A propósito das dificuldades vividas na Alicoop dizia-se num outro blog que a situação era previsível e que os funcionários há muito que deviam ter-se preocupado em arranjar trabalho “nos concelhos desenvolvidos”!!! No mesmo concelho em que se “classifica” o Algoz de “vila moderna” (sem desprimor da minha parte para a boa gente daquela freguesia) há quem defenda que os trabalhadores de uma empresa “privada” deviam arranjar “emprego num concelho desenvolvido”?!!!
Dizia um tal de “Barrak Abana”, no post anterior, que tudo gira em torno da (são as palavras dele) dicotomia “grande cabra” / “grandes cabrões”… até poderá ter razão. Mas será que existe alguém, a não ser a presidente da câmara, que tenha a coragem de classificar o Algoz de “vila moderna” e ao mesmo tempo olhar nos olhos as pessoas que lá vivem?!
Quem já leu (ou passou os olhos) pelo PEDS (Plano Estratégico para o Desenvolvimento de Silves), recentemente apresentado pela presidência da câmara, sabe bem está ali uma mão “cheia de nada”. Páginas e páginas de “conversa oca” (muita dela seguramente plagiada) que procuram trazer para Silves os modelos esgotados, fracassados e desastrosos testados já em muitos outros concelhos. Tem sido assim há 12 longos anos… sempre que se aproximam eleições lá aparecem os “pilares fundamentais” sobre os quais assenta um concelho “fulgurante e moderno”… tudo “balelas” desprovidas de qualquer base ou intenção séria. Tudo “sentenças” proferidas pela mesma fonte (e com o mesmo grau de credibilidade) que classifica o Algoz de “vila moderna” ou que promete “Silves – o melhor concelho da Europa” (esta última na sequência da “Sevilha do Algarve” e do mais recente “melhor concelho do Algarve”).
Mas desengane-se quem pensa que esta “insensatez aguda” se fica pelos “paços do concelho”… porque o fenómeno estende-se a cada metro quadrado pelas mãos de presidentes de junta “à antiga”, para os quais o importante é alcatroar uns caminhos, gerir o cemitério e arranjar uns nomes “porreiros” para as ruas das localidades. Muitos são homens que não concebem que o trabalho de um presidente de junta possa ser “vender” a sua freguesia!!! Vender no sentido de lhe dar visibilidade, de criar oportunidades de negócio, de posicionar a freguesia no mercado global, de mudar as “mentalidades” derrotadas dos seus munícipes…
Será que já alguém se perguntou porque razão em vez de se organizar exposições artísticas com convidados “pomposos” não se organizam “workshops” temáticas e se convidam empresários e profissionais liberais de sucesso a partilhar com as pessoas de cada freguesia o seu positivismo e entusiasmo?! O que fará mais falta às nossas freguesias: “Picassos e Saramagos” ou positivismo, confiança e sucesso?! O que chamará mais a atenção dos nossos “miúdos”, um excelente e típico livro sobre como “Meter amêndoas dentro de um figo” ou uma demonstração cabal na primeira pessoa sobre as oportunidades, tendências e orientações dos mercados de trabalho?!
Na minha opinião “os livros” (e todos os figurativos) são importantes… mas infelizmente quem de facto se interessa por eles tem que ter primeiro condições pessoais e materiais que lhe permitam apreciá-los. É isso que urge fazer e é a ausência desse espírito que me leva a ponderar se tenho, ou não tenho, condições e vontade para fazer melhor. A pensar nisso me fico...