-me o fulano que por ali não arriscavam a deixar os restos ao alcance de animais ou pessoas, não fosse alguém ter uma dor de barriga e processar o restaurante. Conclusão: o medo de ajudar é maior que a vontade de o fazer. Que tipo de politico deixa que isto aconteça?! Imbassahy não embarcava nesta… garanto-vos.

 

Infelizmente na nossa comunidade temos políticos deste “tipo”.Do tipo que deixa construir um empreendimento num “leito de cheia”, aniquilando as legítimas esperanças de um futuro espaço público a uma vila inteira. Ou do tipo que “promete”, ainda que recorrendo a um “cenário de cheia grave”, colocar um “braço de água” na Sapeira e com isso salvar uma aldeia da extinção. Ou ainda o tipo que “oferece”, a uma outra vila, mais um museu inútil quando, 50 metros acima, pessoas morrem e arriscam a vida todos os dias. Imbassahy não deixaria que isto acontecesse, pelo menos o povo nisso acredita piamente. Não sei se é de esquerda ou de direita, sei apenas que é alguém admirado pela população e, mesmo afastado do poder, é alguém querido dos baihanos.

 

“Difícil, difícil é ver o óbvio.” – já dizia Maquievel. Pois Imbassahy vê o óbvio e compreende que os seus filhos, netos e bisnetos vão ter de habitar neste planeta. Torna-se por isso óbvio que não podemos entregar “o ouro ao bandido” e que é importante encontrar um ponto de equilíbrio entre o que “dar” aos “patos bravos” e o que pedir em troca.

 

Discute-se por cá, nesta altura, o tão controverso “Acordo Ortográfico”. Eu pessoalmente acho que é uma questão de tempo até que o “brasileiro” passe a ser uma língua própria, por muito que nos custe sempre é melhor do que chegarmos ao ponto de ser acusados de nem saber falar a nossa própria língua. Além disso, como diria Imbassahy, temos que ver o lado positivo: nós, portugueses, ficamos a saber falar, pelo menos, duas línguas. Eles, brasileiros, continuam a saber falar só uma… a deles.

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