Não consigo entender como é que os socialistas algarvios aceitaram sem “bufar” a maior derrota do PS de sempre no Algarve, que se seguiu a outra, menos estrondosa, mas igualmente reveladora. Confesso que durante estes longos meses de Inverno esperei ver contestação e gente inconformada… mas nada! Népia! Todos calados como se nada tivesse acontecido!
As autárquicas correram mal para o PS no Algarve. Reflexo da falta de iniciativa e do generalizado abafar dos “hereges” (como eu) que tentam mudar o marasmo em que se transformaram as concelhias. As legislativas foram um escândalo, uma vergonha… uma derrota em toda a linha que culminou com a perda de 50% dos deputados e com as “trocas e baldrocas” que levaram a camarada Isilda Gomes a regressar ao Governo Civil, libertando assim um lugar para a “não eleita” Jamila Madeira.
Numa altura em que o PS de Silves se prepara para eleger novos líderes eu acho que o PS Algarve devia fazer o mesmo. Não me parece que o desgastado Miguel Freitas tenha condições para mobilizar o partido. Até acho que a sua “pose de ave-do-paraíso” o distancia demasiado dos militantes e da realidade do PS no Algarve. Existe no Algarve gente que diz mais aos socialistas… José Apolinário, Manuel da Luz, António Eusébio e até as já referidas Jamila Madeira e Isilda Gomes dariam mais motivos aos algarvios para votar PS. O problema é que estes, e outros, não avançam… porque não têm apoios, porque não têm ambição, porque preferem esperar, porque estão comprometidos… Fazem mal, tenho para mim que não tarda estaremos nas urnas a eleger novo Primeiro-Ministro e a ter a oportunidade de remediar a catastrófica perda que o PS Algarve teve na Assembleia da República.

Em Silves ainda não sei se haverá duas listas (curiosamente a oposição anda mais bem informada sobre o que se passa no PS Silves do que os seus militantes) mas pelo que se tem visto há gente a trabalhar para justificar o apoio das bases. A visibilidade de Fernando Serpa nos últimos tempos indicia que poderá ter outras ambições, o que de resto explica também a “crispação” que me tem chegado aos ouvidos com a restante vereação socialista. Mário Maximino também poderá ser um nome a ter em conta e que representará seguramente a continuação do “lisetismo” e do clima de guerrilha interna que temos vivido.
Voltando a Fernando Serpa, e apenas para rematar, parece-me bom sinal que os que antes o acusavam de inércia agora o acusem de excesso de protagonismo e de demagogia… isso para mim são sinais de que tem feito oposição, tem incomodado e agitado as hostes. Até já há quem lhe chame “Super Serpa”, na sua cruzada a favor dos fracos e dos oprimidos. Bom trabalho Sr. Vereador! Espero, e quero acreditar, é que seja feito genuinamente em prol do concelho e não tendo em vista as eleições na concelhia.
Certo, certo é que nos bastidores do partido já se equacionam cenários, timmings e se procuram apoios. Disso estou mesmo certo!