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Coragem e determinação é algo que escasseia no nosso espectro político. É preciso que alguém de fora venha impor mudanças para que alguma coisa aconteça. É como se, tolhidos pelo medo, aqueles que elegemos prefiram ficar dentro de uma casa com o teto a ruir na esperança que aguente mais uns tempos ou que não os magoe muito quando desabar.

Em Lisboa fala-se de uma “reforma do Estado”, fala-se de uma “refundação do consenso”, mas ninguém tem coragem de dizer o que isso significa! Como é evidente, e já aqui se escreveu, o Estado tem gente a mais. Estamos a chegar ao ponto em que temos 2 trabalhadores do privado para cada trabalhador do Estado (ou pago pelo Estado via Institutos e outros subterfúgios), sendo que, além de pagar o salário dos do Estado, o trabalhador privado ainda tem que pagar reformas, pensões sociais, escolas, hospitais e soldadinhos de chumbo. Só um lírico pode sequer sonhar que tudo se vai resolver sem colocar em causa o atual modelo de Estado Social.

Na verdade Seguro, Passos, Portas e até Jerónimo de Sousa e Louçã têm consciência disso, mas o tacticismo político e um medo descontrolado tolda-lhes o discurso e da boca de nenhum se vai ouvir dizer que é necessário dispensar pessoas. E é bom que se saiba, se este péssimo Governo cair, o próximo, de António José Seguro, será o golpe final na confiança dos portugueses nos seus políticos… porque evidentemente não fará nada do que apregoa e será forçado a ser ainda mais duro.

No Algarve as coisas não são diferentes. Mendes Bota anda “acagaçado” com tudo o que se passa no país e, em pouco mais de 2 anos, passou de primeiro antagonista algarvio ao Primeiro-ministro Sócrates a único defensor do Primeiro-ministro Passos. O seu discurso por estes dias faz lembrar um rapazinho, sozinho, com um minúsculo balde, a tentar tirar água de um petroleiro que se afunda a uma velocidade vertiginosa.

Mais à esquerda, o ex-boss do PS Algarve, Miguel Freitas, vem a público dizer que a questão “fronteiriça” de Faro-Loulé “exigia mais tempo e debate público”, razão pela qual o PS votou contra. Para quem não sabe existia entre Faro e Loulé uma “terra de ninguém”, com prejuízos evidentes para as populações. Agora, mais de 170 anos depois de criado o problema, os presidentes de câmara de Loulé e Faro conseguiram resolver o problema e aquilo que ocorre dizer a Miguel Freitas é que “era melhor ter feito isto com mais tempo”!!! Mais tempo!!! 170 anos não são tempo suficiente! Não estará o PS a pensar, mais uma vez, primeiro nos interesses do partido e depois nos interesses do Miguel Freitas?

Em Albufeira a Assembleia Municipal chumbou o projeto de construção de um aeroporto civil que serviria para aviões particulares. O projeto, que envolvia a ANA e parceiros privados, significaria um investimento de 110 milhões de euros e potenciaria o turismo de luxo no Algarve. Todas as outras câmaras envolvidas no projecto aprovaram a ideia sem passar pela Assembleia Municipal. Em Albufeira a coisa foi para votação e foi “chumbada” categoricamente. As razões para o chumbo são inacreditáveis e demonstram bem que o modelo autárquico composto por Presidentes de Junta em part-time, comprometidos com os partidos a full-time, apenas prejudica os cidadãos. Imagine-se que a impossibilidade de “mandar foguetes durante as festas” e “as restrições impostas ao Campo de Tiro de Paderne” com a construção do aeroporto foram as principais razões para o chumbo!!!

Em Silves, contra a opinião de praticamente todos aqueles que pensam o concelho, os “corajosos” políticos com assento na vereação da Câmara resolveram proclamar a manutenção das 8 freguesias no concelho. Como é evidente uma boa parte dos habitantes das freguesias extintas ficaria indignado e esta gente não pode bem com indignação popular sectária. São “cavaleiros” que lutam por causas nobres, como a localização de farmácias, os buracos do caminho do Talurdo, ou os apoios de praia ruidosos… mas na altura de criar condições para que todos beneficiem, para que se projete alguma coisa no futuro… têm medo. Têm medo porque a oposição ainda poderá tirar algum benefício, ou porque o amigo pode deixar de o ser. Agora vamos ter que esperar que venha alguém de fora meter ordem na nossa casa e dizer-nos como vamos organizar-nos de futuro, e quiçá acabar com o próprio concelho, dividindo-o às fatias e criando um novo mapa de concelhos na região.

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A sucessão...

17.06.11

Um parentesis nas Wiki-revelações sobre o Viga d’Ouro para voltar à liderança socialista no Algarve. De acordo com o, sempre bem informado, director do Barlavento, os presidentes de câmara do Algarve preparam-se para reunir e criar um grupo de pressão para afastar Miguel Freitas da liderança da Federação Socialista algarvia.

Na minha opinião tal já deveria ter acontecido há muito tempo, tal a inoperancia e falta de capacidade mobilizadora que o deputado e líder tem demonstrado. Já aqui tinha escrito que Miguel Freitas é claramente um líder deslocado na nossa região, incapaz de compreender o partido e os algarvios. Olha-se para ele, ouvimo-lo  e temos a sensação que “não é deste planeta”.

Os resultados das últimas eleições mais não são do que o reflexo da deteoriação das estruturas locais do PS, da falta de motivação das bases e do afastamento sistemático dos “rebeldes” para longe dos centros de debate e decisão. A ideia que fica é a de que, com este líder, o mais importante é “não levantar ondas” para manter tudo “estático” e sob-controlo. É uma execelente estratégia para manter o lugar mas infelizmente o efeito co-lateral é a desagregação do partido e a desmbilização total. São os “rebeldes” que forçam a mudança e apresentam as ideias frescas de que precisamos urgentemente.

O papel de “emplastro” que desempenhou no momento da demissão de Sócrates deu de imediato a entender que, por ele, a “odisseia” ainda não tinha acabado. Colando-se a António José Seguro, o mais que provável Secretário-geral do PS, Miguel Freitas deve ter pensado que não haveria nesta terra de gente recatada quem se atrevesse a pedir a sua cabeça. Parece que se enganou e finalmente a sucessão vai começar.

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Assisti por 3 vezes a intervenções políticas do Deputado (e presidente da Federação do PS Algarve) Miguel Freitas e afianço que nas duas primeiras senti que estava na presença de apenas, e só, mais um “politico”. Reconheço que os temas dessas intervenções não eram fáceis mas esperava mais. Talvez por isso baixei as expectativas e no “terceiro acto”, que decorreu na tomada de posse dos novos órgãos do PS Silves, fiquei agradavelmente surpreendido com o discurso e a coragem política que revelou.

Desde logo porque concordo com a sua visão do que deverá ser o futuro do Algarve: menos (mas melhor) turismo e mais trabalho na produção de bens transaccionáveis.  Depois porque partilhamos a repulsa pelo tratamento a que os algarvios têm sido sujeitos pelos últimos governos… cada vez nos empurram mais para a periferia anónima e vassala. Mas aquilo que mais me marcou, no discurso proferido em Silves por Miguel Freitas, foi a coragem de dizer com todas as letras que o desassoreamento do Arade não é, nem deve ser, uma prioridade para o Algarve e para a região. Valente! Ainda para mais quando no discurso do novo líder a navegabilidade do rio apareceu como reivindicação “sine que non”.

Incomoda-me que se deposite no afamado desassoreamento as esperanças de todo um concelho. É utópico pensar que tal empreitada será capaz de, por si só, resolver os problemas graves que temos. Mais, investir no desassoreamento do Arade é continuar a derreter dinheiro no delírio colectivo do turismo como estratégia única para Silves… e para o Algarve.

Evidentemente, em tempo de “vacas gordas”, sou a favor que se avance com a obra. Mas nesta altura, e nos próximos anos, é preciso ter a coragem de ser sério e pragmático: há mais onde gastar o dinheiro e se queremos mudar de rumo convém dar sinais disso mesmo. Bem sei que a minha opinião vale o que vale, mas ela é clara e subscreve inteiramente aquilo que defende Miguel Freitas: avance-se com o novo Hospital Distrital, avance-se com a requalificação da EN 125, avance-se com investimentos que potenciem a indústria, a agricultura e as pescas… o resto é secundário e acessório.

 Se querem fazer (qual Isabel Soares e Mendes Bota na célebre foto das “pazinhas de praia”) do desassoreamento do Arade uma bandeira, pois que façam. Não contem é comigo para alimentar “patranhas”.

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Não consigo entender como é que os socialistas algarvios aceitaram sem “bufar” a maior derrota do PS de sempre no Algarve, que se seguiu a outra, menos estrondosa, mas igualmente reveladora. Confesso que durante estes longos meses de Inverno esperei ver contestação e gente inconformada… mas nada! Népia! Todos calados como se nada tivesse acontecido!
As autárquicas correram mal para o PS no Algarve. Reflexo da falta de iniciativa e do generalizado abafar dos “hereges” (como eu) que tentam mudar o marasmo em que se transformaram as concelhias. As legislativas foram um escândalo, uma vergonha… uma derrota em toda a linha que culminou com a perda de 50% dos deputados e com as “trocas e baldrocas” que levaram a camarada Isilda Gomes a regressar ao Governo Civil, libertando assim um lugar para a “não eleita” Jamila Madeira.
Numa altura em que o PS de Silves se prepara para eleger novos líderes eu acho que o PS Algarve devia fazer o mesmo. Não me parece que o desgastado Miguel Freitas tenha condições para mobilizar o partido. Até acho que a sua “pose de ave-do-paraíso” o distancia demasiado dos militantes e da realidade do PS no Algarve. Existe no Algarve gente que diz mais aos socialistas… José Apolinário, Manuel da Luz, António Eusébio e até as já referidas Jamila Madeira e Isilda Gomes dariam mais motivos aos algarvios para votar PS. O problema é que estes, e outros, não avançam… porque não têm apoios, porque não têm ambição, porque preferem esperar, porque estão comprometidos… Fazem mal, tenho para mim que não tarda estaremos nas urnas a eleger novo Primeiro-Ministro e a ter a oportunidade de remediar a catastrófica perda que o PS Algarve teve na Assembleia da República.
Em Silves ainda não sei se haverá duas listas (curiosamente a oposição anda mais bem informada sobre o que se passa no PS Silves do que os seus militantes) mas pelo que se tem visto há gente a trabalhar para justificar o apoio das bases. A visibilidade de Fernando Serpa nos últimos tempos indicia que poderá ter outras ambições, o que de resto explica também a “crispação” que me tem chegado aos ouvidos com a restante vereação socialista. Mário Maximino também poderá ser um nome a ter em conta e que representará seguramente a continuação do “lisetismo” e do clima de guerrilha interna que temos vivido.
Voltando a Fernando Serpa, e apenas para rematar, parece-me bom sinal que os que antes o acusavam de inércia agora o acusem de excesso de protagonismo e de demagogia… isso para mim são sinais de que tem feito oposição, tem incomodado e agitado as hostes. Até já há quem lhe chame “Super Serpa”, na sua cruzada a favor dos fracos e dos oprimidos. Bom trabalho Sr. Vereador! Espero, e quero acreditar, é que seja feito genuinamente em prol do concelho e não tendo em vista as eleições na concelhia.
Certo, certo é que nos bastidores do partido já se equacionam cenários, timmings e se procuram apoios. Disso estou mesmo certo!

 

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O Algarve

12.02.09

O jornal “O Algarve”, pertença do Grupo Lena, vem desde o início do ano encartado no “Expresso”. Uma excelente ideia e um excelente jornal, cheio de iniciativas engraçadas e de surpresas. Temos por exemplo Mendes Bota a citar “os 5 estágios do colapso” de Dmitry Orlov!!! Uma surpresa, sem dúvida. Diz Orlov que o colapso total de uma civilização se divide em 5 estádios: primeiro o colapso financeiro, depois o colapso comercial/industrial, depois o colapso politico, depois o colapso social e finalmente o colapso cultural. Estamos neste momento a debater-nos com o segundo e segue-se o colapso político. Detesto admitir, mas concordo com Bota.

 
Da passada semana destaco outro artigo, de um outro social-democrata, que se aplica como uma luva ao concelho de Silves (apesar de ter sido escrito tendo na mira José Apolinário e a futura luta pela Câmara de Faro). Passo a citar:
 
Quem não faz obra que se veja e que o povo reconheça, adopta por vezes uma solução alternativa ilusória: espalha dezenas e dezenas de tabuletas por tudo quanto é sítio, anunciando tudo e mais alguma coisa para amanhã.
Quem pagará as tabuletas serão os contribuintes. Os mesmos que sofreram pelo facto de as obras reais não terem sido feitas no tempo oportuno. (…) No fundo as tabuletas servem apenas para aparentemente resolver um problema de consciência de quem as manda colocar” - Macário Correia dixit.
 
Na última página temos uma crónica de opinião de Miguel Freitas, o presidente da Federação do PS Algarve, onde ficamos a saber que “há um caldo de cultura” em efervescência e que o progresso de uma sociedade “assenta em três elementos-chave: sustentabilidade, inovação e inclusão.” Tudo conceitos tão vastos como o Oceano Pacífico, como convêm a alguém que não tem nada para dizer aos algarvios…

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