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Blog de discussão política do concelho de Silves. - "Porque um concelho que exige mais dos seus políticos, tem melhores políticas e é um melhor concelho."
Tem o PDF do livro?
mais um profeta da desgraça
Para Marinho Pinto chegar a uns 15% não precisará ...
Fico satisfeito por ver que o rapaz ainda está viv...
O que eu gostei mais da entrevista foi de saber a ...
Aproveitando o espírito natalício que se começa a sentir resolvi trazer melhores energias a este espaço e dar as boas vindas ao novo Presidente… se a anterior teve direito a várias entrevistas fictícias, sempre com bom feed-back, é hora de testar o sentido de humor de Rogério Pinto.
Tentei imaginar uma entrevista de Artur Linha a Rogéry Pinthe, coisa que nos tempos que correm se apresenta pouco provável… como de resto, há pouco mais de 4 anos, também me parecia impossível que a “Voz de Silves” um dia se virasse contra a principal “patrocinadora”. Aqui fica o exercício, não editado, tal qual como haveria de estar na cassete do jornalista, com introdução e tudo:
Desde o passado mês de Novembro que o Dr. Rogéry Pinthe é o novo Presidente da Câmara Municipal de Silves. Este homem, natural de Faro, residente há décadas no concelho de Silves, substituiu a presidente e aceitou o desafio de levar o concelho de Silves a ser a Sevilha do Algarve. É vereador permanente deste 2002, professor de profissão e já foi convidado para Secretário de Estado da Educação, cargo que não pôde aceitar porque deixou o convite numas calças que foram à máquina de lavar. É divorciado, como está à vista.
Artur Linha – Senhor presidente, obrigado por conceder esta entrevista. Tem em mãos o cargo da sua vida?
Rogéry Pinthe – Não. Tenho nas mãos uma sandes de atum porque hoje não vou ter tempo de almoçar.
AL – Pergunto-lhe se o lugar de Presidente da Câmara era o que ambicionava?
RP – Cruzes homem?!! Quem é que pode ambicionar isto? Uma câmara falida e o concelho a cair de velho! Isto é castigo, isso sim. O que eu ambicionava era uma quintinha no Pechão para acordar às 6h da manhã, e labutar na terra até o sol se pôr, criar umas galinhas, plantar umas couves, umas ervas de cheiro, mas um homem tem que trabalhar, não se pode dar a esses luxos.
AL – É uma herança pesada aquela que José Viola lhe deixou?
RP – José Viola?! Não tou a ver! Será aquele tio afastado que estava na Suiça? Aconteceu-lhe alguma coisa?
AL – Não. José Viola foi o presidente de Câmara que antecedeu Isabel Soares, o grande culpado pelo estado do concelho.
RP- Sabe, eu antes do 25 de Abril ainda morava em Faro, não sei como é que isto foi entregue mas sendo assim já sei quem é o culpado.
AL- Mudando de assunto, como foi para si o dia mais negro do concelho de Silves até hoje?
RP- Foi uma chatice. Eu estava em Marraquexe, numa fest… ahh.. numa reunião importante e quando me disseram que o Armacenense não tinha subido de divisão até disse um palavrão. Vá lá que foi em português.
AL- Falava do dia, 16 de Novembro…
RP- Ah sim! E o que tem o dia 16 de Novembro?
AL- Foi o dia do Tornado que devastou a baixa da cidade de Silves!
RP- Ahh pois, já me lembro. Foi um dia mesmo negro, nem de noite tinha visto nuvens tão pretas. Estava a acabar de pregar umas molduras no meu novo gabinete e ainda tinha que carregar umas 200 caixas de facturas de € 4.999 que a ex-presidente tinha lá um canto, quando me entra a minha secretária, esbaforida, a dizer que já não tínhamos cobertura! Eu logo pensei que ela estava a falar dos cheques que andávamos a passar, mas assim que saí fora do gabinete dei-me conta que chovia mais do que o habitual lá dentro… olho para cima e vejo o telhado do Mac Gêto, aquela casa de hambúrgueres que se abriu lá em baixo ao abrigo do projecto Sevilha do Algarve. Fiquei assustado.
AL- Mas sente que lidou bem com a situação, sem nunca tentar tirar benefícios políticos da tragédia?
RP- O difícil foi convencer os senhores da televisão que era eu o Presidente da Câmara, antes de me deixarem falar ainda andaram pelos salões de cabeleireiro da cidade a ver se não estaria por lá a ex-presidente. Depois foi fácil, sabe que eu sou um homem talhado para manter a calma em situações de grande stress…
AL- Conta-se que seria esse o dia em que estaria preparado para anunciar o nome do Vereador que o iria substituir. A oposição e os bloggers do concelho dizem que não foi fácil encontrar quem quisesse aceitar o cargo, evidentemente isso é mentira, conte-nos como foi?
RP- O difícil não foi que aceitassem o cargo, como isto vai ter um ordenado fixo é engodo mais do que suficiente… o difícil foi encontrar alguém que não se metesse no meu caminho daqui a uns anos. Isto a malta anda toda à procura do mesmo…
AL- Refere-se à presidência da Câmara de Silves?
RP- Não, refiro-me a um lugar nas Águas do Algarve, ou na ALGAR, ou na Docapesca, ou no Turismo do Algarve... só para citar alguns.
AL- Os últimos anos ficaram marcados por essa campanha, orquestrada contra o executivo a que pertencia, chamada “Viga de Ouro”. Que impacto teve no concelho esse caso?
RP- O mais evidente foi um aumento no número de divórcios, espero sinceramente que tudo se resolva e que as pessoas voltem a casar… ninguém merece andar por ai abandonado.
AL- Falava-se de ilegalidades que lesaram o município em várias centenas de milhares de euros. O senhor que acompanhou tudo de perto o que tem a dizer sobre essas mentiras?
RP- Isso são minudências… coisas que foram empoladas pela oposição e por aquele antigo vereador “vermelho”. Há pessoas que só estão bem a querer saber de tudo o que andamos a fazer, como se a oposição tivesse alguma coisa a ver com o que andamos a fazer. O que posso dizer é que havia pouco dinheiro e mandava-se fazer as coisas aos bochechos. Não há mal nenhum nisso…
AL- Já que fala em oposição, sabe-se que a oposição local tem sido uma verdadeira força de resistência às políticas que poderiam salvar o concelho. Como tenciona gerir a sua relação com eles?
RP- A malta do PS já é da casa, a da CDU é colega de profissão e também se tem portado bem. Vou continuar a entretê-los e tenho a certeza que não arranjarão problemas. A gente vai-lhes dando umas migalhitas e eles vão fazendo que nos batem o pé, e é assim… tive uma boa professora! De qualquer forma neste ano de mandato quero melhorar a relação com eles, nunca se sabe se não tenho que passar por lá e nessa altura é melhor que me devam alguma coisa.
AL- E sobre o partido? Está na altura de assumir os comandos do PSD Silves. Que planos tem?
RP- Temos que dinamizar o partido, tenho um plano para fazer crescer o número de militantes. Vou oferecer um toldo na praia de Armação a cada novo militante… com a procura que os toldos têm até me parece que haveremos de crescer também em habitantes.
AL- Já que fala em Armação de Pêra, que planos tem para a vila?
RP- Armação de Pêra é a minha menina dos olhos, como é sabido… Eu bem sei que uso óculos e que sofro de miopia, mas estimo muito os meus olhos. Imagino Armação como uma espécie de Miami e é por isso que sou a favor de entregar os terrenos da Praia Grande aos crocodilos… sempre me disseram que Miami está rodeada de crocodilos, não é verdade?
AL- E para a cidade de Silves? Sabe-se, por exemplo, que era um fervoroso adepto da Feira Medieval. Esse evento é para manter? Que outros eventos?
RP- É claro que é para manter. Até porque o fato de Rei me assenta bastante bem… nunca gostei muito de monarquias comandadas por rainhas, o poder é uma coisa de homens. Silves tem forte influência árabe e o senhor não conhece nenhuma “Shéika”, pois não. A partir de agora a feira vai ter outra pujança, até estamos a preparar uns apedrejamentos e umas fogueiras para queimar infiéis na praça do castelo… mais masculinidade vai animar a malta. Mas vamos ter outros eventos, a começar pela Feira do Neandertal.
AL- Isso é interessante. Como funciona?
RP- É uma feira que se realizará uma semana antes da Medieval. O cenário vai ser a Barragem do Arade, que em Agosto está cheia de calhaus. Vamos escavar grutas, dar tangas e mocas aos visitantes e fomentar a troca de bens e a caça… vai dinamizar imenso aquela zona e vai dar pancada pela certa, o que é também muito másculo.
AL- E para Messines? Há projectos?
RP- Gosto muito de Messines, fui lá uma vez e fui muito bem tratado. Imagino aquela terra como um pólo de dinamização cultural da região algarvia. Penso que a aposta nos museus foi de grande visão e agora é continuar e diversificar. Existem contactos para criar o museu da laranja, para dar a conhecer às gerações mais novas o fruto que outrora ali nascia… tenho receio que colem esse museu ao PSD e apareçam algumas bocas, por isso pensei no museu do bivalve ou no museu do marisco… pelo menos assim os habitantes podiam saber o que é marisco!
AL- Sobre a fusão de freguesias, qual a sua posição?
RP- Entendo que as freguesias devem ser as que forem precisas.
AL- É portanto a favor do actual mapa autárquico?
RP- Tenho dúvidas que precisemos de tantas freguesias.
AL- Então defende a redução?
RP- Tenho dúvidas sobre se conseguiremos servir as populações com menos freguesias.
AL- Alguns comentadores acusam a Câmara Municipal de Silves de ter excesso de pessoal, concorda com essa análise? Faz parte das suas opções reduzir o número de efectivos na autarquia?
RP- Isso é um disparate. Ainda hoje de manhã tive que me levantar da secretária para ir buscar adoçante para pôr no café. E note que a pessoa que trouxe o açúcar e a colher foi a mesma, porque a funcionária que normalmente traz a colher está de folga e o colega que trás o pires está a fazer as férias da estagiária que abre a saqueta das cápsulas. E isto para já não falar de ontem, quando fui obrigado a chamar a senhora que abre os envelopes para vir lamber um selo, tudo porque a senhora que lambe os selos meteu baixa com aftas.
(continua... só mais um bocadinho)
Passo por cá para deixar dois apontamentos sobre duas espécies que, infelizmente, abundam por cá:
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