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Na terra do verdadeiro Sócrates o PASOK – Partido Socialista Grego – passou, em 5 anos, de 45% nas sondagens para pouco mais de 4%. Do seu seio nasceram novos partidos e dos seus cacos já nada deverá nascer, restando-lhe ficar no limbo político grego durante anos. Este facto deveria servir de aviso a muitos dos que se acham “insubstituíveis”, mas infelizmente não serve.

 

Há muito que digo que não é preciso ser do PS para se ser socialista. Há muito que digo que a partidocracia instalada no nosso sistema político é a responsável pelo estado a que chegamos. Há muito que deixei de acreditar no PS, no PSD, no CDS-PP… e com essa descrença não passei a acreditar no PCP, no BE ou nos tradicionais partidos que lutam por assento parlamentar acenando com discursos utópicos e retrógrados. E como eu, muitos. Mas, outros tantos continuam a acreditar no poder dos partidos, não tanto pelo que podem fazer pela sociedade, mas pelo que podem fazer por si próprios… é por isso normal que ainda faltem uns anos para que as coisas mudem de forma visível. Nas urnas a metade que não vota continua a ser projetada pelos analistas como “uma massa anónima afastada da política” que se deixa representar pelos que votam… perigoso erro esse!

2015 é ano de Eleições Legislativas. Não será fácil a esta distância, e com o ritmo a que sucedem os acontecimentos políticos, fazer prognósticos sobre quem vencerá. Resta pois opinar. O tratamento dado ao país pelo PSD valer-lhe-ia, em qualquer país normal, uma pesada derrota nas urnas. Por cá sabemos que não será bem assim.

Do lado do PS a vitória parece mais plausível. Apesar de reconhecer alguma competência em António Costa, basta-me olhar para o restante “retrato de família” para perceber que a “trupe de Sócrates” se prepara para voltar… à política, aos negócios, aos bastidores… ao poder. É de arrepiar.

 

A propósito de Sócrates importa esclarecer: a encenação da sua prisão foi vergonhosa. O Ministério Público e os que “convocaram” os jornalistas para aquele espetáculo deplorável deveriam sofrer consequências dos seus actos. Admito que muita da fundamentação do MP para mantê-lo preso possa carecer de prova, mas a questão aqui é sobretudo moral. O argumento de que veio de livre vontade, sabendo que ia ser preso, e por isso é um corajoso mártir... não cola. Todos os grandes burlões e vigaristas da história acharam que nunca seriam apanhados. Acham sempre que não deixam rasto, que “os outros” não se atreverão a denunciá-los e que todos são estúpidos.

Moralmente Sócrates não tem desculpa. O “seu motorista” já admitiu que recebia uma parte do salário “por fora”, como forma de fugir aos impostos e à segurança social. Ora, na minha opinião, quem, como Sócrates, durante anos, perseguiu os contribuintes e taxou mais e mais os rendimentos dos portugueses não pode moralmente fazer uma coisa destas. É inadmissível, e justifica só por si uma pena de prisão. Tudo o resto será arquivado mal o PS chegue ao poder, como de resto é fácil antever pelo rol de visitas que tem tido por parte de “amigos”, mas na minha memória ficarão estas falhas de carácter…. que em Sócrates sempre foram demasiadas para serem apenas “vinganças alheias”, por isso, pelo menos estes dias em Évora, já me deixam um pouco mais aliviado. Como dizia Lincoln: "Podes enganar pouca gente durante muito tempo, podes enganar muita gente durante pouco tempo, o que não podes é enganar toda a gente o tempo todo."

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