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Blog de discussão política do concelho de Silves. - "Porque um concelho que exige mais dos seus políticos, tem melhores políticas e é um melhor concelho."
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Contra ventos, marés e pessimismo
Nenhum sector escapará incólume à maior crise financeira que a Europa já enfrentou, mas muitos encontrarão nestes tempos a oportunidade de se reinventarem e operar mudanças há muito adiadas. O mundo do associativismo é sempre um exemplo de dedicação, coragem e amor pela terra capaz de despertar consciências e de levar os ventos de mudança a toda a sociedade.
No caso concreto do associativismo desportivo o actual contexto económico trouxe aquilo a que se pode chamar a “tempestade perfeita”. A subsistência destas associações dependia em grande parte de subsídios estatais ou municipais, quotização dos seus associados, patrocínios de empresas e rendas. Em todas essas rubricas as quebras têm sido uma realidade e nenhum sinal augura que as coisas melhorem. Por estes tempos quem dirige e toma decisões assume o papel que se pode comparar ao de uma tripulação que viu o seu avião perder os motores. Não há espaço para erros.
Procuramos conhecer a realidade dos 4 maiores clubes do concelho e perceber quais os problemas, as soluções e os projectos que têm. O que encontramos foi gente empenhada em ultrapassar as dificuldades mantendo os pés no chão. Sosseguem pois todos aqueles que aos fins-de-semana rumam aos recintos desportivos do concelho. 2011/2012 será um bom ano de futebol no concelho de Silves.
Veja nos "posts" abaixo os textos publicados na edição de Julho do jornal Terra Ruiva, da minha autoria a pedido da nossa estimada directora Paula Bravo.
Textos da minha autoria publicados na última edição do Terra Ruiva. O meu agradecimento aos responsáveis pelo CF Os Armacenenses e ao Miguel Silva que fez a foto.
Finalmente uma casa à medida
O “Campo das Gaivotas” tem com os armacenenses uma relação de “amor-ódio”. Se por um lado se diz com indisfarçável orgulho que ali só jogam os mais persistentes, por outro lado todos anseiam pelo dia em que a vila de Armação de Pêra acorde e veja pronto um estádio com as condições ideais para acolher o clube da terra.
A comemorar 75 anos de existência o Clube de Futebol “Os Armacenenses” prepara-se para celebrar a data com um “pé” no novo Complexo Desportivo de Armação de Pêra, uma obra da Câmara Municipal de Silves que após vários avanços e recuos entra agora na fase final. O presidente do clube, Fernando Serol, advogado respeitado na terra, acaba de ser reeleito para mais um mandato e assume claramente o grande objectivo que une toda a direcção: “proporcionar a prática do desporto a todas as crianças e jovens de Armação de Pêra”.
No panorama silvense Os Armacenenses são o mais eclético de todos os clubes. Além do futebol, onde a actividade se estende por todas as camadas jovens passando pela equipa sénior e pelos veteranos, o clube conta ainda com Futsal feminino, ginástica, ballet, ninjutsu e natação. No discurso do presidente nota-se o orgulho especial pelas camadas jovens quando afirma “participamos com todos os escalões etários nos vários campeonatos de futebol organizados pela Associação de Futebol do Algarve. Tivemos cerca de 200 crianças e jovens a treinar e a jogar futebol no nosso Clube… a Direcção do Clube está bastante satisfeita com todo o desenvolvimento que o futebol Juvenil sofreu no Clube. Quero desde já agradecer publicamente o excelente trabalho que tem vindo a ser desenvolvido por todos os Treinadores do nosso Clube e pelos Dirigentes que trabalham directamente com as camadas Jovens.”
A equipa sénior conseguiu o objectivo a que se propunha na época transacta, a manutenção na 1ª Divisão Distrital onde terminou a meio da tabela. Na nova época espera-se que a equipa consiga melhorar, no entanto a subida de divisão está, aparentemente, posta de lado, ainda assim Fernando Serol considera que com a construção do novo Complexo Desportivo “os resultados melhorarão e todas as nossas equipas conseguirão melhores classificações nos vários campeonatos que irão disputar”. A questão do campo é mesmo incontornável porque “a principal dificuldade com que o Clube se debateu, e que já é uma dificuldade antiga, teve a ver com as más e insuficientes condições do nosso Campo de Jogos. O conhecido “Campo das Gaivotas” além de ser em piso pelado, já não se adequa às necessidades… Esperamos que este problema deixe de o ser já a partir do início da próxima época desportiva… aguardamos que muito em breve o anseio de todos os armacenenses por um Campo de Futebol relvado seja uma realidade”.
As facilidades que se antevêem no campo desportivo estão longe de encontrar correspondência na gestão do clube. “Atendendo à situação económica que o nosso País atravessa, que se repercute na redução dos apoios que o Clube irá receber quer das entidades oficiais quer de empresas e particulares, é evidente que a Gestão do Clube terá de ser ainda mais rigorosa e criteriosa que a que tem vindo a ser executada ao longo dos últimos anos. Pelas razões antes referidas, e porque haverá uma redução substancial das receitas do Clube, a Direcção irá sentir mais dificuldades para conseguir atingir os seus objectivos.” – diz-nos Fernando Serol sem deixar de manifestar confiança no “apoio das entidades oficiais e dos patrocinadores habituais do Clube, ainda que mais reduzidos”.
Situações excepcionais exigem pessoas excepcionais e medidas excepcionais. É com isso em mente que olho para a realidade dos principais clubes desportivos do nosso concelho e rezo para que as pessoas que têm conduzido os nossos destinos acordem a tempo de evitar que Silves FC, UD Messinense, Serrano FC e CF Os Armacenenses desapareçam do “mapa”, levando com eles o desporto já de si escasso no nosso concelho.
É um facto que o modelo de financiamento dos pequenos clubes tem que mudar. Com o tecido empresarial local em tempos de crise aguda não se pode esperar que os apoios surjam ao ritmo a que antes surgiam. As próprias autarquias são, e muito bem, forçadas a fazer reflectir nos apoios que dão a essas instituições os cortes orçamentais e as quebras nas receitas de que foram alvo nos últimos tempos. Pede-se por isso, aos responsáveis políticos locais e aos responsáveis pelos clubes, que encontrem formas de gerar receitas. Tarefa difícil, mas possível.
Não será segredo para ninguém que os transportes escolares são, em grande medida, a tábua de salvação dos clubes. Pessoalmente olho com desconfiança para essa “regra”, que se aplica um pouco por todo o país e que coloca nas mãos de entidades amadoras um “negócio” de grande responsabilidade, que é o de transportar até às escolas as nossas crianças. Concorrendo contra empresas privadas os clubes conseguem, ano após ano, ganhar alguns trajectos que vão garantindo a sua subsistência. Tratando-se de uma responsabilidade camarária é normal que em cada município as condições dos concursos sejam diferentes, o que dificulta a vida aos privados e dá boas hipóteses a quem conhece melhor a realidade local por nela viver.
No ano passado, por vicissitudes várias, o Silves FC ficou sem qualquer trajecto e entrou na agonia, que se arrastou durante toda a época desportiva, com uma das principais fontes de receita a secar sem que alternativas tivessem sido apresentadas em tempo útil. Este ano teme-se que o mesmo possa acontecer aos 4 principais clubes do concelho. Considero que a Câmara Municipal de Silves poderá ter um papel determinante no desfecho desta “novela”, assumindo a responsabilidade de tomar as tais medidas excepcionais que estes dias exigem.
Sabemos que mais de 1.000.000 de euros do orçamento municipal serão destinados aos transportes escolares. Esse dinheiro sairá sempre dos cofres da autarquia. Bastaria que a CMS, à semelhança do que fazem muitas outras câmaras por esse país fora, tivesse a boa vontade de criar condições para que os clubes garantissem os trajectos de que precisam para sobreviver. É que, ao contrário das grandes empresas da área dos transportes, os clubes contratam motoristas da terra, utilizam carrinhas compradas na terra, abastecem nos postos de combustível da terra, fazem as reparações nas oficinas da terra, compram pneus aos empresários da terra e gastam os lucros em prol da terra.
Um pouco de boa vontade política e as tais medidas excepcionais que estes tempos exigem é quanto basta para dar aos nossos clubes o balão de oxigénio que precisam para ultrapassar os tempos difíceis que se avizinham. Largas centenas de crianças, jovens e adultos poderão continuar a praticar desporto, enquanto muitos outros poderão ter alternativa aos Shoppings ou ao sofá nas tardes de fim-de-semana. Será preciso mais legitimidade para agir já do que aquela que o interesse de todo um concelho confere? Eu acho que não.
In. Jornal Terra Ruiva - Junho de 2011
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