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Tomei ontem a decisão, que remeti por carta ao PS Silves e comuniquei ao seu responsável máximo, de entregar o meu cartão de militante socialista e de renunciar ao lugar na Comissão Política Concelhia.

Fi-lo porque compreendo que no actual contexto partidário em Portugal, nomeadamente no PS, quem tem por hábito discordar de posições unanimistas e não alinha nas disciplinas de voto apenas prejudica a imensa maioria dos militantes, já habituados ao consenso e à resignação. Como não é minha intenção causar má imagem ou desconforto às pessoas que dirigem o PS Silves e que compõem a sua Comissão Política, optei pela solução mais lógica, a do “estás mal, muda-te”.

Fi-lo também porque ser militante do Partido Socialista hoje já não significa o mesmo que significava quando aos 16 anos me fiz militante pela primeira vez. O Partido Socialista é hoje mais uma “agência de empregos” onde o interesse próprio prevalece sempre sobre o interesse do país e da população. Quando entrei haviam sonhos, objectivos, ideias a defender… mas havia também a forte consciência de que todos éramos poucos e que gente nova, novas ideias, novos desafios eram o combustível que movia o partido. Tudo isso acabou e o partido funciona agora em regime fechado, afastando todos os que possam querer mudar alguma coisa ou colocar em dúvida o clientelismo instituído.

Fi-lo porque acredito que a cola que mantêm este partido unido deixou de ser a ideologia ou o país e passou a ser só o poder… o poder a qualquer custo. Assim se explica que grande parte dos socialistas fiquem quietos e calados enquanto assistem a mentiras diárias, a estratégias políticas orientadas apenas para permanecer no poder, à irresponsabilidade e demagogia (quase delirante) de querer gastar o que nunca iremos ter, às constantes descobertas de escândalos envolvendo boys ou gestão danosa de dinheiros públicos, à impunidade que gozam quase todos esses boys (alguns deles manifestamente culpados) e aos sistemáticos atropelos ideológicos que representam as políticas seguidas.

Fi-lo porque jamais serei capaz de agarrar numa bandeira e sair para a rua a gritar PS quando é notório que este PS faz parte do problema e não da solução.

Fi-lo porque, se como penso, o PS ganhar as eleições no próximo dia 5 de Junho eu não encontrarei nenhum motivo para festejar, nem me consola saber que se ganhasse o PSD seria bem pior.

Fi-lo porque me sinto enganado mas essencialmente porque quero poder dizer livremente que me enganei sem dever fidelidade a ninguém. Gosto de, na insignificância deste espaço, escrever o que me vem à cabeça sem me preocupar com o que pensam outros sobre isso… essa é a melhor forma que conheço de vir realmente a saber o que pensam.

Como é evidente continuarei a defender as minhas ideias e continuarei a ser alguém que está algures na esquerda do espectro político. Não preciso ser do PS para ser socialista. Continuarei a postar os meus textos e opiniões. Continuarei, enquanto me deixarem, a escrever no Jornal Terra Ruiva. Continuarei a desejar para a minha terra uma liderança e um projecto de desenvolvimento e de criação de riqueza, que aposte nas pessoas e nos imensos recursos que temos.

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10 comentários

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De António Guerreiro a 11.04.2011 às 23:31

Caro amigo Paulo Silva
Como te compreendo.
Um abraço amigo, camarada.
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De Camarada a 12.04.2011 às 12:17

Bem vindo ao clube. Chegará o tempo em que um outro PS nascerá por alternativa a este.
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De Anónimo a 12.04.2011 às 21:08

A camara de silves tem ajudado a criar muitas empresas, mas os empregados querem explorar o concelho.
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De Miguel Gonçalves a 13.04.2011 às 00:00

Caro Paulo,

Permite-me que possa tratar-te por tu, pois embora seja ligeiramente mais novo do que tu, a diferença não é muita. Costumo ser um leitor do teu blogue, e embora não tenha por hábito comentar, gosto de vir ao teu espaço para ler aquilo que escreves. Embora seja militante do PPD/PSD e de discordar de algumas opiniões que tu tens acerca do país e do concelho, revejo-me igualmente neste teu último comentário de resignação com o actual estado do panorama político nacional. É um facto e ninguém pode negar (só aqueles que não querem ver) que o clientelismo e o oportunismo que tem assolado o nosso espectro politico nacional, não tem ideologia, cor partidária e não é exclusivo da esquerda/centro ou do centro/direita...é transversal. Estou de acordo contigo, e acredita que muitas vezes passa-me pela cabeça colocar o cartão no correio e enviar para Lisboa acompanhado de uma carta a questionar alguns "barões" onde é que meteram os ideais da social-democracia se é que alguma vez os tiveram. Mas isso era facilitar a vida a todos (e não são poucos) aqueles que não olham para a política como um veículo que vise o bem estar social e a gestão (sustentável) da "coisa pública", e bem sei que a nossa intervenção enquanto militantes à escala "local" é limitada no espaço e no tempo, mas também acho que devemos intervir e julgo que deveremos dizer aquilo que pensamos de uma forma directa e a quem de direito (estruturas locais do partido), pois em democracia é assim que as coisas (deviam) funcionam. Não querendo alongar-me muito, não poderia deixar de manifestar a minha solidariedade para contigo neste teu acto de revolta perante algumas situações, mas julgo que deverias repensar esse teu impulso, e apesar de não precisares de ser militante para ser socialista (o que me parece muito bem dito), o PS tal como os outros partidos, precisam de pessoas que pensem, que contestem e que ponham em causa muito do que se passa na nossa sociedade, e a melhor maneira dos partidos não perderem (ainda mais) credibilidade, é abrindo espaços de diálogo e de reflexão, para que possam surgir novas perspectivas. Bem sei que a intervenção política não se esgota nos partidos, e que cada vez mais vamos assistir ao aparecimento de novas plataformas (cívicas) de intervenção, mas cabe aos partidos interpretarem esses novos desígnios como um incentivo para iniciarem um processo d e mudança, porque caso continuem a ignorar essa nova realidade, correm o risco de ser ultrapassados à escala nacional e local…

Abraço,

Miguel Gonçalves
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De Paulo Silva a 13.04.2011 às 09:56

Obrigado Miguel pelas palavras. Bem sei que também és um dos poucos jovens que acompanha o concelho e o país com interesse.
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De manuelfernandes9 a 13.04.2011 às 01:49

Excelente sofismo!
Isso é canja para o Socrates...
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De Paulo Silva a 13.04.2011 às 09:58

Quanto a ti caro "Manuel Fernandes",
"Tudo o que Sócrates disse foi Platão que escreveu."
Espero que a "canja" lhe saiba bem.
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De Joaquim a 13.04.2011 às 15:49

Caro Paulo
Deixe-me dizer-lhe que subiu muito na minha consideração por ter tido a coragem de assumir o que pensa e tirar as consequências disso. Eu apesar de ser simpatizante do PS já deixei há muito de acreditar no partido e nos que o dirigem. Tenha a certeza de que esta sua saida será festejada pelos parasitas que procuram aproveitar-se do partido e isso é sinal quanto baste de que este e outros partidos acabarão por sucumbir à sua própria ganancia. Paira no ar a insatisfação, em momentos com esta carga emocional o fosforo que acenderá o rastilho pode estar em qualquer lado. É uma questão de tempo. Eu também acho que para se ser socialista não é preciso ser do PS.
Cumprimentos,
Joaquim
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De gabriela rocha martins a 15.04.2011 às 00:43

acabei de ler o teu post e ,caríssimo amigo e camarada ,lamento profundamente a posição que tomaste ... e lamento.a por diversíssimas razões .estive contigo em combates não fáceis e esperava continuar a tê.los .resolveste seguir o caminho mais fácil .não é assim que defenderemos a nossa ideologia ,os nossos princípios ,o que nos leva ,de facto ,a ser socialistas .não é abandonando o barco ,em momentos de crise ou de tormenta ,que conseguiremos levantar bem alto a nossa bandeira - a da verdade .não é a bandeira do facilitismo ,do clientelismo ,do silêncio e de demais ismos .NÃO .é a bandeira de intervir ,mesmo quando nos querem calados .é altura de continuar a dizer não .é necessário dizer não .precisamente ,porque me senti como tu ,pensei e repensei .falei com camaradas nossos ,inclusive ,o António Guerreiro .conversámos .desabafámos e ,sobretudo ,procurámos ,face ao nosso desalento a nível nacional ,regional e local ,encontrar algumas soluções e essas ,passam ,também ,por ti e contigo .continuamos no mesmo lugar e não deixaremos que outros decidam por nós .é necessário e imperioso que reconsideres a tua posição .hoje poderemos ser menos ,amanhã ,acredita ,seremos muitos .é tempo de não permitirmos que o PS continue a dar tiros nos pés .nos meus NÃO .nos meus ,ninguém mais tocará se eu não quiser e ,podes ter a certeza ,que jamais me calarei .não o fiz ontem - aliás ,como sabes - não o faço hoje e não o farei amanhã,mas não passarei a outrém procuração para que decida por mim e tu também não deverás deixá.lo .há um passado ,uma ideologia e um princípio que nos obriga a dizer presente ,mesmo quando nos calam .acaso não temos tido razão? a História ,sobretudo ,a história recente do nosso Partido não nos tem dado razão? então? não é tempo de deixar que outros pensem por nós .reconsidera .nós precisamos de ti .o PS Silves ,esse ,mais do que qualquer outro ,precisa de pessoas como tu ... e não precisas ,nem deves calar.te .escreve ,fala e marca pontos ,mas dentro ,não fora de jogo....... peço.te ,por favor ,reconsidera!
um beijo amigo e solidário até à medula
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De maria gaivota a 17.04.2011 às 23:05

Caro Paulo,
Estive ausente.
Não acredito que abandonou o barco.
Quando o mar estar calmo e manso...todos vão ao banho, é uma alegria. Quando o mar está bravo, revolto bate com força e nos arrasta, só alguns ficam. Pensei que o Paulo fosse desses, dos que ficam e não viram as costas.
Faço minhas as palavras de G. Martins. Paulo reconsidere.
maria gaivota.

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