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A Direita reclamar mais polícias na rua é tão típico como a Esquerda reclamar mais direitos para os imigrantes, são coisas que estão na génese política de cada força e que ajudam a defini-las. O que já não é tão típico são os problemas que o nosso Algarve enfrenta à medida que o poder central nos empurra para o papel de “periferia balnear” sem opinião nem representação.
Somos a região do país com mais desempregados, a que mais sofreu com a queda do sector imobiliário, a que regista maior aumento da taxa de criminalidade e a que mais sofre com o “ataque” das grandes superfícies comerciais. No entanto ninguém parece estar preocupado com estas questões e na hora dos algarvios votarem, para eleger os seus representantes na Assembleia da República, os dois principais partidos enviam lisboetas para encabeçar as listas: nas últimas tivemos João Soares pelo PS e Jorge Bacelar Gouveia pelo PSD. Não será isto um sinal de que os algarvios pouco contam e que ninguém está interessado em dar-nos voz?!
Veja-se os deputados eleitos pela Madeira! São madeirenses e “cerram os dentes” pelos interesses da região, mesmo quando é necessário desafiar o autoritarismo do próprio partido. Não concordo com quase nada do que dizem mas sou obrigado a reconhecer que defendem os interesses dos seus eleitores, quanto mais não seja porque no final da carreira vão ter que voltar a viver na Madeira. João Soares e Bacelar Gouveia têm com o Algarve a mesma relação que mais 2 ou 3 milhões de portugueses… passam por cá no mês de Agosto!
Comecemos pelas grandes superfícies. Se excluirmos supermercados, outlets, retail park’s e pequenos centros comerciais verificamos que temos no Algarve 5 grandes “gulutões” (Tavira, Olhão, Faro, Guia e Portimão) que são os principais responsáveis pela tragédia vivida pelos comerciantes algarvios. Não serei o único a reparar que as nossas vilas e cidades estão “atolhadas” de lojas e espaços comerciais fechados, para arrendar ou em “liquidação total”. Em cima disso tenho a certeza de que muitos dos negócios que sobrevivem não são rentáveis e dependem apenas da carolice de muitos dos seus proprietários, uns conformados e outros reformados.
Mas isto não basta para que fiquem satisfeitos. É preciso exterminar de vez o “comerciante algarvio”. Estão já previstos, que eu saiba, mais 3 mega centros (Loulé, um segundo na Guia e um segundo em Portimão, já em construção), para além do IKEA e da sua zona envolvente que promete também fazer mossa. Bem podem apregoar que se vão criar postos de trabalho mas o problema, como dizia o outro, “é a economia… estúpido!” Estamos a falar de colocar milhares de pessoas a ganhar o ordenado mínimo (ou menos, graças aos part-times e outros subterfúgios legais inventados para estes “barões”) ao mesmo tempo que enviamos todo o lucro para as mãos dos grandes grupos por trás desses investimentos, que do Algarve apenas querem… o “guito”. É isto que os nossos cobardes autarcas chamam desenvolvimento?! É nisto que conseguem ver mais-valias para os munícipes?! Só mesmo alguém acobardado e mais preocupado com os amigos influentes do que com as pessoas do seu concelho pode continuar a permitir estes golpes fatais na economia de uma região inteira.
E já que falamos em responsabilidades de autarcas podemos também dedicar um parágrafo à atrocidade que estes têm cometido para com os empresários da diversão nocturna do Algarve. É vergonhoso que se autorize, a um ritmo galopante, que joint ventures de Lisboa ,e até estrangeiras, se instalem nos meses de Verão nas nossas praias e arribas, onde montam a “tenda” (qual Circo Chen) e colocam no cartaz uns figurões da nossa praça (qual palhaços) para atrair o público. Sem um terço das exigências que são feitas aos empresários locais no que toca a licenciamento, condições de higiene, segurança, propagação de som, contratação de pessoal, etc… abrem as portas em nome de uma suposta “promoção do concelho” feita à custa dos próprios munícipes (diz-se por ai que até há autarcas que subsidiam estas “coisas”!!!!). O resto da história todos já conhecem: Enchem os bolsos e rumam de novo a casa enquanto por cá ficam os que investem, criam trabalho, pagam impostos e cumprem as normas à espera de melhores tempos
Vem depois a questão da segurança. Sou dos que acredita que a segurança é condição fundamental para a existência de liberdade, como tal entendo que a minha liberdade está a ser posta em causa por tudo o que tenho visto. Na zona onde vivo, por exemplo, a conversa diária no café mais próximo gira em torno das casas que foram assaltadas na noite anterior. Já nem os alarmes e os cães de guarda param os assaltantes, enquanto a polícia, desmotivada como nunca tinha visto, não actua por falta de meios, de vontade e de liderança. O resultado está à vista com a debandada geral de estrangeiros, o clima de insegurança generalizado e a desvalorização galopante de todas as propriedades que não confinem com uma esquadra da PSP ou posto da GNR. Não tarda estamos como o Brasil, onde um apartamento acima do segundo andar é mais valioso que uma boa moradia isolada porque, para já, os “bandidos” não voam.
Apesar dos dados gerais não serem divulgados, para evitar ondas de xenofobia e discriminação, existem números a circular de boca em boca que apontam para que mais de 80% dos crimes registados no Algarve sejam cometidos por “forasteiros”, quando o assunto é a criminalidade violenta os números sobem para mais de 95%, dos quais a esmagadora maioria é estrangeira. Temos assistido a relatos consecutivos de ocorrências graves nas quais os bandidos vêm de Espanha e em raids de poucas horas enchem “os bolsos” voltando de seguida para a tranquilidade do país “irmão”. Não é à toa que ganha cada vez mais adeptos a teoria da Região Administrativa do Algarve onde pudesse existir um controlo fronteiriço e uma maior proximidade na resolução de problemas que o resto do país não entende nem quer entender.
A melhor altura para implementar um regime especial no Algarve aconteceu no ano em que foi negociada a adesão de Portugal à Comunidade Europeia. As razões históricas do “Reino de Portugal e dos Algarves” eram a oportunidade para, havendo um pouco de visão, criar uma zona especial capaz de se impor como um destino exclusivo e diferenciado na Europa. Ninguém se importa de perder 30 minutos num aeroporto ou numa fronteira se a contrapartida for o sentimento de total segurança. Além disso está provado que uma das recordações mais fortes que podemos ter de umas férias é o carimbo no Passaporte!
A segunda melhor altura para conseguir isto é agora. Porque as pessoas estão descontentes, amedrontadas e disponíveis a tomar medidas drásticas. Do Governo já vimos que não podemos esperar nada, dos autarcas (quase todos repetentes) poucos motivos de esperança se vislumbram… resta-nos contar com os algarvios. Parafraseando Hélder Nunes, o director do Jornal Barlavento, num editorial recente, “é tempo de nos unirmos e termos uma só voz. Porque a política não pode ser feita apenas e só de trambolhos.” Ora se os “trambolhos” não ajudam e não cumprem as funções para as quais foram eleitos então que “saiam da frente” e nos deixem trabalhar.

In. Jornal Terra Ruiva - Fevereiro de 2010

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