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 E quem é o SAR?! Perguntam vocês!
Todos nós quando nascemos viemos equipados de série, qual “Renault Laguna full extras”, com SAR (Sistema de Activação Reticular). Em cada fase das nossas vidas temos vários SAR’s activados e são eles que assumem, de forma inconsciente, o controlo dos nossos pensamentos. O truque consiste em aceitar esta realidade e procurar que sejamos nós a estabelecer os próprios SAR’s.
Para que entendam melhor isto do SAR eu dou alguns exemplos: quando nos preparamos para ser pais (ou mães) existe uma fase em que vemos grávidas e senhoras com bebés em todo o lado. Para onde quer que nos viremos lá estão as grávidas e os bebés! Parece magia! É como se o Mundo todo decidisse “procriar” naquela altura. Na verdade em todos os momentos da nossa vida existiram grávidas e senhoras com bebés nos sítios por onde passamos, a diferença é que antes o nosso cérebro atirava essa informação para o “lixo”. O facto de estarmos a experienciar a situação de ser pais ou mães fez com que a nossa “caixa pensante” começasse a reter essa informação e, por consequência, nós começamos a ter consciência dela.
O mesmo se passa ao nível das profissões. Um vendedor de cozinhas tem um SAR que o faz notar em todas as obras, casas em venda, placas com licença de obra, etc… Já um distribuidor de cerveja não liga absolutamente nada a isso e o seu SAR retém tudo o que tenha a ver com cafés, bares e restaurantes. Além do SAR profissional, todos temos pelo menos mais 6 SAR’s activados a cada momento da nossa vida. Cada SAR é como se fosse uma voz interior que nos passa mensagens, que nos chama a atenção para alguns dos milhões de inputs que recebemos diariamente, que nos guia e orienta nas decisões a tomar.
Vamos então ao que interessa: O SAR profissional de um Presidente de Câmara. Esse SAR deveria estar virado para o bem-estar dos seus munícipes. Certo?! Todos concordam! No limite todos os sinais exteriores que colocassem em causa o conforto e bem-estar dos cidadãos deveriam merecer respostas instantâneas do seu cérebro… o ideal até seria alguém inventar um capacete capaz de soltar uma “descarga eléctrica”, daquelas que “não matam” mas soltam um palavrão instintivamente, a cada atentado aos munícipes detectado. Mas isso é coisa do futuro.
O SAR do presidente deveria estar sempre activado: Cada vez que circulasse na EN 264 o SAR do presidente da câmara devia dizer-lhe “Que estrada de merda! Devia arranjar isto!”. Cada vez que fosse ao Jardim Municipal de Messines o SAR devia dizer-lhe: “Neste jardim é que eu não punha os meus netos! Devia arranjar isto?!” Cada vez que passasse em frente da “cabine de chapa” que serve de “terminal rodoviário” o SAR devia dizer-lhe: “Porra!! As pessoas ali molham-se e apanham sol! Nem sequer têm como escapar?! Devia arranjar isto!” Cada vez que passasse pelo Algoz o SAR deveria gritar-lhe: “Vila moderna uma ova!!! Devia olhar para isto!” Cada vez que fosse a São Marcos da Serra o SAR devia dizer-lhe: “Estas pontes são um perigo! Um dia destes ainda acontece uma desgraça! Devia arranjar isto!”
Não vivemos num mundo perfeito e por isso o verdadeiro SAR de um Presidente de Câmara está orientado para outras coisas… mais políticas e viradas para o umbigo. Por exemplo: quando passa por uma rua que tem uma escola o SAR do presidente não vê os miúdos (que por coincidência não votam) mas repara em 5 ou 6 velhotes a jogar às cartas… e diz o SAR: “Olha!! 6 velhotes a jogas às cartas! Devia levá-los a conhecer Sevilha!” Passa depois por jovens desempregados e, não reparando que estão todos na mesma situação, diz-lhe o SAR: “Olha!!! Está ali o Manel!! É filho do Joaquim que me apoiou nestas eleições! Devia arranjar-lhe um emprego na Câmara!” Passa por uma zona comercial, onde todos os comerciantes estão em dificuldades e lutam com taxas camarárias altíssimas, e diz-lhe o SAR: “Olha!!! Ainda há comerciantes neste concelho! Vou autorizar mais dois centros comerciais!” Mais tarde passa por uma reunião com os agentes culturais, que sufocam com a falta de apoios, e diz-lhe o SAR: “Olha!!! Estes tipos outra vez a pedir dinheiro! Tenho que sair daqui. Devíamos fazer um acordo de geminação com Punta Cana e enviar lá uma delegação!” A culpa, está bom de ver, é da má orientação do SAR.
Mas há mais. A oposição também tem SAR’s. E diz o SAR do principal partido da oposição: “Olha!!! Nós temos 3 vereadores, os outros têm 1 e o poder tem 3?! Vamos juntar-nos ao poder porque os outros gajos são alienígenas disfarçados que querem tomar conta do mundo.” E diz o outro partido da oposição: “Olha!!! Nós temos 1 vereador, os outros têm 3 e o poder também tem 3! Vamos juntar-nos ao poder senão ainda nos acusam de alianças de esquerda… cruzes canhoto!” E assim vamos, como diz o “outro”, sorrindo e cantando até à insolvência total!

In - Terra Ruiva, Novembro de 2009

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Continuamos em São Marcos da Serra e vou já esclarecendo, para que ninguém fique à espera que eu me “espalhe”, apenas vou apresentar os meus “devaneios” em relação a 3 freguesias: São Marcos da Serra, São Bartolomeu de Messines e Algoz. As outras ficam para quem bem as conhece, os que lá vivem.

 

A zona serrana que se estende de Monchique a Odemira é responsável por boa parte da exploração florestal da região no que diz respeito a madeira para as Celuloses. O centro de “distribuição” destas madeiras, apesar de não estar bem definido, incide essencialmente na zona de Marmelete e Casais, na encosta Sul da Serra de Monchique. Sabendo que a encosta Sul da serra assume uma vocação mais turística e imobiliária que florestal facilmente concluímos que o transporte e recolha de madeiras tem custos extras que poderiam ser eliminados, bastando para isso transferir essa plataforma para, por exemplo, São Marcos da Serra. Tentem conceber dezenas de camiões por dia, a subir e a descer a serra, carregados com largas toneladas de madeira, e imaginar os custos de combustíveis e as emissões de CO2 que poderiam ser eliminadas com essa transferência.

 

Sabe-se que as Celuloses espanholas são as principais clientes destas madeiras e, com o avanço previsto da ligação ferroviária a Espanha (linha electrificada), poderíamos aproveitar os baixos custos dos terrenos e linha ferroviária que passa em São Marcos da Serra para escoar essas madeiras para Espanha, Centro, Norte e Sines. Até as próprias empresas de transportes poderiam ficar favorecidas, uma vez que deixariam de operar com camiões de médio/longo curso – mais dispendiosos e sujeitos a regulamentações mais exigentes – para passar a trabalhar em curtas distâncias, com veículos mais pequenos e económicos (porque não pensar num futuro onde “teleféricos solares” próprios transportavam a madeira até à linha férrea?!).

 

Apesar de grande parte deste trabalho vir da parte da iniciativa privada, teria que ser a Câmara Municipal a criar condições para que empresas e empresários aderissem ao projecto. Primeiro definindo no PDM zonas para a construção da plataforma. Depois, dotando essa área de acessos privilegiados (não será difícil porque o IP1, a linha ferroviária, as recentes ligações ao Alferce e a Monchique, a A2 e a Via do Infante estão/são facilmente acessíveis). De seguida haveria que negociar com a REFER a alternativa caminho-de-ferro. Por fim seria necessário assegurar a regulamentação e bom funcionamento de todo o projecto.

 

Obviamente a Câmara teria que assumir de uma vez a vocação florestal da freguesia de São Marcos e apoiar a reflorestação da serra para este fim. Não se pense que apenas eucaliptos e pinheiros fazem a floresta (basta ler com atenção o Plano Regional de Ordenamento Florestal para entender que existem muitas opções). Existem outras espécies, de crescimento mais lento, que não servindo para pasta de papel (por serem mais caras), podem constituir uma indústria muito interessante. Além disso outras espécies podem revelar-se de importância determinante no combate ao flagelo dos incêndios.

 

Caros amigos, volto a afirmar, são só ideias. Se algo me escapa peço que comentem e tentem ajudar. Ganhamos todos.

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Dou hoje início a uma série de posts – mais ou menos periódicos – que tem como única intenção ajudar os candidatos à Câmara a traçar os seus programas eleitorais e, quiçá, ajudar a Dra. Isabel Soares a fazer alguma coisa de útil pelo concelho (assim tenha ela a humildade de reconhecer uma boa ideia a alguém que não “lhe beije o rabo”).

 

Diz ali em cima – no subtítulo do blog – que as opiniões aqui “postadas” são minhas e por elas responderei. Tratam-se de pensamentos, pouco elaborados, mas que podem ser úteis se aperfeiçoados por outras cabeças.

 

Quero também dizer que escusam de vir dizer que estou a dar o “ouro ao bandido” porque a mim apenas interessa o concelho. Se o progresso vem pelas mãos de partido A ou B, pouco me importa. Desde que venha, o resto é conversa.

 

Vou começar pela freguesia de São Marcos da Serra, que me é particularmente querida, e que me parece a mais “desfavorecida” em termos de perspectivas futuras:

 

São Marcos da Serra

 

A freguesia de São Marcos está “no tapete” e só uma grande reviravolta a pode voltar a colocar nos trilhos da sustentabilidade.

 

No meu entender um dos grandes problemas de São Marcos tem a ver com a falta de informação e o isolamento. Já li acerca de alguns projectos (na Suécia e Noruega) em que se combate o isolamento das pessoas e a sua resistência às novas tecnologias enviando para o terreno uma espécie de missionários dos tempos modernos.

 

Por exemplo, sabe-se que a grande vocação da freguesia é a agricultura e a floresta. A ideia seria enviar para o local pessoas formadas em Engenharia Agrária ou Florestal que, vivendo na aldeia por períodos mais ou menos longos, seriam responsáveis por manter contactos diários com as populações. Esses contactos teriam uma forte componente encorajadora e visariam colocar os cidadãos a par de incentivos fiscais, fundos comunitários e processos burocráticos. Estes “missionários” seriam avaliados de acordo com objectivos atingidos e seriam seleccionados pela sua formação e – essencialmente – pela sua capacidade de interacção com as populações.

 

Falamos de meios pequenos, onde facilmente se passa a mensagem e, mais facilmente ainda, se fica a conhecer toda a gente. Muitas destas pessoas vivem alheadas das novas realidades e o “diz que disse” dos cafés só as deixa mais baralhadas e assustadas.

 

As pessoas de São Marcos tem os terrenos, o tempo e, muitas vezes, o dinheiro para vencer e criar postos de trabalho, só lhes falta uma palavra encorajadora e esclarecida para que tudo se desenrole. Falamos de um baixo investimento e de uma ideia que, mesmo não obtendo os resultados ideais, teria impacto positivo na opinião pública.

 

Admito que a ideia possa não vingar, mas tenho quase a certeza que, com muito menos dinheiro, faria mais por São Marcos da Serra do que a estalagem, o museu e o burro de plástico.

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