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Esta é a notícia do Correio da Manhã de hoje. Clique para ler tudo:


Silves: Deduzida acusação contra a presidente e dois ex-vereadores  

Autarca acusada de abuso de poder

A presidente da Câmara de Silves e dois ex-vereadores foram acusados de abuso de poder no âmbito do caso ‘Viga d’Ouro’. Em causa estão obras no município, sem concurso público, no valor de cerca de cinco milhões de euros. Incorrem em penas de prisão até três anos ou multa.

 

Mais informações sobre este processo no TAG: Viga d'Ouro

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Balanço...

19.06.11

Voltando “à vaca fria”, que é como quem diz ao Viga d’Ouro, está na hora de fazer um pequeno balanço daquilo que foi publicado na última semana.

O relatório disciplinar a um dos “alegados” responsáveis pelas “estranhas” relações entre a CMS e a Viga d’Ouro (responsável esse que, disseram-me, foi entretanto promovido depois de ter regressado à CCDR!!!) tornado público recentemente deixa-nos claras algumas questões.

Ouve uma deliberada e clara intenção de favorecer a empresa, retirando-a sempre que possível do âmbito dos concursos públicos e emitindo mais de 1.200 facturas de igual valor. Neste campo poucos acreditarão que a Presidente da Câmara, e o seu Departamento Financeiro, não soubessem do que se estava a passar. Os factorings (produto financeiro em que o banco liquida o montante das facturas e cobra por isso ao credor) assumidos pela CMS relativos a essas facturas comprovam que era impossível não se saber deste estratagema.

Ouve fornecimentos de materiais em excesso. Isto levanta a dúvida de saber se esses materiais foram efectivamente fornecidos. Ao contrário da teoria do amigo Joaquim Santos, quando se refere no relatório que uma vala tem 1.000m³ o volume de inertes para tapá-la será sempre muito próximo desse valor. Convém lembrar que o relatório foi feito por técnicos competentes que partiram do princípio de que uma vala em Silves é igual a uma vala em Loulé, em Olhão ou em Albufeira. Ora os relatórios apontam-nos para inúmeros casos em que são facturados 3 e 4 vezes mais (alguns 10 vezes mais) inertes do que o tecnicamente recomendado. O relatório deixa transparecer que esses materiais facturados em excesso podem ter sido usados noutras obras municipais, o que também perfaz uma irregularidade e é inadmissível.

Como se não bastasse os materiais serem facturados em quantidades bastante superiores ao necessário, o valor unitário dos materiais fornecidos foi consideravelmente inflacionado. Se admitirmos que foram fornecidos 10.000³ inertes, por um valor 50% acima do preço (em alguns materiais o valor é superior em mais de 1.000%) protocolado com fornecedores habituais (Exº fornecimento a € 7,8 contra € 5,20), para tapar 3.000³ de valas estaremos a falar de um gasto extra da autarquia de 500%. Em contas por alto a CMS deveria hoje € 1.400.000 dessas obras em vez dos € 4.900.000 que reclama a banca.

Acresce a isso a questão fiscal do IVA dessas facturas. Na esmagadora maioria os bens e serviços foram facturados a 21% de IVA, quando pelo procedimento normal e ao abrigo do regulamento das obras e empreitadas públicas o IVA a cobrar seria de 5%. Também aqui a autarquia ficou lesada.

Para onde foi todo esse dinheiro? Quem será chamado a devolvê-lo aos contribuintes? Quem sofrerá as consequências desta gestão? São perguntas que devem ser respondidas urgentemente. Esta semana, se me apetecer, irei ler os restantes relatórios.

 

PS. Gostaria de deixar uma mensagem pública de agradecimento e apreço ao Dr. Manuel Ramos que foi o primeiro a ver a gravidade deste caso e a lutar pela verdade. Como sempre neste país pagou por isso sendo também o primeiro arguido do processo. Na altura não compreendi bem (ou não me esforcei por compreender) e desvalorizei o assunto. Quem sabe a mudança de mentalidades que nos tomou de assalto nos últimos anos, aliada à crescente sensibilidade que todos temos para as questões económicas desde que o país mergulhou nas trevas, tenham também contribuído para que se preste mais atenção a isto…

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Sem querer fazer do Penedo Grande uma versão “rasca” do Wikileaks deixo-vos mais alguns excertos do Relatório Final ao processo de um dos implicados no caso Viga D’Ouro. São pequenas “pérolas” que demonstram bem a gravidade da situação até agora encoberta pelos responsáveis da autarquia. Apesar de a “estrela” de todo o processo serem as 1.200 facturas de valores abaixo de € 4.987,98 (valor que, certamente por coincidência, era o limite para os ajustes directos) existem outros elementos curiosos.

Tive que fazer um “best-of” porque o Relatório tem 55 páginas cheias de “pirataria”. Os valores e artigos mencionados foram alvo de comparação de preços entre o material fornecido pela Viga D’Ouro e o preço de venda acordado para a CMS pelos fornecedores habituais. Atentem bem na “gestão” de dinheiros públicos feita (à frente, como nota pessoal, acrescento a percentagem gasta a mais pelo mesmo produto) :

-Fornecimento de areia fina ao custo unitário de 17,50 €/ m3 e de areia do mar ao custo unitário de 32,50 €/m3. Pelo contrato referido os custos seriam de 13,50 €/ m3 e de 20,63 €/m3; (130% e 158% mais caro, respectivamente)

-Abertura, fecho e compactação de vala e montagem de conduta em tubo Ø 110 em 65 m de conduta ao preço unitário de 9,50 €/m (factura n° 465). O mesmo trabalho, incluindo o forneci­mento da tubagem é facturado em 828 m por 16,00 €/m (facturas n°s 1131 e 1132). Conclui-se que o fornecimento da tubagem Ø 110 foi facturado ao custo de 6,50 €/m. Pelo contrato de for­necimento contínuo com a empresa (omisso por opção) este tubo custaria 2,24 €/m; (424% mais caro)

-Fornecimento de 5 bocas de rega ao preço de 350,00€/unidade. No contrato de fornecimento contínuo com a empresa (omisso por opção) têm o preço de 37,30 €/ unidade.  (938% mais caro)

-Fornecimento de 15 válvulas Ø 110 ao preço unitário de 169,00€. No contrato de fornecimento contínuo com a empresa (omisso por opção) têm o preço de 73,71 €/ unidade. (229% mais caro)

-Fornecimento de 95 m3 de areia fina ao custo unitário de 17,50 €/m3 e de areia do mar ao custo
unitário de 32,50 €/m3. Pelo contrato referido os custos seriam de 13,50 €/m3 e de 20,63 €/m3; (158% mais caro)

-Fornecimento de 84 m3 de brita n° 2 ao preço unitário de 22,50 €/m3; Pelo contrato supra referi­-
do o valor seria de 6,50 €/ton o que levaria, admitindo-se um peso específico de 2,0 ton/m3, ao
custo unitário de 13,00 €/m3. (173% mais caro)

-uma tomada de carga 0 63 x 11/2" facturada a 15 € quando, por aquele contrato teriacustado1,040€. (1.442% mais caro)

9 juntas de ligação 063 facturadas a 20 € quando por aquele contrato custariam 4,40€, (456% mais caro)

15 Tês Ø 110x0110 facturados a 45 € quando custariam 27,34 €, etc. (165% mais caro)

-Fornecimento de 129,5 m3 de areia fina ao custo unitário de 17,50 €/m3 e de 33 m3 de areia do mar ao custo unitário de 32,50 €/m3. Pelo contrato referido os custos seriam de 13,50 €/m3 e de 20,63 €/m3; (130% e 158% mais caro, respectivamente)

-Fornecimento de 8 m3 de brita n° 1 e de 2 m3 de brita n° 2 ao preço unitário de 22,50 €/m3; Pelo contrato supra referido o valor seria de 6,50 €/ton o que levaria, admitindo-se um peso específi­co de 2,0 ton/m3, ao custo unitário de 13,00 €/m3. (173% mais caro)

-uma cabeça móvel AVK facturada a 169,00 € quando, por aquele contrato teria custado 12,18 €, (1.388% mais caro)

-2 juntas de ligação Ø 63 facturadas a 20 € quando por aquele contrato custariam 4,40€, (455% mais caro)

-1 Tê Ø 110x Ø 110 facturados a 50 € quando custariam 27,34 €, etc. (183% mais caro)

-Fornecimento de 4 m3 de brita n° 2 ao preço unitário de 22,50 €/m3; Pelo contrato supra referido o valor seria de 6,50 €/ton (346% mais caro)

-Fornecimento de 5 m3 de brita n° 2 ao preço unitário de 22,50 €/m3; Pelo contrato supra referido o valor seria de 6,50 €/ton o que levaria, admitindo-se um peso específico de 2,0 ton/m3, ao cus­to unitário de 13,00 €/m3 (173% mais caro)

-Fornecimento de 5.541 ton de tout-venant de 1a ao preço unitário de 6,50€/ton (7 facturas iguais emitidas no dia 05/03/2006) e 1000 ton ao preço unitário de 7,00 €/ton (facturas de 20/03/2006). Pelo contrato de fornecimento contínuo com a empresa (omisso por opção) o custo unitário deste material seria de 5,32 €/ton; (132% mais caro)

-Fornecimento de 50 m3 de brita n° 2 ao preço unitário de 22,50 €/m3; Pelo contrato supra referi­do o valor seria de 6,50 €/ton o que levaria, admitindo-se um peso específico de 2,0 ton/m3, ao custo unitário de 13,00 €/m3. (173% mais caro)

-Fornecimento de 2,5 m3 de areia do mar ao custo unitário de 32,50 €/m3. Pelo contrato referido o custo seria 20,63 €/m3; (157% mais caro)

-Fornecimento de 3 m3 de brita n° 1 e de 4 m3 de brita n° 2 ao preço unitário de 22,50 €/m3; Pelo contrato supra referido o valor seria de 6,50 €/ton o que levaria, admitindo-se um peso específi­co de 2,0 ton/m3, ao custo unitário de 13,00 €/m3. (173% mais caro)

-Fornecimento 336 m de tubo PVC Ø 200 PN4, para esgotos, ao preço unitário de 6,27€. No contrato de fornecimento contínuo com a empresa (omisso por opção) têm o preço de 3,12 €/m. (201% mais caro)

-Fornecimento de 300 m de tubo de 1" ao preço unitário de 2,00€/m. No contrato de fornecimen­to contínuo com a empresa (omisso por opção) este material tem o preço de 0,58 €/m.  (355% mais caro)

6 válvulas Ø 110 ao preço unitário de 169,00 €. Pelo contrato de fornecimento contínuo acima referido estas válvulas custariam 73,71 €. (230% mais caro)

-uma haste + cabeça móvel facturada a 55,00 € quando, por aquele contrato teria cus­tado 12,18 € (430% mais caro)

-2 Tês 0110x0110 facturados a 63 € e 1 facturado a 50,00 € quando custariam 27,34 €, etc (230% mais caro)

-Fornecimento de 170 ton de betuminoso ao preço unitário de 62,00 €/ton. Pelo contrato de for­necimento contínuo celebrado entre o Município de Silves e a empresa (omisso por opção), em 08/08/2005, referido o valor seria de 24,40 €/ton; (254% mais caro)

 

Para estes 26 itens a CMS pagou, em média, mais 358% do que pagaria se recorresse aos seus fornecedores habituais utilizando a “chatice” do concurso público ou do ajuste directo ao melhor preço do mercado. Por esta bitola os € 4.900.000,00 de dívida à Viga D’Ouro que, mais tarde ou mais cedo os contribuintes irão pagar, seriam na verdade pouco mais de € 1.400.000,00 se houvesse rigor na gestão…

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Parece que alguém na CMS tem um grave problema quando o assunto são metros cúbicos (m³)…

 

 

O metro cúbico (símbolo: ) é uma unidade de medida para volumes equivalentes a mil litros. É o padrão no Sistema Internacional de Unidades, e é derivado do metro, sendo equivalente a um cubo (sólido) com arestas de 1 metro. O metro cúbico equivale também a um quilolitro.

 

De acordo com um relatório sobre o Viga D’Ouro, que me foi enviado por um anónimo que me garantiu que isto era público (ou deveria ser), podemos concluir que as “contas” não são o forte “daquela malta”… ora reparem nos excertos que seleccionei para vocês sobre o fornecimento de inertes e pavimentação de espaços pela dita empresa à CMS:

…foram fornecidos 1.379 m3 de inertes para tapar valas com 698,4 m3.

… foram fornecidos 11.247 m3 de inertes para tapar valas com 3.858 m3.

… foram fornecidos 7.441,7 m3 de inertes para tapar valas com 1.654,4 m3.

… foram fornecidos 2.059 m3 de inertes para tapar valas com 480 m3.

… foram fornecidos 815 m3 de inertes para tapar valas com 232,4 m3.

… foram fornecidos 10.544 m3 de inertes para tapar valas com 923,2 m3.

… foram fornecidos 4.874 m3 de inertes para tapar valas com 1.200 m3

… foram fornecidos 13.147,6 m3 de inertes para tapar valas com 4.012 m3.

admitindo que as valas foram integralmente cheias com os inertes fornecidos, verifica-se que foram fornecidos 12.872 m3 de inertes para tapar valas com 2.432 m3.

tal permitiria pavimentar cerca de 10.644 m2 de arruamentos. No entanto a pavimentação em betuminoso apenas refere 1.155,75 m2.

… com o material fornecido seria pavimentada uma área de 8.075 m2 o que parece estar longe de corresponder ao tamanho do arruamento da Urbanização (cerca de 180 m de comprimento por 5 a 6 m de largura).

Poderia passar nisto a tarde toda, mas a minha vida não é esta. Como em tudo na vida existem duas perspectivas sobre este assunto:

A-     Estamos perante um caso sério que tem que ter consequências para os responsáveis. É bom não esquecer que tudo isto foi (ou vai ser) pago com dinheiros públicos e que não podemos continuar cheios de medo que nos processem por exigirmos explicações a quem deveria gerir esses dinheiros.

B-      Estamos perante uma administração que, estoicamente, não facilita e por isso certifica-se que as valas estão bem tapadas nem que para isso tenha que gastar mais…

Cada um compra a versão que quiser, embora lendo um dos primeiros parágrafos do documento eu me incline mais para a primeira:

Regista-se, para este último caso, um conjunto de cerca de 1200 facturas apresentadas entre 29 de Dezembro de 2004 (factura n° 1) e 12 de Julho de 2006 (factura n° 1482), todas em nome da mesma empresa Viga d'Ouro - Construções, Lda., com valores de facturação que não excedem o valor de 4.987,98 € (1.000 contos) acrescido do correspondente IVA e que, no conjunto, totalizam um valor superior a 4.900.000€.

 

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Lá vai bomba!!!

14.06.11

 

 

 

Nos tempos que correm poucas coisas me deixam de estupefacto, mas aquilo que li no Blog do Vereador Fernando Serpa à tarde, e que confirmei no site do Terra Ruiva agorinha mesmo, fez-me cair o queixo. Diria que a "bomba" que rebentou é tão grande que provavelmente o tráfego aéreo sobre a Europa será cancelado nos próximos dias... até a poeira acalmar.

 

 

Quem por aqui passa sabe bem que nunca dei nada pelo “Caso Viga D’Ouro” por uma simples razão: lia e relia o material disponível sobre o caso, falava com quem supostamente sabia do caso… mas no final, “espremendo o sumo”, ficava com a sensação que tudo aquilo apenas contribuiria para a criação da mártir Isabel Soares, que aos olhos do povo apenas poderia ser acusada de querer facilitar as coisas e apressar as obras.

 

Depois do que li hoje tudo muda e Isabel Soares pode agora ser acusada de muitas coisas… coisas essas que não me compete a mim enumerar (até porque também tenho medo da PLMJ… os tipos não brincam) mas que em alguns países civilizados acabam com os sujeitos a “ver o sol aos quadradinhos”… noutros, bem menos civilizados, acabam com os dedos da mão cortados ou num sempre medieval apedrejamento na praça pública. Vamos ver como acaba em Portugal.

 

Certo, certo é que a Vereação do PS, e em especial o vereador Fernando Serpa merecem uma “salva de palmas” por isto!!! Criticar é fácil e reconhecer o mérito a quem o tem também é fácil… por isso mesmo, a terminar este texto e com o sentimento de que o assunto ferverá nos próximos dias, reproduzo aqui a notícia do Terra Ruiva e aconselho todos a passarem pelo Blog do Dr. Fernando Serpa… 

 

 


 

Caso Viga d' Ouro - relatório de 2007 coloca a nu situações muito graves

 

 

 

Os vereadores socialistas da Câmara Municipal de Silves apresentaram no final de Março um pedido para que os serviços camarários "apurassem e reunissem evidências", dos eventuais "prejuízos que possam ter havido para a Autarquia no processo denominado "Viga d' Ouro". Mas não estavam à espera do que lhes foi dado conhecimento, como disse ao nosso jornal o vereador Fernando Serpa.
Em resposta a este pedido foi-lhes entregue um relatório datado de "16 de Julho de 2007", assinado por vários técnicos da autarquia, no qual se descrevem várias situações verdadeiramente insólitas. Um excerto desse relatório foi colocado no blogue do vereador Fernando Serpa que denuncia esta situação, que considera grave.
Entre outros factos, o relatório afirma que : "A análise realizada, podendo sofrer de erro por defeito ou por excesso face aos condicionalismos referentes à recolha de dados, permite encontrar uma percentagem média de valorização dos custos que indica uma sobrevalorização em cerca de 500% ou seja, 5 vezes mais o valor normal de mercado".
São vários os exemplos que os técnicos da autarquia apresentam, citados pelo vereador Fernando Serpa, como: «... As facturas apresentam 9 horas diárias de aluguer de equipamento e de mão-de-obra sabendo-se que o horário de trabalho dos funcionários da autarquia é de 7 horas diárias sem recurso a horas extraordinárias (não autorizadas para o efeito). A fiscalização não pode ser assegurada para um controlo de custos adequados;
... Os materiais colocados em obra não têm a devida correspondência com as necessidades reais de obra. Na generalidade das obras o material fornecido supera largamente a necessidade para as realizar.
Como exemplos, passamos a expor: Obras do cerro Gordo, remodelação da rede de águas e esgotos - Considerando a vala-tipo, o volume de pó-de-terra e tout-venant fornecido foi de 11 247m3 quando o volume necessário era de 3 858 m3.
Obra em Algoz, remodelação da rede de águas e esgotos - afectos à obra 435 sacos de cimento (17 400 kg) quando na realidade eram necessários 29 sacos (1 015 kg) para a execução de 19 caixas de visita.
Obra na Urbanização de F. Serrão - fornecimento de 536 sacos de cimento (21 440 Kg), na reposição de lancis e caixas de ramal num arruamento com 180 m de comprimento.
...No modelo utilizado, prestação de serviços e fornecimentos, a incidência do IVA é de 21% e no regime de empreitadas de obras a taxa é de 5%.»
No final deste relatório, os técnicos aconselham a que a autarquia proceda a uma "análise mais rigorosa", através da contratação de uma empresa credenciada para elaboração de um relatório final", um conselho que, ao que tem conhecimento público, não foi seguido pelo executivo camarário.
Nos próximos dias, o Terra Ruiva continuará a acompanhar este assunto, nomeadamente na nossa edição impressa, na qual contamos apresentar as reacções dos responsáveis da autarquia e a sua resposta a algumas questões relacionadas com o teor deste relatório e as razões porque este não foi divulgado oportunamente ao executivo municipal.

 Texto da jornalista Paula Bravo

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Quem me conhece e visita este blog sabe que nunca dei nada pelo processo Viga d’Ouro. Continuo a achar que no final disto tudo a Sra. Presidente sairá como “pobrezinha injustiçada” que apenas queria o bem dos seus munícipes. Já os que insistiram em “escrafunchar” na coisa serão acusados de oportunistas “mauzões”.

Aceito quem defende que se deve investigar e que, uma vez apuradas responsabilidades, havendo culpados eles sejam punidos. Aceito. Mas, quem é que não aceita isto?! Isto é uma coisa do mais puro senso comum!

Este anúncio da constituição de arguidos no caso veio deixar alguns verdadeiramente excitados, já a mim deixa-me mais deprimido… e explico-vos porquê: é impossível quantificar quanto já custou ao erário público toda esta investigação e processo judicial, mas esta notícia quer dizer que a coisa vai custar ainda muito mais. A somar aos juízes e assistentes judiciais que estarão envolvidos, temos o Ministério Público... todos pagos como o dinheiro dos nossos impostos. Por cá teremos a PLMJ a defender a senhora presidente, muito provavelmente paga com dinheiro do Orçamento Municipal (já de si curto como sabemos), ou seja… paga pelos nossos impostos. Será por isso uma "batalha" em que patrocinamos os "bons" e os "maus"... isto é quase como pagar para nos darem uma carga de "porrada" e depois pagar para nos curarem dos ferimentos.

Como todos os processos do género ninguém tenha dúvidas que este se arrastará muito além da saída de cena de Isabel Soares e, provavelmente, com o PSD no Governo e com a necessidade de mulheres, para cumprir as quotas impostas pela lei na Assembleia de República e no Governo, a coisa será “abafada” ou arquivada para que a curta memória popular se vanglorie de ter uma "algarvia" em tão importante cargo. Durante todo esse tempo… pagamos nós a banda que nos dará música.

Ainda a considerar a própria Viga d’Ouro (a empresa) e o seu proprietário. Quer tenha ou não tenha culpa no cartório estarão muito provavelmente aniquilados face a tudo isto. Palpita-me que no final muito ficará para pagar ao Estado o que, mais uma vez, quererá dizer que pagamos nós. É por estas, e por outras, que esta notícia me deixa deprimido.

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02.11.10

Louva-se a dedicação e o espírito de denúncia do Vereador Fernando Serpa. Em boa verdade tem sido graças à informação que nos transmite que vamos sabendo do que realmente se passa na autarquia, apesar de muitas vezes eu achar que ele confunde as suas competências enquanto político e vereador da oposição.

Digo isto porque no seu último post, o Dr. Serpa, muitíssimo bem,  dá-nos conta do “rombo” brutal que as finanças da autarquia estão a levar com os juros do chamado “processo Viga D’Ouro”. Em boa verdade esse é um assunto que ele dominará muito melhor que todos nós. É um assunto que, como eu já aqui tive oportunidade de escrever, deverá ser investigado pela polícia.

Já não me parece lúcido é o final do post, onde mete “no mesmo saco” a questão do IMI e o “Viga D’Ouro”… com indirectas à “ambição política” de terceiros. Começo justamente por ai. Compreendo perfeitamente que nos tempos que correm uma pessoa pedir justiça e fazê-lo de forma pública possa ser visto como uma desmesurada ambição política. Afinal o que convinha era que não aparecessem uns “out-siders” a agitar as águas para ver se isto continuava tudo como estava. Na parte que me toca o tiro passou ao lado, porque a minha única ambição é ajudar a que o PS por cá encontre um líder capaz de levar atrás de si todo o concelho. A ambição desse líder (que não faço ideia quem será) deverá, antes de mais nada, ser conquistar o respeito dentro do partido e conseguir ser visto como uma referência ética e moral por todos os militantes (o que desde já me exclui a mim e a muitos outros que até já por lá passaram).

Depois temos o “misturar alhos, com bugalhos”. Como já disse o caso “Viga D’Ouro” é um caso de gestão danosa que deve ser investigado e que deve resultar na responsabilização das pessoas implicadas nele. Não vejo como é que o PS Silves, a CDU, o Vereador Fernando Serpa ou qualquer um dos bloggers deste concelho possa ter tido oportunidade de travar os acontecimentos ou de, politicamente intervir neles. A única coisa que poderíamos de facto fazer era “chorar sobre o leite derramado” e denunciar todas as implicações que o caso tem e terá ainda. Nessa parte aceito a crítica de não estar tão atento como deveria.

Em relação ao IMI a coisa é totalmente diferente. Tratava-se de uma decisão política na qual os partidos da oposição seriam consultados e teriam papel activo. Tratava-se de um momento em que era importante dar um sinal às pessoas de que na CMS existe uma oposição séria e responsável que está atenta à grave situação das famílias e das empresas. Infelizmente o rumo que as coisas tomaram na questão IMI veio provar que se não fosse a intervenção pública de uma série de pessoas por esse concelho fora as coisas talvez tivessem acontecido de outra forma.

Tirando estas “fugazes” discordâncias (que a escrita por vezes amplia), volto a reconhecer o bom papel que tem tido o Dr. Serpa durante este mandato. Continue e não se incomode com o que se diz na net… o que vale é o que se diz lá fora.

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Volta, pela mão do Vereador Fernando Serpa, o caso “Viga D’Ouro” à ribalta. Já por várias vezes aqui escrevi que não vejo neste processo nada que “valha” o dinheiro que nós, contribuintes, iremos pagar por ele.

Existem 4 perspectivas:

A de Isabel Soares: onde tudo terá sido “perfeitamente normal” e “no interesse das populações”. Não me surpreenderá nada que tal argumentação lhe traga até o apoio das “massas”… é da nossa natureza “simpatizar” e apoiar quem sabe dar a volta ao “sistema” e “arrepiar” caminho. Sabemos que vai contra as regras mas como, regra geral, não compreendemos nem concordamos com elas… apoia-se.

A de Aleluia Chorondo: na qual tudo foi “congeminado” sem que pudesse meter o “bedelho”. Diziam-lhe como fazer para receber o “guito” e o homem assim fazia… não interessa o número de facturas. O que interessa é quanto perfazem essas facturas. Certamente a opinião pública não simpatizará com ele porque é empresário… arriscou, ganha dinheiro… e isso, na bitola do “tuga” (independentemente do mérito e valor que possa ter), é sinónimo de “algo ilegal”!

A da Oposição: na qual tudo isto “é uma vergonha”, é mais do que suficiente para fazer cair a presidente e algo que é preciso explorar no interesse do partido (que se lixem os contribuintes). Pelo que tenho lido nenhum dos “opinadores” da oposição faz sequer ideia do que é gerir uma Câmara Municipal… uma empresa… um quiosque, que seja. Ainda assim continuam exacerbando a “coisa” até aos limites do irresponsável e incompreensível.

A do Contribuinte Anónimo: na qual o simples facto de a sociedade de advogados PLMJ representar a senhora Presidente de Câmara garante a derrota esmagadora do Ministério Público no processo. É claro que é preciso explicar porque é que uma Câmara Municipal que tem advogados nos quadros e advogados avençados recorre à PLMJ para “dirimir” um caso no qual diz ter razão. A “razão” para isso talvez resida no facto de nunca o Ministério Público ter ganho à PLMJ nas redondezas… coisa que para mim já é um assumir de culpa. Fica por explicar quanto custa esta “excentricidade” aos contribuintes… os tais anónimos! Isso sim deveria ser “aflorado” pela oposição e colocado na praça pública. Infelizmente não temos comunicação social com “tomates” para tal caso e tal firma de advogados… Na minha opinião o melhor era esquecer o assunto.

Deixar que a “duvida” continuasse a pairar sobre Isabel Soares, deixar que o dito empresário seguisse o seu caminho e criasse emprego, deixar que o dinheiro dos contribuintes seja gasto em coisas mais úteis e deixar que a nossa justiça anedótica se pronunciasse sobre o assunto lá para 2025. É uma espécie de equação... noves fora, zero!

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