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Blog de discussão política do concelho de Silves. - "Porque um concelho que exige mais dos seus políticos, tem melhores políticas e é um melhor concelho."
Tem o PDF do livro?
mais um profeta da desgraça
Para Marinho Pinto chegar a uns 15% não precisará ...
Fico satisfeito por ver que o rapaz ainda está viv...
O que eu gostei mais da entrevista foi de saber a ...
No rescaldo das Autárquicas 2013, quando as “facas longas” começam a ser puxadas em pelo menos duas sedes partidárias locais, é tempo de postar a minha análise aos resultados. Enquanto alguns dizem que “já esperavam” o resultado destas eleições, eu assumo aqui que fiquei surpreendido. Foi uma boa surpresa.
Na verdade, e tal como aqui escreveu o António Guerreiro, as conversas que ia tendo com as pessoas nas ruas, e com amigos de todas as candidaturas, nas redes sociais ou pelo telefone, diziam-me que a campanha do PS estava a falhar redondamente. Quando, numa terra pequena e sem grandes ligações ao mundo exterior como São Marcos da Serra, idosos comentam a falta de ética da campanha socialista, é caso para se pensar que talvez tenham ido longe demais. À falta de propostas e de ideias concentraram-se em duas questões: apelar ao voto de protesto e apresentar defeitos dos concorrentes.
Mas a famosa sondagem, que dava uma vitória folgada ao PS, fez-me pensar que talvez o “mensageiro moldasse a mensagem” à minha pessoa, transmitindo-me aquilo que eu gostaria de ouvir. Olhando para outras sondagens, que davam boas indicações e sinais claros de que o PS iria ter uma noite triunfal a nível nacional, pensei que a coisa estaria quase decidida. Alguns sinais de confiança que foram chegando de gente da campanha socialista pareciam indicar que me estava a escapar alguma coisa. O próprio cabeça de lista parecia estar apenas focado em Rogério Pinto, com uma atitude de quem já tinha garantida a vitória… ao ponto de, por exemplo, ter enviado SMS a candidatos do PSD a órgãos autárquicos locais, a ironizar com o episódio do Kamov, esperando talvez que lhe retribuíssem a brincadeira.
Ao mesmo tempo que a sondagem fazia crer numa vitória previsível, a vertiginosa vinda a Silves de personalidades centrais do PS demonstrava que nada ainda estava ganho. João Proença (um apoio quase tão bom como o de Arthur Ligne, num concelho que já provou ter memória), Vieira da Silva, António José Seguro, Carlos Zorrinho… foram apenas alguns. A falta de entusiasmo e de pessoas nessas sucessivas visitas diziam que algo estava errado. E estava. A “Confiança na Mudança” não passou afinal de “Excesso de Confiança na Mudança".
Do lado do PSD as coisas sempre me pareceram mais claras. Com o fim de ciclo Isabel Soares, a insatisfação generalizada da população contra o Governo, as dificuldades de afirmação de Rogério Pinto como líder, a fraca qualidade das listas apresentadas (com militantes importantes a ficarem de fora) e as lamentáveis cenas do verão em Armação de Pêra, a derrota era o resultado que reunia maior probabilidade. As ruas confirmavam essa minha ideia e apenas alguns elementos do aparelho laranja aparentavam estar confiantes na vitória. Além disso, tal como nos tempos de Isabel Soares, a máquina do PSD começou a campanha muito tarde… o que para um Presidente com apenas 12 meses de activo e ainda desconhecido em algumas zonas do concelho me pareceu errado.
De qualquer forma a campanha do PSD foi leal, concentrando as suas atenções nas freguesias onde se reunia o eleitorado mais fiel e deixando de parte (ou pelo menos dedicando menos tempo) Messines. Algo que não é novidade no PSD.
A CDU fez uma campanha em crescendo, bem planeada, com objectivos bem definidos, com humildade e muito trabalho. Sem ter ainda (porque até é normal que assim seja) uma liderança carismática, apostou no trabalho de equipa. Gastando menos do que as outras duas principais candidaturas conseguiu envolver mais pessoas. Passou para o exterior duas mensagens importantes, que encaixaram como uma luva nos anseios da população e nas expectativas que todos tinham para estas eleições: “esta é a única candidatura que na realidade configura uma mudança”; “esta é uma candidatura acima de um partido, repleta de independentes e gente com provas dadas a servir as populações desinteressadamente”.
Como o trabalho de casa estava bem feito (desconfio que há dedo do Francisco Martins nisto :) ) focou-se em Messines e Silves, com “tiros certeiros” nas outras freguesias onde foi capaz de auto-reconhecer algumas limitações. Uma estratégia que resultou em pleno e que comecei a ver com maior clareza quando, perto das 20H, recebi os resultados de São Marcos da Serra: vitória do PSD para a Junta de Freguesia e da CDU para a Câmara Municipal! Nunca esqueçam que a votação de São Marcos da Serra para a CM sempre foi um excelente barómetro.
O BE teve um papel importante nestas eleições. Acredito que contribuiu imenso para os resultados, não pela sua votação, mas sim pelo trabalho de “despertar” as mentes silvenses para a necessidade de uma mudança. O David está de parabéns. Marcou o seu espaço, marcou a diferença… merecia ser eleito para poder contribuir mais activamente. Infelizmente, tal como aqui escrevi, o BE tem um espaço político exíguo em Portugal e David Marques foi a votos sem o apoio que merecia.
Espero sinceramente que esta equipa eleita dê o seu melhor. Tenho a certeza de que terão a capacidade, o conhecimento e o apoio de todos aqueles que, antes das suas ambições pessoais, querem o melhor para o concelho de Silves. Quero também felicitar todos os candidatos eleitos e agradecer a todos os que, com os valores da ética e a sua terra em primeiro lugar, participaram nestas eleições. Bem hajam.
PS. Fiquem atentos, teremos declarações importantes neste blog para breve.
Respondendo por antecipação a alguns comentadores, quero dizer que a “sondagem do Penedo” não tem a ambição de ser fiável ao ponto de poder influenciar resultados. Sou o primeiro a admitir que os blogs e as redes sociais contam pouco na hora de votar (apesar de cada vez assumirem maior importância). Também sei que o blog é lido por uma minoria que não se traduz na amostra ideal. Mas o objectivo é potenciar discussão e gerar interesse pelo blog, coisa que tem sido conseguida. Apenas em 11 dias o Penedo Grande já teve mais visitas e “first time visitors” que em todo o mês de Agosto, estando 20% acima de igual período de há 4 anos.
Em jeito de resumo aqui ficam alguns gráficos e dados a reter:
Para a CM Silves votaram 434 internautas (houve mais de 600 tentaivas de votar que não foram contabilizadas pelo sistema) e após um periodo em que Fernando Serpa liderou, regista-se agora a liderança de Rosa Palma e uma grande recupreção de Rogério Pinto, que já está a escassos 2% de Serpa. David Marques tem perdido terreno.
Para a AM de Silves votaram 258 internautas (123 tentativas de voto bloqueadas). Fátima Matos lidera destacada, com mais do dobro da votação do segundo classificado, o candidato do PSD. Na AM a CDU sai fortemente penalizada nesta altura, recorde-se que nas últimas autarquicas João Estevens consguiu liderar a sondagem e disputar os lugares cimeiros.
Para a AF de Messines votaram 318 internautas (153 tentativas de voto bloqueadas). José Vítor Lourenço que liderou numa fase inicial, perdeu o lugar para João Carlos Correia. A candidata do PSD tem subido alguns pontos mas está ainda longe do exigido ao partido.
Para a AF de São Marcos da Serra votaram 233 internautas (68 tentativas bloqueadas). A grande disputa tem sido entre Luís Cabrita, o candidato do PSD que já vai na sua terceira tentativa, e Ricardo Guerreiro, o jovem candidato do PS. Rosa Guerreiro, da CDU, tem no entanto subido na última semana.
Para a AF de Silves votaram 299 internautas (61 tentativas bloqueadas). Lidera Luís Coelho do PS, seguido pelo candidato do PSD que foi quem mais subiu nas últimas semanas. Uma palavra para o candidato do MPT Rui Amador que surge à frente do elemento escolhido pelo Bloco de Esquerda, João Varela Santos.
Para a AF de Armação de Pêra votaram 221 internautas (184 tentativas bloqueadas). Após algumas semanas em que obteve mais de 50% dos votos, o candidato do PS, Paulo Vieira, começou a perder terreno para Ricardo Pinto. Nesta altura menos de 10 pontos separam os candidatos.
Esclareço que não coloquei a votos as “uniões de freguesias” porque só recentemente se confirmou a legalidade de algumas candidaturas participantes.
Ainda com o “cheiro a filhós” no ar o Orçamento Municipal para 2013 lá foi aprovado em Assembleia Municipal, com os votos favoráveis do PSD, a abstenção do PS e os votos contra da restante oposição.
Pelo que li o Orçamento para 2013 prevê menos 10M€ de receitas do que o anterior, o que, é justo dizê-lo, será mais uma vitória da oposição – que sempre alertou para este escândalo dos orçamentos inflacionados - do que um “mea culpa” do executivo. Já todos estávamos habituados aos orçamentos “alucinados” de Isabel Soares, este último previa receitas de 47M€ e a 30 de Novembro estavam arrecadados 27M€. Mesmo com o corte o Orçamento de 2013 deverá apresentar um desvio de mais de 5M€ face às receitas que o município irá obter… défice, mais défice.
A posição de abstenção do PS, nesta fase da votação, parece-me responsável. As consequências para os cidadãos e entidades do concelho seriam mais dramáticas caso o Orçamento fosse chumbado. Ainda assim o PS não se livrou de um “presente envenenado”, com a declaração de voto do PSD a “agradecer” todo o empenho e cooperação do PS na elaboração deste orçamento…
Também é coerente a posição dos restantes partidos com assento na Assembleia Municipal, BE e CDU, que votaram contra. É bom dizer que este é um péssimo orçamento, com consequências trágicas para o concelho… mas tenho dúvidas que fosse possível fazer melhor sem mexer nos postos de trabalho que a CMS assegura e nos direitos dos seus trabalhadores.
Clubes, Associações e Juntas de Freguesia continuarão a ser os “Cristos” em 2013 e de investimento… nada! Ora o investimento é “aquilo” que permite criar valor, criar emprego e por conseguinte… criar receitas! Estou por isso ansioso para começar a ler os programas eleitorais dos vários partidos para as próximas autárquicas, e perceber quais os que farão “copy/paste” de programas antigos, requentados e comprovadamente ineficientes… e quais terão a decência de entender que Silves apenas pode “sair do buraco” se oferecer vantagens que atraiam empresas, pessoas e capital.
Espero sinceramente que 2013 não seja tão mau como muitos antecipam e que todos os “players” da política local se empenhem em defender as pessoas. Bom ano 2013.
PS. Uma palavra para o “serviço público” que a CMS presta no seu site… continuam disponíveis para consulta apenas as actas do ano 2008!! São 5 anos de atraso na informação dos munícipes! É caso para dizer, se não fosse o tornado, só saberíamos que tínhamos novo presidente lá para 2016!
Numa altura em que começam a aparecer os primeiros candidatos a “candidato” às Autárquicas 2013 achei interessante agarrar na “bola de cristal”, a que chamamos imaginação, e traçar cenários. Depois de reflectir durante algum tempo cheguei à conclusão que temos em Silves todas as condições reunidas para uma “batalha épica” nas urnas, ao estilo mouros contra cristãos, bastando para isso que surja um Movimento capaz de cativar os descontentes com um partido, com todos os partidos ou com a política em geral.
No final do ano 2013, altura em que se realizarão as eleições, Portugal estará num clima de “desitoxicação” socialista. O PSD estará no Governo (muito provavelmente com o CDS como parceiro) e beneficiará ainda do estado de graça que geralmente acompanha os novos governos até meio do mandato. Isto, apesar de nacionalmente configurar um cenário pouco favorável ao PS, pode ser um bom “terreno” a nível autárquico. Ou seja o PS poderá conseguir um bom resultado em 2013 fazendo jus à máxima de que os portugueses tendem a castigar o Governo nas autárquicas.
Mas olhemos para o nosso concelho e tomemos em conta os dados disponíveis (e algumas crenças pessoais) para prever aquilo que serão as autárquicas em Silves:
- Pelo PSD teremos como candidato o actual vice, Dr. Rogério Pinto. Apesar de no interior do partido haver quem queira caras novas e um novo projecto, até os mais optimistas afiançam que o mais provável é termos a continuidade “mascarada” por um discurso de ruptura.
- Pelo PS teremos como candidato o Dr. Fernando Serpa (para já é o único, mas espero bem enganar-me). Tal como tem sido tradição dentro do PS esta não será uma candidatura consensual. Os 20 anos que leva de vereação, pela oposição, dão-lhe muita experiência mas também muitos motivos para não esperarmos muito de um executivo por si liderado. Apesar de tudo a candidatura será teoricamente mais forte que a anterior por duas razões. Primeiro porque seguramente, o Dr. Serpa não cairá no erro de “outros candidatos socialistas” fomentando divisões partidárias após ter sido nomeado como candidato. Depois porque o entusiasmo crescerá nas hostes socialistas com Isabel Soares fora de cena.
- Pela CDU teremos o Dr. Manuel Ramos (esta é a minha aposta pessoal, apesar de se afigurar igualmente provável a continuação da Dra. Rosa Palma) o que configura uma candidatura politicamente mais capaz mas publicamente menos apelativa aos jovens e abstencionistas crónicos que nas últimas eleições engrossaram os resultados do partido, somando-se aos seus sempre fiéis eleitores ditos “camaradas”.
- Pelo BE teremos novamente Carlos Cabrita, um outsider que pouco pesará na altura de contar os votos mas com importância vital na forma como decorrerá a campanha.
- Não arrisco dizer se haverá candidatura do CDS em Silves. Parece-me que as sondagens locais forçarão o PSD em Silves a pedir “reforços” e a propor também por cá a coligação que por essa altura terá o país, acrescentando assim alguns votos da direita mais “vincada” ao seu score.
Ora, resumindo temos:
- Uma franja considerável do eleitorado PSD descontente com a continuidade. Esses eleitores dificilmente votarão PS ou CDU… já nem falo BE
- Uma franja considerável do eleitorado do PS descontente com uma lista que, aposto, será a sombra do líder com as mesmas caras de sempre…
- Um apetecível eleitorado CDU em 2009 que, não sendo comunista, votou na diferença, na juventude e na “inocência”… coisas que agora já não são valores da candidatura…
- Um considerável número de abstencionistas e votantes em branco, que apesar de desejarem acção e mudança, ganharam já uma aversão a partidos políticos e a projectos partidários que lhes impede de votar em qualquer destes “concorrentes”…
Se a tudo isto somarmos tudo o que temos visto a nível nacional, e que configura um desdém crescente dos portugueses em relação ao sistema político-partidário (a votação de Fernando Nobre, a Manifestação da “Geração à Rasca”, os Homens da Luta na Eurovisão, etc…), a mim parece-me, e que me ajudem os especialistas, que uma lista independente, de gente desvinculada dos partidos iria buscar o seu “quinhão” a todos os lados e tornar-se-ia na principal favorita a chegar ao poder em Silves. Estarei enganado ou o leitor também acha que faz sentido?
In Jornal "Terra Ruiva" - Março de 2011
Apenas mais um registo da entrevista: "Já me aliei ao Bloco de Esquerda... na marcha lenta..." disse a Dra Isabel Soares - a propósito da EN 264 (Algoz - Messines) e da marcha lenta que o Bloco de Esquerda organizou. Uma palavra apenas: Hilariante!
(Espero que a Tânia Mealha e o Dr. Manuel Ramos não me processem por usar as fotos dos seus blogs neste post...)
Imaginem o seguinte cenário nas autárquicas em Silves: O PS, apesar de conseguir mais alguns eleitores que nas últimas autárquicas, perde as eleições para o PSD e a CDU não consegue alcançar os seus objectivos ficando muito aquém do conseguido em 2005… Este é um cenário bem possível, senão mesmo o mais provável.
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