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Blog de discussão política do concelho de Silves. - "Porque um concelho que exige mais dos seus políticos, tem melhores políticas e é um melhor concelho."
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mais um profeta da desgraça
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In - Terra Ruiva, Novembro de 2009
Continuamos
A zona serrana que se estende de Monchique a Odemira é responsável por boa parte da exploração florestal da região no que diz respeito a madeira para as Celuloses. O centro de “distribuição” destas madeiras, apesar de não estar bem definido, incide essencialmente na zona de Marmelete e Casais, na encosta Sul da Serra de Monchique. Sabendo que a encosta Sul da serra assume uma vocação mais turística e imobiliária que florestal facilmente concluímos que o transporte e recolha de madeiras tem custos extras que poderiam ser eliminados, bastando para isso transferir essa plataforma para, por exemplo, São Marcos da Serra. Tentem conceber dezenas de camiões por dia, a subir e a descer a serra, carregados com largas toneladas de madeira, e imaginar os custos de combustíveis e as emissões de CO2 que poderiam ser eliminadas com essa transferência.
Sabe-se que as Celuloses espanholas são as principais clientes destas madeiras e, com o avanço previsto da ligação ferroviária a Espanha (linha electrificada), poderíamos aproveitar os baixos custos dos terrenos e linha ferroviária que passa
Apesar de grande parte deste trabalho vir da parte da iniciativa privada, teria que ser a Câmara Municipal a criar condições para que empresas e empresários aderissem ao projecto. Primeiro definindo no PDM zonas para a construção da plataforma. Depois, dotando essa área de acessos privilegiados (não será difícil porque o IP1, a linha ferroviária, as recentes ligações ao Alferce e a Monchique, a A2 e a Via do Infante estão/são facilmente acessíveis). De seguida haveria que negociar com a REFER a alternativa caminho-de-ferro. Por fim seria necessário assegurar a regulamentação e bom funcionamento de todo o projecto.
Obviamente a Câmara teria que assumir de uma vez a vocação florestal da freguesia de São Marcos e apoiar a reflorestação da serra para este fim. Não se pense que apenas eucaliptos e pinheiros fazem a floresta (basta ler com atenção o Plano Regional de Ordenamento Florestal para entender que existem muitas opções). Existem outras espécies, de crescimento mais lento, que não servindo para pasta de papel (por serem mais caras), podem constituir uma indústria muito interessante. Além disso outras espécies podem revelar-se de importância determinante no combate ao flagelo dos incêndios.
Caros amigos, volto a afirmar, são só ideias. Se algo me escapa peço que comentem e tentem ajudar. Ganhamos todos.
Dou hoje início a uma série de posts – mais ou menos periódicos – que tem como única intenção ajudar os candidatos à Câmara a traçar os seus programas eleitorais e, quiçá, ajudar a Dra. Isabel Soares a fazer alguma coisa de útil pelo concelho (assim tenha ela a humildade de reconhecer uma boa ideia a alguém que não “lhe beije o rabo”).
Diz ali em cima – no subtítulo do blog – que as opiniões aqui “postadas” são minhas e por elas responderei. Tratam-se de pensamentos, pouco elaborados, mas que podem ser úteis se aperfeiçoados por outras cabeças.
Quero também dizer que escusam de vir dizer que estou a dar o “ouro ao bandido” porque a mim apenas interessa o concelho. Se o progresso vem pelas mãos de partido A ou B, pouco me importa. Desde que venha, o resto é conversa.
Vou começar pela freguesia de São Marcos da Serra, que me é particularmente querida, e que me parece a mais “desfavorecida” em termos de perspectivas futuras:
São Marcos da Serra
A freguesia de São Marcos está “no tapete” e só uma grande reviravolta a pode voltar a colocar nos trilhos da sustentabilidade.
No meu entender um dos grandes problemas de São Marcos tem a ver com a falta de informação e o isolamento. Já li acerca de alguns projectos (na Suécia e Noruega) em que se combate o isolamento das pessoas e a sua resistência às novas tecnologias enviando para o terreno uma espécie de missionários dos tempos modernos.
Por exemplo, sabe-se que a grande vocação da freguesia é a agricultura e a floresta. A ideia seria enviar para o local pessoas formadas em Engenharia Agrária ou Florestal que, vivendo na aldeia por períodos mais ou menos longos, seriam responsáveis por manter contactos diários com as populações. Esses contactos teriam uma forte componente encorajadora e visariam colocar os cidadãos a par de incentivos fiscais, fundos comunitários e processos burocráticos. Estes “missionários” seriam avaliados de acordo com objectivos atingidos e seriam seleccionados pela sua formação e – essencialmente – pela sua capacidade de interacção com as populações.
Falamos de meios pequenos, onde facilmente se passa a mensagem e, mais facilmente ainda, se fica a conhecer toda a gente. Muitas destas pessoas vivem alheadas das novas realidades e o “diz que disse” dos cafés só as deixa mais baralhadas e assustadas.
As pessoas de São Marcos tem os terrenos, o tempo e, muitas vezes, o dinheiro para vencer e criar postos de trabalho, só lhes falta uma palavra encorajadora e esclarecida para que tudo se desenrole. Falamos de um baixo investimento e de uma ideia que, mesmo não obtendo os resultados ideais, teria impacto positivo na opinião pública.
Admito que a ideia possa não vingar, mas tenho quase a certeza que, com muito menos dinheiro, faria mais por São Marcos da Serra do que a estalagem, o museu e o burro de plástico.
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