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No rescaldo das Autárquicas 2013, quando as “facas longas” começam a ser puxadas em pelo menos duas sedes partidárias locais, é tempo de postar a minha análise aos resultados. Enquanto alguns dizem que “já esperavam” o resultado destas eleições, eu assumo aqui que fiquei surpreendido. Foi uma boa surpresa.

Na verdade, e tal como aqui escreveu o António Guerreiro, as conversas que ia tendo com as pessoas nas ruas, e com amigos de todas as candidaturas, nas redes sociais ou pelo telefone, diziam-me que a campanha do PS estava a falhar redondamente. Quando, numa terra pequena e sem grandes ligações ao mundo exterior como São Marcos da Serra, idosos comentam a falta de ética da campanha socialista, é caso para se pensar que talvez tenham ido longe demais. À falta de propostas e de ideias concentraram-se em duas questões: apelar ao voto de protesto e apresentar defeitos dos concorrentes.

Mas a famosa sondagem, que dava uma vitória folgada ao PS, fez-me pensar que talvez o “mensageiro moldasse a mensagem” à minha pessoa, transmitindo-me aquilo que eu gostaria de ouvir. Olhando para outras sondagens, que davam boas indicações e sinais claros de que o PS iria ter uma noite triunfal a nível nacional, pensei que a coisa estaria quase decidida. Alguns sinais de confiança que foram chegando de gente da campanha socialista pareciam indicar que me estava a escapar alguma coisa. O próprio cabeça de lista parecia estar apenas focado em Rogério Pinto, com uma atitude de quem já tinha garantida a vitória… ao ponto de, por exemplo, ter enviado SMS a candidatos do PSD a órgãos autárquicos locais, a ironizar com o episódio do Kamov, esperando talvez que lhe retribuíssem a brincadeira.

Ao mesmo tempo que a sondagem fazia crer numa vitória previsível, a vertiginosa vinda a Silves de personalidades centrais do PS demonstrava que nada ainda estava ganho. João Proença (um apoio quase tão bom como o de Arthur Ligne, num concelho que já provou ter memória), Vieira da Silva, António José Seguro, Carlos Zorrinho… foram apenas alguns. A falta de entusiasmo e de pessoas nessas sucessivas visitas diziam que algo estava errado. E estava. A “Confiança na Mudança” não passou afinal de “Excesso de Confiança na Mudança".

 

 

Do lado do PSD as coisas sempre me pareceram mais claras. Com o fim de ciclo Isabel Soares, a insatisfação generalizada da população contra o Governo, as dificuldades de afirmação de Rogério Pinto como líder, a fraca qualidade das listas apresentadas (com militantes importantes a ficarem de fora) e as lamentáveis cenas do verão em Armação de Pêra, a derrota era o resultado que reunia maior probabilidade. As ruas confirmavam essa minha ideia e apenas alguns elementos do aparelho laranja aparentavam estar confiantes na vitória. Além disso, tal como nos tempos de Isabel Soares, a máquina do PSD começou a campanha muito tarde… o que para um Presidente com apenas 12 meses de activo e ainda desconhecido em algumas zonas do concelho me pareceu errado.

De qualquer forma a campanha do PSD foi leal, concentrando as suas atenções nas freguesias onde se reunia o eleitorado mais fiel e deixando de parte (ou pelo menos dedicando menos tempo) Messines. Algo que não é novidade no PSD.

A CDU fez uma campanha em crescendo, bem planeada, com objectivos bem definidos, com humildade e muito trabalho. Sem ter ainda (porque até é normal que assim seja) uma liderança carismática, apostou no trabalho de equipa. Gastando menos do que as outras duas principais candidaturas conseguiu envolver mais pessoas. Passou para o exterior duas mensagens importantes, que encaixaram como uma luva nos anseios da população e nas expectativas que todos tinham para estas eleições: “esta é a única candidatura que na realidade configura uma mudança”; “esta é uma candidatura acima de um partido, repleta de independentes e gente com provas dadas a servir as populações desinteressadamente”.

Como o trabalho de casa estava bem feito (desconfio que há dedo do Francisco Martins nisto :) ) focou-se em Messines e Silves, com “tiros certeiros” nas outras freguesias onde foi capaz de auto-reconhecer algumas limitações. Uma estratégia que resultou em pleno e que comecei a ver com maior clareza quando, perto das 20H, recebi os resultados de São Marcos da Serra: vitória do PSD para a Junta de Freguesia e da CDU para a Câmara Municipal! Nunca esqueçam que a votação de São Marcos da Serra para a CM sempre foi um excelente barómetro.

O BE teve um papel importante nestas eleições. Acredito que contribuiu imenso para os resultados, não pela sua votação, mas sim pelo trabalho de “despertar” as mentes silvenses para a necessidade de uma mudança. O David está de parabéns. Marcou o seu espaço, marcou a diferença… merecia ser eleito para poder contribuir mais activamente. Infelizmente, tal como aqui escrevi, o BE tem um espaço político exíguo em Portugal e David Marques foi a votos sem o apoio que merecia.

Espero sinceramente que esta equipa eleita dê o seu melhor. Tenho a certeza de que terão a capacidade, o conhecimento e o apoio de todos aqueles que, antes das suas ambições pessoais, querem o melhor para o concelho de Silves. Quero também felicitar todos os candidatos eleitos e agradecer a todos os que, com os valores da ética e a sua terra em primeiro lugar, participaram nestas eleições. Bem hajam. 


PS. Fiquem atentos, teremos declarações importantes neste blog para breve.

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As mini férias da Páscoa são um dos momentos preferidos por muitos portugueses para visitar o Algarve, em busca do primeiro sol do ano e de alguns dias de descanso.

Silves, como concelho que “aposta forte no turismo”, pelo menos na voz dos seus responsáveis, dá o “exemplo” e saúda os visitantes com imagens destas:

 

 

 

 

Acrescente-se que a “Feira do Folar”, o único evento do concelho nesta altura, está cada ano pior… Não por culpa do tempo, não por culpa dos produtores… mas por culpa da organização. Passei por lá na sexta e no sábado e pude constatar que as “barracas” que a CMS arranjou para os expositores eram uma vergonha, sujas por fora e impróprias para as condições atmosféricas. Além disso a disposição dos produtores e a colocação do palco foi infeliz.

No local as pessoas queixam-se da falta de promoção e da animação insuficiente e de gosto duvidoso. Eu próprio dei por mim a assistir a uma sessão de Fado, às 4 da tarde, de um dia chuvoso e triste, e a pensar: nossa Senhora!!!! Isto só apetece chorar!

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Não conheço a autora da carta, mas concordo plenamente com ela. A mim as caravanas sem controlo incomodam-me, tal como a discriminação de que qualquer silvense seria alvo se quisesse fazer coisa parecida. Para mim o concelho deve ser óptimo para quem lá vive antes de ser bom para quem o visita. Texto original publicado no Jornal O Barlavento.


 

«Parques de caravanas gratuito em Silves (só para estrangeiros) ou bairro da lata de luxo»
 
Foto
d.r. Ver Fotos »
Autocaravanas
 

Carta ao diretor Exmos Senhores Agora que a cidade de Silves ficou famosa pela célebre visita de um tornado, cujo abençoado vento trouxe uns milhões de euros à Câmara, como uma lufada de ar fresco num tórrido dia de Sol do nosso Verão algarvio, quando tiverem tempo, visitem os Parques de Caravanas de Silves, porque vale realmente a pena.

TEMAS: Cartas ao diretor

Um deles até apareceu na televisão (não sei em que canal porque raramente vejo Tv), via-se uma caravana muito mal tratada pelo vento e um estrangeiro com uma ligadura na cabeça a queixar-se da sua desventura. Coitado!

Os dois parques são totalmente gratuitos, podendo os visitantes permanecer até um ano no mesmo estacionamento. Cada caravana tem direito ao espaço envolvente da mesma. Onde se podem ter mesa e cadeiras, estendal, parqueamento para bicicletas ou motorizadas, painel solar, espaço para o cão e tudo o mais que necessitar. Onde despeja o lixo é indiferente, onde se abastece de água também não importa e onde se despejam as latrinas também só Deus sabe. Mas tudo isto é GRATUITO. 

Silves oferece o Sol, o Espaço e o acolhimento caloroso dos seus habitantes. Tudo o que um estrangeiro munido de caravana tem de fazer é escolher entre a Vista Rio e a Vista Castelo. Depois é só abancar e deixar-se estar... uma semana ou um ano, o que interessa? É de borla!!!

Em Lisboa, ao pé do rio é proibido estacionar caravanas, tem um sinal e vem logo a polícia. Em Silves pode-se viver! E no concelho de Silves há um Parque de Caravanas legal, em Armação de Pêra, só que tem as infraestruturas todas e é pago. Eu não sou dona do Parque legal nem conheço o dono, acredito que tem despesas e paga pelo espaço de que dispõe. O que me choca é que se um habitante de Silves, ou vários, quisessem viver em caravanas em Silves ou na terra dos que aqui habitam nelas, isso não seria permitido, porque é ilegal. Além de ser ilegal, é assim que o concelho de Silves contribui para que o Turismo no Algarve seja lucrativo? As duas centenas de caravanistas fazem despesa, vão ao Continente às compras. E o dono do Continente agradece mas o senhor não tem nada a ver com Silves.

E o mais engraçado é que os caravanistas estão num jardim à beira-rio, com bancos para os habitantes de Silves, mas se os habitantes não tiverem o bom aspeto que os estrangeiros exigem, chamam a Guarda e as pessoas são convidadas a afastar-se porque em primeiro lugar vem o bem-estar dos caravanistas ilegais.
Onde é que está o Paraíso do caravanista? Em Silves! GRÁTIS.

Melhores cumprimentos
Ana Féria

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Dezenas de jovens naturais de Messines emigraram nos últimos meses. À medida que a vila vai ficando entregue aos mais velhos a tristeza e a resignação toma conta dos que ficaram. Felizmente temos a época natalícia à porta e muitos vão regressar para passar uns dias na companhia de amigos e familiares. Esperamos por eles, para matar saudades e também para que nos tirem o medo de sair daqui para procurar melhor vida noutras paragens.

No plano nacional nada augura que as coisas melhorem em 2013. No plano local, apesar das inúmeras críticas à actuação do Governo, a receita é a mesma: cortes na despesa, taxas e impostos mais altos, austeridade a doer. Não existe uma ideia para revitalizar o concelho, para fixar as pessoas, para atrair novos habitantes. É como se tudo o que está a acontecer fosse inevitável.

A aposta no turismo feita pela actual gestão camarária, ainda que pela mão da ex-presidente, foi desde sempre errada. Silves é o concelho com a menor faixa litoral do Algarve. Por contra-ponto é aquele que tem mais e melhores terrenos produtivos, mais e melhores acessibilidades, mais e melhores recursos naturais… nada disso foi aproveitado. Ao contrário, deitou-se abaixo o trabalho feito na década de 80, de investimento na terra, na produção de citrinos, na promoção dos produtos regionais… tudo em nome de hotéis, museus, pousadas, resorts turísticos e campos de golfe. Sempre em competição com concelhos com os quais era impossível competir, pela sua dimensão e pela sua linha de costa muito mais favorável à exploração turística.

Os alertas foram mais que muitos. Várias vezes, no meu próprio blog, se alertou os responsáveis políticos para a evidente desvantagem deste concelho numa economia baseada no turismo. Nada foi feito. Da boca dos responsáveis actuais, e também daqueles que pretendem vir a sê-lo, nada mais se ouve do que… mais do mesmo: mais projectos imobiliários, mais infra-estruturas vocacionadas para o turismo, mais intervenção e gastos públicos num concelho cujo orçamento já só chega para pagar salários.

Com a debandada geral da geração de silvenses mais “preparada de sempre”, como se diz agora, criam-se condições para que este rumo seja seguido, mantendo os mesmos de sempre a fazer o mesmo de sempre. Significa isso que o nosso destino está inevitavelmente ligado ao de todo o Algarve, quando poderíamos aproveitar esta crise para potenciar os recursos que temos e que os outros não têm. “Se fizeres o que sempre fizeste, terás o que sempre tiveste.”, sábia frase… aprendamos com ela.

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Aqui está um documento que vale a pena ler para entender melhor o que aconteceu em Silves no passado dia 16 de Novembro. 

http://www.meteo.pt/export/sites/default/bin/docs/tecnicos/rm_tornado.silves_112012.pdf

 

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Goste-se ou não de Macário Correia, o facto é que a sua visão de uma autarquia assenta em critérios que permitem disponibilizar, para o bem-estar das populações, os recursos que outras gastam em alimentar as dinastias que durante anos foram criando.

Conta-se que mal tomou posse como presidente da Câmara Municipal de Faro terá seguido durante a noite o pessoal da recolha de lixo e comprovado com os próprios olhos que as horas extraordinárias pagas pela autarquia a esses funcionários resultavam do total desaproveitamento das horas de trabalho contratualizadas. De imediato o problema foi resolvido e autarquia poupou muito dinheiro que pode canalizar para o apoio a idosos, escolas e outros serviços municipais.

Na semana passada ficamos a saber que a Câmara Municipal de Faro reduziu em 15% o número de funcionários, passando a ter menos de 800. Aqui ficam os números para que os nossos iluminados políticos locais, sempre adeptos de manter tudo na mesma, vejam que mais uma vez Silves está a ficar para trás e irá sofrer na pele as consequências da sua incompetência:

 

Silves | 37.000 habitantes | 43.000.000 de orçamento anual | 900 funcionários autárquicos

Faro | 65.000 habitantes | 93.000.000 de orçamento anual | 800 funcionários autárquicos

 

Devemos olhar para os bons exemplos e procurar aprender com os erros. Manter tudo na mesma e entrar na demagogia e populismo não resolvem nada, como se provou ao longo dos últimos 15 anos neste concelho.

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Alpiarça, Monchique, Lisboa, Caldas da Rainha, Vila Franca de Xira, Loures, Constância, Viseu… estas são algumas das câmaras municipais que irão baixar, ou manter na taxa mínima, o IMI e a quota de IRS em 2013. Umas por estratégia, outras por solidariedade com os munícipes e outras ainda por motivos puramente eleitorais, ou não fosse 2013 ano de eleições autárquicas.

Em Silves, a proposta do executivo camarário, já assinada pelo punho de Rogério Pinto, é a de taxa máxima em tudo. A única exceção é a freguesia de São Marcos da Serra, onde foi proposta uma redução de 30% no IMI com o objectivo de lutar contra a desertificação.

Esta política, de acompanhar sempre os limites máximos de impostos autárquicos, vem de trás e poderá, em parte, justificar porque razão Silves cresceu, nos últimos 10 anos, em 8% a sua população residente enquanto os concelhos vizinhos cresceram nos dois dígitos… em igual período:  Albufeira (+28%); Loulé (+13,5%); Lagoa (+26%). Cada vez mais as pessoas serão sensíveis aos custos com a propriedade e aos impostos, por isso esta estratégia continuará inevitavelmente a deixar Silves mais longe dos restantes concelhos do Algarve central.

 

 

A questão é simples: na hora de escolher onde morar e pagar impostos os cidadãos irão comparar o custo e o benefício. Quando o custo é igual optarão pelo concelho que lhe dará maiores benefícios. Se a taxa é igual em Silves e em Albufeira a maioria optará por Albufeira, onde tem melhores estradas, melhores serviços municipais, melhores escolas e melhores serviços de saúde. Basta estar atento para entender que nunca como agora as pessoas foram tão sensíveis a estas questões.

Eu entendo que para pagar os quase 900 funcionários camarários e todas as dívidas contraídas por “Sua Majestade” é necessário “carregar” nos impostos e taxas municipais. Afinal Silves tem cerca de 21 funcionários por cada mil habitantes, muito longe dos 6 de Leiria ou das Caldas da Rainha. Estes números ainda não refletem o verdadeiro impacto da crise. Messines, que conheço bem, tem visto os seus jovens sair da terra como não via desde os tempos áureos da emigração para França e Alemanha nos anos 60, 70 e 80. Ao mesmo tempo o número de imóveis para venda sobe vertiginosamente forçando a uma queda dos preços que não tem final à vista. Não tarda e câmara começará a receber as chaves dos imóveis para pagamento de impostos.

Se a lógica das coisas não mudar Silves será apenas Armação de Pêra dentro de muito pouco tempo. Reduzir o número de funcionários é uma prioridade que não espero ver nenhum político local assumir… até porque sei bem que, se algum meter mãos à obra nesse capítulo, os que vão sair haverão de ser aqueles que nos fazem falta. Já aqui escrevi que generalizar é perigoso, por isso vou ser específico… voltando a comparar Silves com um dos municípios de média dimensão que melhor qualidade de vida proporciona aos seus munícipes: as Caldas da Rainha (um município que também tem no turismo e na sazonalidade da sua zona costeira semelhanças com Silves). Vamos a factos:

- As Caldas da Rainha têm praticamente metade dos funcionários camarários que Silves (ver aqui a infografia)

- As Caldas da Rainha não têm empresas municipais, como Silves

- As Caldas da Rainha têm, aproximadamente, mais 70% de população residente do que o concelho de Silves

- As Caldas da Rainha têm um presidente eleito pelo PSD, tal como Silves

- As Caldas da Rainha têm 16 freguesias, o dobro das de Silves

- Nas Caldas da Rainha apresentou-se uma proposta de extinção de ¼ das freguesias (que apenas por ter iniciativa própria garante 15% a mais em transferências do Estado Central), em Silves a vereação da câmara votou na permanência do atual mapa

- As Caldas da Rainha tem 6 vezes menos chefes-de-divisão do que a Câmara de Silves

- As Caldas da Rainha tem metade dos técnicos-superiores de Silves nos quadros

Podemos ainda acrescentar que nas Caldas da Rainha as escolas têm orçamentos aprovados e cumpridos, não falta papel higiénico nos espaços públicos, não tem dívidas de mais de 400 dias a fornecedores (aliás, paga em menos de 30 dias), os carros da autarquia têm combustível, as freguesias há muito receberam o dinheiro que lhes é devido, não existe taxa de resíduos sólidos, a água custa metade da média nacional, as taxas de IMI são das mais baixas do país e o endividamento do concelho é de apenas 20% do permitido… assim de repente, e tendo lá estado recentemente, o que Silves têm que lá não existe são as placas dos Passeios Pedestres e processos em tribunal contra o presidente… talvez esteja ai a explicação.

Devemos procurar comparar-nos com os melhores, por isso tenho insistido nesta comparação com o concelho que melhores indicadores revela. Era capaz de não ser má ideia mandar o próximo presidente de câmara silvense fazer um estágio por lá.


Post-scriptum: Fazendo fé no que se lê no blog do Verador Fernando Serpa as taxas de IMI em Silves irão baixar em 2013, graças a uma proposta do PS Silves, aprovada com os votos do PS e da CDU. Se assim for os meus parabéns ao PS Silves pela medida que, apesar de claramente eleitoralista (porque nos últimos 2 orçamentos o PS e CDU deixaram passar a taxa máxima), é da maior importância para todos os silvenses.

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O jornalista, escritor e comentador Miguel Sousa Tavares (de quem sou leitor assíduo) passou por Silves e deu-nos conta disso na última edição do Expresso. Escreve ele:

Passei há meses em Silves, que está sob intervenção do Programa Polis, e achei que a pequena cidade algarvia … está a ficar cada vez mais bonita: o nosso dinheiro, investido na recuperação da cidade, está a valer a pena.

 

Já aqui escrevi que a “primavera” tem sido intensa na cidade de Silves. Ainda bem que assim é porque, tratando-se de uma cidade histórica que vive do turismo, tal configura uma obrigação da Câmara Municipal. No entanto tenho algumas dúvidas que Miguel Sousa Tavares tenha de facto percorrido a zona histórica da cidade, passado pelo Castelo de Silves e “enxergado” o plano do POLIS que deveria estar concluído há que tempos. Se tivesse que apostar diria que o famoso “opinion-maker” terá vindo pela A22 até Silves para visitar o monumento favorito de todos os que, como ele, apreciam as coisas boas da vida: a Marisqueira Rui. Se assim foi está explicada a crónica… estacionar junto à Ponte Romana, caminhar alguns metros pelas arranjadas ruas e depois degustar o maravilhoso marisco do Rui deixam qualquer um com uma opinião Top sobre Silves. Ainda bem que assim é.

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Lanço hoje uma sondagem, que irei manter até que os factos justifiquem a sua retirada, sobre a discussão que, finalmente apareceu, da futura divisão administrativa do concelho de Silves. Todos podem votar num dos 4 mapas que criei pensando nas soluções mais lógicas. Podem também fazer-me chegar (usando o formulário na barra da direita) as vossas sugestões para a divisão do concelho.

Na última edição do Jornal "O Algarve" a senhora presidente da Câmara Municipal de Silves declarou que a reorganização do concelho, no seguimento das medidas previstas no plano acordado com a troika, passa por "juntar três freguesias pela sua proximidade: Alcantarilha, Pêra e Armação de Pêra numa só, com sede a decidir". Esta é desde à muito a posição que defendo, só não compreendo o "com sede a decidir". Será que passa pela cabeça da senhora presidente outra sede que não seja Armação de Pêra?! Não creio. Para mim o "com sede a decidir" foi a forma que ela encontrou de diminuir a resistência das populações que vão perder protagonismo, mantendo-as na expectativa até tudo estar cozinhado. Faltou-lhe coragem, foi o que foi.

Mais adiante a senhora presidente diz que a freguesia de São Marcos da Serra sofrerá "uma integração na freguesia de Silves ou São Bartolomeu de Messines". Aqui veio à "tona" toda a sua coragem. Como são menos de 900 os eleitores de São Marcos da Serra (a grande maioria nem sabe o que se passa fora da terra) a senhora presidente não tem pejo em dar a coisa por garantida. Neste aspecto estou contra e espero que as forças políticas da nossa terra façam alguma coisa pelas gentes de São Marcos da Serra. Retirem-lhes a "Estalagem e o Museu do Azeite" mas não lhes retirem a Junta de Freguesia. Para quem não sabe a Junta de Freguesia de São Marcos da Serra, além de todas as tarefas próprias das suas congéneres, desempenha muitos outros papéis vitais para quem vive afastado de tudo. A junta cumpre o papel dos CTT, dos Bombeiros (no combate aos fogos e no transporte de doentes) e em muitos casos é lá que os idosos vão procurar ajuda para tudo o que hoje em dia consideram "modernices".

A avançar a ideia de juntar São Marcos da Serra a uma das duas freguesias referidas estaríamos a criar uma "mega-freguesia" que teria praticamente o dobro da área do concelho e traria uma série de incómodos. De São Bartolomeu de Messines até à Azilheira (no extremo leste da freguesia de São Marcos) distam 35 Km que levam cerca de 50 minutos a ser percorridos. De Silves à Azilheira, pelo caminho mais rápido, são cerca de 50 Km que levam mais de 1 hora a ser percorridos. Já de Tunes ao Algoz, duas freguesias que quanto a mim deveriam ser uma só, distam cerca de 6 Km que podem ser percorridos em menos de 10 minutos, com excelentes acessos. Não podemos olhar apenas para o número de eleitores na tomada destas decisões, é preciso entender o papel social que cada junta de freguesia desempenha na sua região.

Estou certo que muita tinta vai correr ainda no que a este assunto diz respeito. Mas é importante que as pessoas deixem de lado a "sua sardinha" e se concentrem em encontrar uma solução que tenha em conta aqueles que mais desprotegidos estão. Este Blog está veementemente contra a extinção da freguesia de São Marcos da Serra e prometo fazer o que estiver ao meu alcance para evitar tamanha injustiça para com uma terra que foi sempre o "patinho feio" da actual gestão autárquica.

Espero que as restantes forças políticas do concelho entrem na discussão e tornem públicas as suas ideias. O que tenho visto são alguns políticos locais resumir a sua actividade a "colar-se" às causas de associações, cooperativas e grupos de trabalhadores. Essa é a política fácil, normalmente usada a poucos meses de eleições. Toda a gente é a favor que os pescadores de Armação tenham condições de trabalho, que os trabalhadores da ALICOOP vejam a sua situação resolvida ou que os habitantes de Alcantarilha tenham uma farmácia… agora quero ver quando for preciso mostrar determinação, coragem e enfrentar os interesses de alguns. Por aqui se conhecem os políticos… a ver vamos.

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Mais do que a crise das “dívidas soberanas” é a crise de liderança que castiga Silves e os silvenses. Se olharmos para os responsáveis políticos e para os partidos chegamos à conclusão que o nosso concelho se assemelha a um enorme galinheiro atacado por lobos… cada galinha foge para o seu lado numa correria tonta que só tem dois destinos possíveis: a rede do galinheiro ou a boca do lobo.

Quem nos conduziu até aqui está evidentemente desgastado, desmotivado e vazio. Pouco ou nada podemos esperar da presidência da câmara. Por outro lado a oposição pode acusar o PSD de falta de ideias, de erros de gestão, de incompetência… mas se pensarmos bem, da sua parte, muito pouco tem saído que possa servir o concelho numa perspectiva futura. As estratégias eleitorais “modernas” ditam que durante os períodos de oposição os partidos não revelem ideias ou projectos para assim poderem apresentar trunfos em vésperas de eleição. A coisa é discutível se ponderarmos o interesse das populações, mas em Silves nem se discute… porque nunca ninguém apresentou ideias, mesmo em período de campanha eleitoral. É o vazio perfeito.

Nas últimas autárquicas a candidata do segundo partido mais votado tinha como ideia de cartaz a construção de uma discoteca em Silves. Tudo o resto eram banalidades e conceitos mais gastos que as pedras da calçada. Nunca ninguém teve a ousadia de assumir projectos de ruptura e palpita-me que, conhecendo o espectro político que temos, ninguém o fará no futuro próximo. Os possíveis candidatos estão mais preocupados em reagir aos acontecimentos procurando sempre o lado da maioria. Dou-vos um exemplo muito prático: numa altura em que se discutem a redução do número de freguesias e municípios era de esperar que gente preocupada com o concelho debatesse o assunto. Pelo menos a fusão das três freguesias mais flagrantes (Armação de Pêra, Pêra e Alcantarilha) deveria ser discutida. O problema é que estas questões fracturantes são um pesadelo para quem apenas está concentrado em chegar ao poder para se servir. Estas questões exigem luta, visão e capacidade de mobilização, tudo condições que lhes escapam. O mais provável é que alguém de fora lhes faça o favor de tomar as decisões para que possam no final “cair” para o lado que rende mais votos.

 

Temos um concelho de contrastes. Os linces do Centro de Reprodução do Lince Ibérico comem carne de primeira, as crianças das escolas comem salsichas com arroz. As ruas de vilas e aldeias estão em estado deplorável, estradas de interior onde só os proprietários das terras passam parecem auto-estradas. Deixamos morrer o festival da cerveja e a festa da laranja (que agora se realiza em Portimão), apostamos centenas de milhares de euros em gospel e ópera. Essencialmente somos um concelho sem estratégia onde os políticos passam o tempo a discutir localização de farmácias, aluguer de toldos nas praias ou contas de gerência com 5 anos de atraso.

Acredito que é nos tempos difíceis que se fazem coisas fantásticas, acredito por isso que surgirão pessoas e projectos verdadeiramente interessados em salvar o concelho. O tempo é escasso e o caminho para a mudança exige preparação demorada, é por isso que nenhum projecto pessoal ou partidário pensado a 6 meses das eleições merece ser levado a sério. Carneiro Jacinto há 4 anos começou uma coisa do género e volvidos 2 anos tinha uma boa equipa e um bom esboço… mas ainda não tinha o tal projecto capaz de mudar a face de Silves.4

In. jornal Terra Ruiva - Julho de 2011

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