A propósito da Feira Medieval, que hoje termina em Silves, lembrei-me de José Miguel Júdice... dizia ele, há poucos dias na RTPN, que a "nova idade média" e o falhanço da democracia em Portugal irão começar com o falhanço anunciado dos partidos políticos. Falhanço esse que vem desde as bases, das concelhias e das distritais ou dos núcleos e das secções…
Parece que não é só em Silves que a regra principal, dentro dos núcleos partidários, é aniquilar de imediato todos os que possam ameaçar a continuidade do actual “pacto” (a propósito de pacto vem no Expresso desta semana, directamente de um outro espectro politico, a seguinte frase de Ferraz da Costa: "Portugal não tem dimensão para se roubar tanto") . Manter à distância todos os que possam ser (ou parecer) melhores soluções para as pessoas. “Abater” todos os que possam fazer sombra ao poder instalado.
Três décadas disto apenas contribuíram para piorar, a cada ano, o nível dos nossos líderes. Aquilo que se tem conseguido com este sistema é o oposto do que necessitamos. Jeffrey Katzenberg, o CEO da Dreamworks (uma das empresas com mais sucesso e lucros em todo o Mundo) defende que quem recruta tem que recrutar apenas pessoas mais inteligentes que ele próprio, assim se consegue o sucesso. Sabendo como se consegue o sucesso sabemos também como se consegue o insucesso: recrutando pessoas que sabemos à partida que não nos vão fazer sombra.
Portugal está cheio disto. Não só na política, mas também no estado (onde nos sai do bolso) recruta-se e trabalha-se com pessoas que têm como único requisito: serem piores do que quem as recrutou.