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Novembro vazio

26.11.10

Nada tenho para vos dizer neste vazio mês de Novembro. Comecei várias vezes a escrever mas acabei sempre por fazer “delete” ainda antes de terminar o primeiro parágrafo. Não sei se por falta de assunto, de opinião ou de paciência… o que sei é que desta vez não saiu nada. Eu explico:

Primeiro pensei em falar sobre o orçamento municipal para 2011. Mas, o que posso dizer de um documento que, ano após ano, é feito “sobre o joelho” sem que ninguém seja chamado à responsabilidade quando, no final, se verifica que nada bateu certo. O normal em Silves é uma execução orçamental “vergonhosa”, fruto de projecções que “empolam” as receitas e subestimam as despesas. O resultado de anos “disto” é visível em todo o lado. Ainda há bem pouco tempo éramos a Câmara Municipal do país que mais tempo levava a pagar aos fornecedores, hoje, um ano apenas após um recebimento extraordinário de 15 milhões de euros do Programa “Pagar a Tempo e Horas”, a dívida a fornecedores “galopa” a um ritmo impressionante e os prazos de pagamento dilatam-se a cada mês.

O próximo orçamento vai ser de contenção. Diz-se que o corte na despesa será na ordem dos 35%. Fala-se que as responsabilidades financeiras acumuladas pela CMS poderão “estrangular” as contas municipais. Especula-se que a grande “facada” está guardada para a as Juntas de Freguesia, algumas nem para pagar salários irão ter. Não me apeteceu nada falar disto, por isso decidi procurar outro tema e esquecer esta questão. Afinal de contas, nos tempos que correm, as pessoas estão tão habituadas a ouvir falar em dificuldades que já nem ligam.

 

Depois pensei na Fábrica do Inglês. Ouvi dizer que a autarquia se preparava para investir um avultado montante na realização de um “Estudo de Viabilidade” para aquele espaço privado. Montante suficiente, por exemplo, para equilibrar as contas de algumas Juntas de Freguesia do concelho. Não sei o que seria feito depois do estudo concluído, mas calculo que o argumento da criação de emprego e da preservação do edifício nos voltasse a “vir ao bolso” por altura da implementação das medidas que haveriam de ser apontadas pelos “estudiosos”. Uma vez que acredito na igualdade de tratamento entre munícipes pensei em seguida que seria bom se a CMS encomendasse estudos de viabilidade para todas as empresas em dificuldades no concelho. Imaginem quantos postos de trabalho se salvariam e quantos edifícios lindíssimos veríamos reabilitados?! Como sei que isto é utópico, e que a oposição não deixará avançar tal estudo, resolvi também “saltar” sobre este tema e não o trazer a estas páginas.

Passou-me em seguida pela cabeça trazer “à baila” o estado das ruas de Messines e Algoz. Parece-me a mim que a CMS está a fazer um “esforço” para colocar as ruas destas duas vilas a condizer com a estrada que as une, tal como uma senhora combina os sapatos com a mala e com o cinto. Depois de ter tido, durante anos, sob sua administração a EN 264 a CMS devolveu o “brinde” ao Estado e agora exige, e muito bem, que se ponha termo àquela vergonha. De facto não consigo entender como é que se gastam milhões a substituir pavimentos ainda em excelentes condições, em algumas auto-estradas desertas, e depois se mantém uma estrada vital para economia da região no estado lastimável em que se encontra a EN 264 (entender, até entendo… explicar é que já é mais complicado). Mas fora este parêntesis, o que me assola o espírito é o facto da mesma câmara que reclama a reparação da estrada nacional não olhar para o estado deplorável em que estão as ruas, essas de sua inteira competência (pelo menos não dei conta que as tivessem atirado para a alçada do Estado).

Passaram-me ainda outros temas menores pela frente… tais como os custos exagerados do “Lince Ibérico” para o erário público, as alterações de trânsito um pouco por todo o concelho ou a contratação de novos “técnicos superiores” anunciada recentemente. Nenhum me inspirou o suficiente para que escrevesse mais do que uma linha. Por estas e por outras este mês não tenho nada para escrever… vamos ver se o Natal me trás luz e bom material.

 

In. jornal "Terra Ruiva" - Novembro de 2010

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No editorial do Terra Ruiva de Junho chama-se a atenção para um facto curioso. A Câmara Municipal de Silves atribui a 31 associações desportivas e sociais do concelho 390.000 euros de subsídio para o ano 2010. Isto dá em média pouco mais de 1.000 euros por mês por cada associação. Dá por mês cerca de 1 euro a cada munícipe, um custo que considero bastante aceitável para os tempos que correm (sendo também legítimo que muitos o considerem muito baixo).

É sabido que estas 31 associações, mal ou bem, contribuem para o bem-estar das populações e para que aconteçam “coisas” nas freguesias do concelho. Não vou dizer que descentralizam (coisa tão na moda) porque em Silves nem tão pouco se centraliza. Também não sei ao todo quantas pessoas mobilizam estas 31 associações durante o ano… esse sim um exercício curioso de realizar. Ainda assim aposto em largos milhares de jovens, idosos, homens e mulheres.

 

Estranha a Paula Bravo no seu editorial que para as associações culturais não haja subsídio... Mais estranho ainda se torna quando ficamos a saber que o executivo PSD vai gastar para cima de 100.000 euros em mais uma luxuosa edição da “Ópera no Castelo”. Será um evento VIP, para convidados apenas, com todo o glamour que merece o maravilhoso cenário do Castelo de Silves. Há-de haver champanhe, canapés e tochas medievais para dar ambiente. A “festarola” há-de custar cerca de 3,5 euros por cada munícipe, ou o equivalente a 1 trimestre de apoio a associações desportivas e sociais, com a diferença de poucos virem a ser abençoados com o convite.

Não sou apreciador de ópera pelo que não me faz diferença não receber convite. Sou, isso sim, um apreciador de cerveja e amante do Castelo de Silves mas isso, meus caros, é algo que não se tolera… O “povão” no Castelo por causa do Festival da Cerveja?!! A beber e a divertir-se!! Era o que faltava! Vamos mas é mandá-los para a Fábrica do Inglês e obrigá-los a financiar aquilo! O castelo tem que ser apreciado por pessoas que o mereçam, por gente que não “mije” nos canhões nem atire garrafas das ameias. E, vai dai, eu, e todos os outros que irão pagar a “Ópera no Castelo”, estamos privados de passar uma bela noite a degustar cervejas de outras paragens e a rever amigos de escola que só por lá encontrávamos. Em Lisboa, que foi na passada semana considerada umas das 25 melhores cidades para viver no Mundo, faz-se um Festival da Cerveja no Castelo de S. Jorge!!

São vicissitudes da aposta numa cultura selectiva feita pelos nossos políticos. Temos que viver com elas, temos que aceitar que numa altura de crise intensa a CMS deite ao lixo 100.000 euros (é mais do que isso mas não sei ao certo quanto), que podia entregar às associações criadores de emprego e de iniciativas que tanta falta fazem às nossas freguesias, em prol de uma festa VIP que deveria ser patrocinada por alguma marca de automóveis topo de gama ou champanhe francês. “É a cultura, estúpido!”

 

PS – Fico aliviado que a CDU tenha desmentido o apoio ao PSD na compra da Fábrica do Tomate, por isso vou esperar também pelo desmentido do apoio já anunciado dessa mesma força política à realização da “Ópera no Castelo”.

 


 

PS2 - Tinha consultado a agenda do Allgarve para aferir da disponibilidade para venda ao público de bilhetes para a "Ópera no Castelo", como não encontrei deduzi que seria mais um evento para convidados, à semelhança de outros que têm a chancella Allgarve mas são destinados a públicos privados e pagos por dinheiros privados. Assim sendo torna-se menos grave a acção. No entanto gastar mais de 100.000 euros num evento que terá uma receita de bilheteira inferior a 20.000 é um mau negócio que os tempos actuais não permitem. Digo eu. (actualizado a 30/06/2010 às 14:50).

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