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Anjinhos

21.09.12

Uma coisa que me surpreende é que, apesar de tudo o que vivemos nas últimas três décadas, continuamos a ser “anjinhos”! Leio na primeira página do “Terra Ruiva” que “Praia Grande chega a Cavaco Silva” e, apesar de compreender perfeitamente a posição de um jornalista perante esta situação, não posso deixar de pensar que, entre os leitores, uma grande quantidade de “almas” irão dormir mais descansadas na esperança de que o Sr. Presidente da República tome o partido da inviabilização daquele atentado.

Não é que queira retirar a essas “almas” a esperança, mas só a falta de informação e a ingenuidade justificam que alguém neste concelho acredite numa solução vinda de Cavaco Silva. O projecto que ali nascerá (a não ser que uma nova revolução aconteça) é uma verdade mais absoluta do que a matemática. A empresa por trás do projecto emana do BPN e conta com a liquidez que os 4.8 mil milhões de euros dos contribuintes lá injectaram. O BPN, esse mesmo banco que deu a Cavaco o conhecido “jackpot” e muito provavelmente outros ainda maiores que não conhecemos. O mesmo BPN que teve nos seus quadros praticamente toda a geração de políticos que rodearam Cavaco nos seus dourados anos do betão e dos CCB’s. Provavelmente Cavaco até terá comissão no projecto.

Já sabemos que Isabel Soares, Rogério Pinto e Fernando Serpa vêem inegáveis qualidades no projecto e tudo farão para que vá em frente. Não pelo emprego, não pelo concelho… mas sim porque estão em jogo 30.000.000 de euros de taxas e licenças que a autarquia arrecadará. Com esse dinheiro (o equivalente a mais de 1 ano de receitas do concelho) este tipo de políticos, que nos trouxe a este estado de coisas, manterá o poder, o séquito, o concelho a viver acima das suas possibilidades sem nada produzir, sem ter que mexer uma palha ou ter uma ideia… e no final sairão com o bolso cheio directamente para a administração da Algar, da Docapesca, das Águas do Algarve ou doutro qualquer sorvedouro pago pelos contribuintes.

Para eles tanto lhes dá se o destruímos o património natural, se liquidamos as aspirações das gerações futuras, se concordamos ou não. O importante são as suas carreiras, os seus partidos e as suas ligações com os poderosos… A nossa história recente tem sido a repetição desta cassete.

Seria interessante perceber a posição do PCP e do BE (desde já me disponibilizo para aqui divulgar essas posições, caso queiram enviá-las para paulo.silva5@sapo.pt ) e ver se, enquanto eleitores temos quem nos defenda. 

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Meteorologia

24.08.12

“Por detrás desta aparente acalmia brota uma memorável borrasca.” – dizia Carneiro Jacinto a alguns dos seus apoiantes há coisa de 4 anos. Na realidade ele tinha razão, mas a “borrasca” de que falava então é um chuvisco comparada com a tempestade que aguarda a politica silvense nos próximos meses…

Os temas do momento, falados nos cafés e nas praças por quem aprecia política amadora, são a substituição de Isabel Soares, o candidato que apresentará o PS, quem será o rosto da CDU, uma eventual candidatura independente e… as eleições na Caixa Agrícola de Messines, que não sendo política é de igual modo jogo de poder.

Em relação ao que nos reserva o PSD para as próximas autárquicas em Silves não parece haver grandes dúvidas. O Dr. Rogério Pinto é apontado como o candidato natural para continuar a “obra”… apesar de ser evidente que tudo fará para tentar demarcar-se dessa conotação. Já não é tão líquido que o PSD Silves continue anestesiado após a saída de Isabel Soares e é provável que aconteçam alguns “regressos” e outras tantas vozes discordantes. Também convêm não esquecer que o PSD nacional vai procurar jogar forte nas autárquicas e não será de excluir algumas interferências na hora de elaborar as listas e de recolocar o seu pelotão autárquico. Chuva forte… diria eu.

No PS a coisa “fia mais fino”. Tudo aponta para que um “não socialista” venha a ser o cabeça de lista pelo PS. E falo do actual Presidente da Comissão Política Concelhia, um homem que está bem mais à direita que Paulo Portas (aliás, gostaria de o ver jurar numa igreja que nunca votou em Paulo Portas) mas que teve a inteligência de entender que com o PP nunca chegaria “à sua cadeira de sonho”. Vai dai… resolveu “dedicar” a sua existência a esperar que Isabel Soares “apodrecesse” para poder subir ao “poleiro”. O plano pelos vistos foi perfeito, uma vez que conseguiu “aniquilar” ou calar os verdadeiros socialistas, deixando antever uma lista que congregue todos os que ambicionaram o poder a qualquer custo. O que se comenta é que está desgastado, desacreditado e simboliza tudo o que as pessoas detestam num político. Mas quem sou eu para mandar “biatites”!! Trovada… diria eu.

Na CDU tudo aponta para que “o bom comportamento” da Dra. Rosa Palma leve a uma recandidatura. No entanto muitos falam da hipótese Manuel Ramos… e nesse capitulo eu aposto que, mesmo não sendo ele o candidato, não deixará de lutar para impedir que o “Tea Party” local suba ao poder. Certo, certo é que por esta altura “as candeias” do PCP ainda não estão organizadas e alguns membros mostram o seu descontentamento perante as decisões do “comité”. Na eleição para a Junta de Messines a coisa é bem mais clara e o João Carlos voltará a ser presidente as vezes que quiser e que a legislação lhe permita… parabéns para ele pelo esforço e dedicação, mesmo em tempos difíceis. Céu muito nublado… diria eu.

Já a intenção de uma candidatura independente, que não é segredo para ninguém, parece ser o grande factor de interesse das próximas eleições. Nas ruas fala-se com entusiasmo dessa possibilidade e surgem alguns nomes, até improváveis, como parte do projecto. O “alegado” candidato mostra interesse e reúne as qualidades que fazem um líder a sério, mas terá a astúcia e o apoio necessários para se movimentar no “perigoso” terreno da “partidocracia” instalada?! É que o mais difícil é impor o seu projecto em tempo útil! Vamos ver. Possibilidade de aguaceiros… diria eu.

Falta o tema “não político” que circula pela vila… as eleições da Caixa Agrícola. Diria eu que este é o tema que desperta mais paixões… pelo menos as mais extremadas posições. Provavelmente será por este parágrafo que os comentários surgirão, o que prova a minha teoria. Há cerca de 2 anos fui abordado pelas duas listas concorrentes para na qualidade de sócio exercer o meu direito de voto. Confesso que na altura fiquei um pouco baralhado e o sentido do meu voto deveu-se mais à insistência de um dos “gurus” do projecto vencedor do que à certeza de que esse seria o melhor caminho para a instituição (isso e a ideia absurda para a altura da fusão com Silves… para ser franco). Agora passados 2 anos, e falando contra os meus interesses pessoais (como qualquer associado poderá constatar), devo dizer que foi uma decisão acertada. Há alturas em que o voluntarismo, a boa vontade e a simpatia não chegam… é preciso o conhecimento, a autoridade e a frieza. Estes tempos não são para brincadeiras. Tratando-se a Caixa Agrícola de uma instituição que deve em primeira instância defender os interesses dos seus depositantes eu creio (e contra mim falo, novamente) que foi exactamente isso que esta direcção fez. Independentemente disso tenho pessoas amigas, em quem confio plenamente, nos dois “lados da barricada” e é preciso esperar pelas listas para tomar a posição definitiva. Tratando-se de uma discussão ainda estéril é provável que as paixões continuem exacerbadas. Chuviscos… diria eu.

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“Nos idos” de Novembro do ano de 2007 uma Reunião de Câmara realizada em Silves aprovou aquilo que agora está no chamado “ponto de não retorno”: o Plano de Pormenor da Praia Grande. Nessa altura os votos favoráveis do PSD, a abstenção da CDU (representada pelo meu estimado amigo Manuel Ramos, a quem desafio a comentar este post) e os votos contra do PS (com Lisete Romão e Fernando Serpa na “trincheira”) viabilizaram a urbanização massiva de um dos poucos locais do Algarve onde ainda reside alguma da verdadeira essência desta região. Já nem falo das questões ambientais, sabendo nós que a Lagoa dos Salgados é internacionalmente conhecida como um santuário da natureza, falo apenas das questões culturais e sociais que atingem os algarvios.

Em suma, usando a ironia, o projecto que aquelas almas aprovaram tratava-se de abdicar de uma reserva natural, algo em que “somos excedentários no Algarve”, para viabilizar 8 novos empreendimentos turísticos numa área de 270 hectares de dunas e zonas húmidas. Como todos sabemos a solução para as taxas médias de ocupação no Algarve, que rondam os 50%, só pode passar por mais hotéis… adoptando uma lógica que me arrepia: “que se lixem os hoteleiros do concelho vizinho, eles podem ter menos desde que nós tenhamos mais”. Vamos longe!

Como em todos os casos do género “PIN” este foi empacotado usando o sempre lustroso papel de embrulho chamado “criação de emprego”. Ao todo anunciavam-se mais de 1.500 novos postos de trabalho. Todos nós conhecemos o rigor destes números. Aliás, se todas as projecções de criação de emprego feitas desde a década de 90 fossem concretizadas… Portugal teria 10.000.000 de empregados, sem precisar de uma única PME. As empresas que fazem estas projecções são seguramente as mesmas que fornecem os dados para viabilizar coisas como a A13, a A41 ou a CREP.

Voltando à Praia Grande… lendo esta acta (clique aqui) fico com a ideia de que todos caíram como uns patinhos. Não entendo a abstenção da CDU e muito menos entendo o voto contra do PS quando se percebe que a única razão invocada para votar contra foi a protecção dos interesses dos proprietários dos terrenos!!! Importam-se de explicar?!

É claro que nestes 5 anos o Dr. Serpa já deve ter visto “inegáveis vantagens” neste projecto (da mesma forma que os promotores já devem ter reconhecido “o seu valor político”, numa antecipação das próximas eleições… “it’s business”)… as suas últimas posições conhecidas vão nesse sentido. O próprio promotor tem “escarrapachado” no seu sítio online a “orgulhosa viabilização do projecto”… na euforia até deixa escapar algo que a mim me preocupa por antecipação: “…o futuro resort terá 3Km de praias privadas…”. Podem ver o “print-screen” na imagem abaixo (pode ver aqui também):

 

 

 

Julgava eu que praias privadas era algo “inconstitucional”?!!! Ajuda-me Cavaco!! Se eles já vêm com “tamanha sede ao pote” palpita-me que ainda vamos pagar portagem para ir de Albufeira a Armação de Pêra sem passar pela EN 125!

 

Aproveitem e consultem aqui alguns dados que ajudam a entender a posição destes oportunistas que nos Governam, e que insistem em imaginar um o Mundo movido a "consumo e hotéis" no médio/longo-prazo!!! Ohhh gente pequena e ignorante! No médio prazo mais pessoas viriam à Praia Grande ver as aves e as dunas do que as que virão ver cimento e piscinas!


Post Scriptum:

- Deixo aqui a tomada de posição do PCP sobre este tema (clique aqui). Agardeço ao Manuel Ramos pela sinceridade e integridade.

- E aqui a prova de que para o PS de Silves apenas conta a defesa dos proprietários dos terrenos (clique aqui). Ainda gostava de saber quem são os advogados que os representam?!!!!!!! Será mais um caso do partido ao serviço da clientela?!!!

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Em tempos de eleições legislativas o pessoal tende a distrair-se um pouco do que se passa cá no “burgo”… tenho estado a anotar uma série de coisas para abordar quando todos se voltarem a concentrar nas questões locais, mas em jeito de “acepipe” aqui fica a fresquinha notícia de que a Câmara Municipal de Silves está com a página Web suspensa, alegadamente (adoro esta palavra), por falta de pagamento.

Quando, por altura da aprovação do orçamento para este ano, eu me manifestei contra tudo o que fosse “mais do mesmo” a principal razão porque o fiz foi saber que a banca não iria mais “engolir” previsões de receitas fictícias. A razão pela qual as Câmaras faziam tal truque tinha essencialmente a ver com o financiamento. Enquanto houve dinheiro a banca aceitava a previsão de receitas como “garantia”… mas parece que ninguém no actual executivo entendeu que isso ia mudar.

Corre também pelos corredores que os tonners escasseiam e que o combustível é “raro” na sede de município. Certamente muitos mais casos virão à tona nos próximos tempos e não me admiraria nada que, numa eventual vitória de Passos Coelho, a senhora presidente “se pirasse” deixando o “menino nos braços” dos que cá ficarem.

Certo é que caberá ao PSD e à CDU justificar porque razão isto acontece, sendo certo que a viabilização deste orçamento foi um “parto conjunto”.

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Numa altura em que começam a aparecer os primeiros candidatos a “candidato” às Autárquicas 2013 achei interessante agarrar na “bola de cristal”, a que chamamos imaginação, e traçar cenários. Depois de reflectir durante algum tempo cheguei à conclusão que temos em Silves todas as condições reunidas para uma “batalha épica” nas urnas, ao estilo mouros contra cristãos, bastando para isso que surja um Movimento capaz de cativar os descontentes com um partido, com todos os partidos ou com a política em geral.

No final do ano 2013, altura em que se realizarão as eleições, Portugal estará num clima de “desitoxicação” socialista. O PSD estará no Governo (muito provavelmente com o CDS como parceiro) e beneficiará ainda do estado de graça que geralmente acompanha os novos governos até meio do mandato. Isto, apesar de nacionalmente configurar um cenário pouco favorável ao PS, pode ser um bom “terreno” a nível autárquico. Ou seja o PS poderá conseguir um bom resultado em 2013 fazendo jus à máxima de que os portugueses tendem a castigar o Governo nas autárquicas.

Mas olhemos para o nosso concelho e tomemos em conta os dados disponíveis (e algumas crenças pessoais) para prever aquilo que serão as autárquicas em Silves:

- Pelo PSD teremos como candidato o actual vice, Dr. Rogério Pinto. Apesar de no interior do partido haver quem queira caras novas e um novo projecto, até os mais optimistas afiançam que o mais provável é termos a continuidade “mascarada” por um discurso de ruptura.

- Pelo PS teremos como candidato o Dr. Fernando Serpa (para já é o único, mas espero bem enganar-me). Tal como tem sido tradição dentro do PS esta não será uma candidatura consensual. Os 20 anos que leva de vereação, pela oposição, dão-lhe muita experiência mas também muitos motivos para não esperarmos muito de um executivo por si liderado. Apesar de tudo a candidatura será teoricamente mais forte que a anterior por duas razões. Primeiro porque seguramente, o Dr. Serpa não cairá no erro de “outros candidatos socialistas” fomentando divisões partidárias após ter sido nomeado como candidato. Depois porque o entusiasmo crescerá nas hostes socialistas com Isabel Soares fora de cena.

- Pela CDU teremos o Dr. Manuel Ramos (esta é a minha aposta pessoal, apesar de se afigurar igualmente provável a continuação da Dra. Rosa Palma) o que configura uma candidatura politicamente mais capaz mas publicamente menos apelativa aos jovens e abstencionistas crónicos que nas últimas eleições engrossaram os resultados do partido, somando-se aos seus sempre fiéis eleitores ditos “camaradas”.

- Pelo BE teremos novamente Carlos Cabrita, um outsider que pouco pesará na altura de contar os votos mas com importância vital na forma como decorrerá a campanha.

- Não arrisco dizer se haverá candidatura do CDS em Silves. Parece-me que as sondagens locais forçarão o PSD em Silves a pedir “reforços” e a propor também por cá a coligação que por essa altura terá o país, acrescentando assim alguns votos da direita mais “vincada” ao seu score.

Ora, resumindo temos:

- Uma franja considerável do eleitorado PSD descontente com a continuidade. Esses eleitores dificilmente votarão PS ou CDU… já nem falo BE

- Uma franja considerável do eleitorado do PS descontente com uma lista que, aposto, será a sombra do líder com as mesmas caras de sempre…

- Um apetecível eleitorado CDU em 2009 que, não sendo comunista, votou na diferença, na juventude e na “inocência”… coisas que agora já não são valores da candidatura…

- Um considerável número de abstencionistas e votantes em branco, que apesar de desejarem acção e mudança, ganharam já uma aversão a partidos políticos e a projectos partidários que lhes impede de votar em qualquer destes “concorrentes”…

Se a tudo isto somarmos tudo o que temos visto a nível nacional, e que configura um desdém crescente dos portugueses em relação ao sistema político-partidário (a votação de Fernando Nobre, a Manifestação da “Geração à Rasca”, os Homens da Luta na Eurovisão, etc…), a mim parece-me, e que me ajudem os especialistas, que uma lista independente, de gente desvinculada dos partidos iria buscar o seu “quinhão” a todos os lados e tornar-se-ia na principal favorita a chegar ao poder em Silves. Estarei enganado ou o leitor também acha que faz sentido?

 

In Jornal "Terra Ruiva" - Março de 2011

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E já está. A CDU comprometeu-se a “jogar no Euromilhões” de sociedade com o PSD e aprovou o orçamento municipal para 2011. O “jackpot” são 18.000.000 de euros, que é quanto vai faltar no final do ano nos cofres da autarquia. O resultado desse “prémio” serão mais despedimentos (nas empresas que não vão receber da CMS pelos trabalhos e produtos que colocaram à disposição do município), mais endividamento (nos empréstimos que vão ser contraídos para tentar tapar o buraco), mais despesismo (nas festas que agora são patrocinadas pela CDU), mais clientelismo (nos novos funcionários e “Jôtas” que serão contratados) e mais arrogância por parte do poder. Tudo em nome da “responsabilidade” política, e do suposto interesse do concelho.

 

pagã aliança

Não se sabe quais as contrapartidas negociadas, mas provou-se que afinal, e contra tudo o que se dizia, a CDU é uma força política que se preocupa primeiro com os seus presidentes de junta e depois com todos os munícipes e contribuintes do concelho. Estou certo que alguns comunistas da terra esgrimirão argumentos muito convincentes e elaborados mas o certo é que a CDU sempre fez seu “cavalo de batalha” a luta contra a gestão autárquica que agora viabiliza. Viva a coerência.

Do lado do PS ficou a imagem que interessa. Em Silves o Partido Socialista não foi conivente com jogadas financeiras (é disso que se trata quando se aponta uma falsa receita apenas para poder justificar a despesa exagerada) e marcou a sua posição. A Comissão Política e a Vereação souberam resistir ao “canto da sereia” e demonstraram sempre uma atitude responsável, séria e de ruptura com as práticas instaladas. Podemos dizer que começam agora a jogar-se as próximas décadas deste concelho e o PS demonstrou já que é a única opção capaz mudar Silves. Digam o que disserem, labutem o que quiserem… esta foi uma vitória e uma afirmação do PS.

 

Pode ler aqui o comunicado do PS Silves sobre esta matéria.

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“Estoirou o verniz” na aprovação do Orçamento para 2011. Sem maioria absoluta e com uma oposição “motivada” como há muito não se via a coisa só podia ter este resultado.

Haverá quem defenda que foi um erro “chumbar” o orçamento. Eu acho que o verdadeiro erro foram todos os orçamentos que precederam este, desde que a Dra. Isabel Soares tomou posse. E vamos ser claros, não é por me dizerem que todas as Câmaras Municipais “manipulam” os orçamentos que eu vou achar que em Silves isso é uma solução.

Toda a blogosfera já abordou o assunto. Uns chamando a si os louros, outros encontrando nas entrelinhas razões que a própria razão desconhece, outros transcrevendo comunicados dos seus partidos, outros ainda abordando o assunto de forma totalmente pragmática. Resta-me por isso muito pouco por dizer, a não ser dar os parabéns ao PS pela forma coordenada com que abordou esta questão e como soube ultrapassar as diferenças de pensamento internas em nome do interesse do concelho.

Vai ser difícil? Vai! Vamos todos sofrer com os duodécimos? Vamos! Mas, pergunto eu, haverá alguém que defenda continuar com o modelo anterior?! Diz o meu estimado Manuel Ramos que regista com surpresa “a repentina surpresa de alguns quanto à irrealidade dos orçamentos PSD dos últimos anos”. No meu entender o que houve foi resignação… impotência. Sempre me lembro de ouvir falar das hilariantes previsões de orçamento deste executivo… da esquerda à direita. Se ninguém o escrevia a razão só podia ser resignação. Desta vez havia como parar a “máquina” e… a “máquina” parou.

Ainda a propósito do blog do ex-vereador Manuel Ramos deixem que sublinhe aqui uma posição minha que, como muitas outras terá o dom de cair mal no PS, no PCP e no PSD. Subscrevo que os cortes nas verbas para as freguesias de Messines e Silves deveria ter sido abordado pelo PS, ainda que sejam ambas freguesias CDU. E acho isso porque sei que muito do eleitorado que vota CDU na freguesia, vota PS no município… é preciso um PS Silves que saiba tratar bem até o eleitorado que não confia nos seus candidatos às freguesias… afinal somos todos munícipes e queremos todos o melhor para o concelho. Evidentemente o melhor para o concelho passa por levantar a voz quando se “amputam” financeiramente as freguesias “chave” deste burgo.

O que cai mal no PSD fica para o fim. Saibam que até alguns do “ícones” desse partido neste concelho acham vergonhoso a proposta vingativa, cobarde e infame que foi feita às freguesias. 

Até me disseram da Dra. Isabel Soares algo que bateu “tim-tim-por-tim-tim” naquilo que uma “ressabiada” política perdedora da suposta esquerda concelhia me disse em público um destes dias: “pensa que as pessoas gostam de si mas engana-se”. Eu “embrulhei” porque não estou interessado em que gostem de mim. Não sei é se a “carente” presidente que temos reagirá bem se lhe disserem uma coisa destas!

Passem bem. Até ao fim do ano não percam aqui a resenha do ano 2010. Boas festas, bom Natal, felicidades… a todos. Até à senhora presidente e seu séquito, porque eu sou dos que acredita que as intenções são sempre boas, o que pode ser mau é o raciocínio!

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Encontrei na blogosfera um comentário, que não consegui confirmar, em que se levantava a hipótese de a CMS vir a ser forçada a dispensar 170 funcionários nos próximos tempos. À luz da arte política é muito provável que tal notícia tenha sido posta a circular pelo executivo camarário como forma de pressionar a oposição a aprovar o aumento da taxa de IMI nas próximas votações. Ficam desta forma entre a “espada e a parede” aqueles que inviabilizarem a subida da receita fiscal no concelho, onerando a responsabilidade pelo desemprego de tantas pessoas.

É opinião generalizada que a Câmara Municipal de Silves (como quase todas as outras) tem um excesso significativo de funcionários. A prova de que esse número é elevado está à vista num concelho onde as estradas esburacadas, o lixo, o abandono e a degradação grassam. É que quase toda a receita arrecadada pela autarquia serve apenas para pagar os salários dos funcionários e não sobra muito para as, digamos, despesas de manutenção. Já nem vamos falar em investimento.

Insistindo na nega à subida do IMI os partidos da oposição tomarão uma medida à partida impopular. Supondo que de facto os funcionários são dispensados, é óbvio que o PSD colocará todas as responsabilidades em cima de PS e CDU, “carpindo” a sua dor pelas famílias que serão afectadas (e já se sabe que “chorar lágrimas de crocodilo” é a especialidade da senhora presidente). Sabemos todos do peso que esse tipo de medidas tem tido até aqui na opinião pública, não sabemos é se nas actuais circunstâncias as pessoas continuarão a achar que essas serão medidas más. É um risco. O calculismo político até poderá levar a oposição a chumbar o aumento do imposto, correndo o risco, na esperança de que os 3 anos que ainda faltam até às eleições apaguem a eventual má aceitação da coisa.

Uma coisa é certa. Ninguém tenha dúvidas que o chumbo será a opção mais saudável para o concelho e a que trará melhores frutos. Mesmo que custe a saída dos tais funcionários. A realidade é que, inevitavelmente, o ano de 2011 obrigará a que pessoas sejam dispensadas, quer o IMI suba ou não. A diferença está no custo para os já sacrificadíssimos munícipes e contribuintes do concelho. Numa situação de retoma ter uma estrutura mais ligeira fará com que o investimento e o desenvolvimento cheguem mais depressa.

A outra opção na mesa é a oposição viabilizar - abstendo-se - a subida do IMI. Significa mais impostos. Leiam bem: MAIS IMPOSTOS! Para um concelho miserável e já “de tanga”. Significa a traição ao eleitorado que na sua maioria NÃO votou em Isabel Soares. Significa adiar o problema uns meses. Significa que a receita do IMI não irá subir porque com o colapso que se adivinha o imposto orçamentado sobe mas o imposto cobrado tenderá a descer, e muito.

A solução de adiar a resolução definitiva dos problemas tomando “aspirinas” deu no que deu a nível nacional. A passividade do Governo PS e o pensar nas eleições em vez de nos problemas levou-nos até aqui. E sobre isso tenho a dizer que na minha opinião alguém no Largo do Rato deveria assumir os erros cometidos, seria o primeiro passo para poder pensar em resolver o problema. Durante anos vivemos deste tipo de política, criamos “jobs”, sufocamos o país com impostos para sustentar um “Estado Social da 1ª Liga” quando apenas tínhamos uma economia dos “Distritais”, passe a comparação com o mundo do futebol. É evidente que, tendo sido poder na maior parte do tempo, o PS partilha, com o PSD do “senhor Silva”, a maior quota de responsabilidade no estado a que isto chegou. Estas medidas chegam tarde, muito tarde. Não sei se a economia vai aguentá-las!

O mesmo se passará com a CMS continuando com o “regabofe”. Por isso apelo à oposição: não cedam! É preciso coragem e princípios para se tomarem medidas impopulares mas essenciais à protecção das pessoas. Não é função da oposição proteger a CMS ou os seus funcionários, esses terão que ser protegidos por quem os comanda. Chega de cobardias e “negociatas” estranhas que ninguém entende. A situação actual fará com que toda a gente seja bem menos tolerável com esse tipo de coisas, provavelmente fará também com que um maior número de pessoas se interesse por estas questões. Coragem!

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E precisamente porque a vila é de todos, e o concelho também, é muito natural que alguns não concordem com o que lhe fazem (à vila) aqueles que mandam. Por isso, e sendo este espaço um reflexo daquilo que penso, vou ter que discordar com algumas coisas que tenho visto.

 

Por iniciativa da Junta de Freguesia foram colocados recentemente dezenas de cartazes (como o da foto) nas ruas de Messines com os dizeres: “A VILA É DE TODOS. OBRIGADO POR NÃO DEITAR LIXO NO CHÃO”. Esta medida visa complementar a colocação de papeleiras em vários locais da vila e qualquer um concordará que a intenção é boa. Pelo menos as papeleiras são de grande utilidade e colmatam uma lacuna evidente.

Já os cartazes… deixam-me incomodado. A poluição também pode ser visual e ver a vila de Messines com um cartaz em cada poste, em letras garrafais, a lembrar-nos que deitar lixo para o chão é algo reprovável não me parece ser a melhor forma de lidar com o assunto… e com adultos civilizados. É discutível a eficácia de tal medida e na minha opinião colocar a mensagem nas novas papeleiras seria mais do que suficiente. Recentemente um estudo concluiu que, por exemplo, as mensagens do género “FUMAR MATA”, que se colocam nos maços de tabaco, produzem no subconsciente das pessoas o efeito contrário.

 

Para mim isto é até capaz de passar para o exterior a ideia de que os messinenses são uns porcos… coisa que anda bem longe da verdade e que a presença das papeleiras (que volto a frisar: são de toda a utilidade e lógica) irá resolver de vez. Se a moda pega ainda nos arriscamos a começar a ter placas de “Obrigado por não cuspir para o chão”, “Obrigado por não estacionar em segunda fila”, “Obrigado por não dar comida a animais vadios”, “Obrigado por não fazer ruído depois das 22H” ou, ainda mais rebuscadas, “Obrigado por não meter baixas fraudulentas”, “Obrigado por não comprar produtos sem pedir factura”, “Obrigado por não esconder rendimentos ao fisco”. Será que os messinenses não sabem o que devem, ou não devem, fazer?!

 

Percebo a ideia que move a CDU (ou o PCP). A intenção é boa. Mas, se querem de facto mostrar que estão preocupados com a limpeza e poluição visual, podiam, por exemplo, começar por remover todos os pendões e cartazes que “jazem” pelo concelho desde a última campanha eleitoral. Não serei por certo só eu a reparar que o material de campanha da CDU foi o único que ainda não foi devidamente removido… e já lá vão 6 meses!

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Sobre os comentários ao último post, que pouco ou nada acrescentam ao que foi escrito, tenho a dizer três coisas (já que pegou a moda de enumerar ideias):
1 – Acredito que a liberdade implica também saber “ouvir” (ler neste caso) coisas que consideramos “abomináveis”. Por essa razão não retirarei os comentários (excepto os que utilizem linguagem obscena), mas deixo de aviso que, ao primeiro pedido, facultarei os IP’s e o acesso ao blog às autoridades competentes que tal me solicitem. Não seria a primeira vez em Portugal que um suposto “anónimo” responderia pelos seus comentários.
2 – Está a custar-me um bocado a forma como alguns socialistas estão a lidar com esta questão da “suposta coligação” entre CDU e PSD. Já escrevi que acho que as coisas não serão bem assim… mas, mesmo que fossem “tal e qual” apenas se espera do PS que aceite e julgue os resultados em tempo oportuno e de forma democrática. Esse tempo não é agora, seguramente. Parece-me que, à semelhança da perda de um ente querido, estamos na fase da “negação”. É sabido essa fase nos leva a fazer coisas inexplicáveis, por isso “camaradas” vamos lá passar para a fase da “aceitação” porque essa é que nos vai permitir pensar e agir de forma inteligente.
3 – A CDU foi democraticamente eleita e os seus representantes já foram empossados. É legítimo que a partir de agora tomem as opções que considerem correctas e é normal que essas opções não sejam bem aceites por outras forças políticas. A nós, atentos da política local, cabe-nos observar e, se for caso disso, opinar e influenciar. Para aqueles que “enxergam” na CDU uma “inimiga” e consideram esta estratégia ruinosa deixo uma citação de Napoleão: “Nunca interrompas o teu inimigo quando estiver a cometer um erro.” - (a posteriori rectifico o autor da frase supra-citada, que julgava ser Frederico II, e agardeço ao "próprio profeta" que me chamou a atenção nos comentários e me deu a oportunidade de fazer o reparo. - 27/10/2009)
Posto isto gostaria de terminar apelando à calma e ao bom senso. O respeito é uma coisa muito valiosa e estou certo que muitos dos que se “abespinham” por trás do ecrã do computador até se respeitam no “frente-a-frente”.

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