Penedo Grande

O mesmo punho que assinou os pagamentos a milhares de facturas à Viga d’Ouro, num processo que favoreceu uns quantos em prejuízo de muitos, recusa-se agora a assinar os pagamentos às colectividades e freguesias do concelho alegando “não poder ir contra a lei”. É no mínimo hilariante!

É curiosa esta tendência que a nossa classe política, superiormente representada pela senhora presidente da Câmara Municipal de Silves, revela para cumprir a lei sempre que os beneficiários pelo incumprimento possam ser os cidadãos e contribuintes. Lembro-me bem da senhora presidente alegar ser contra a lei construir uma rotunda no cruzamento Messines – Algoz, numa altura em que todos pediam que assim fosse, foi preciso uma trágica morte para que finalmente se mexesse. Apenas alguns anos antes tinha construído um pavilhão em cima da via pública contra a vontade da maioria dos Messinenses… apenas porque protelou e ficou em risco de perder uns fundos comunitários milagrosos.

Infelizmente este tipo de comportamento vem de cima. Os nossos Governos têm feito isto por sistema nas últimas décadas. Sacrificam-se milhares de professores ou polícias para poupar € 100 milhões quando se despejou € 4.000 Milhões num banco mafioso para salvar meia dúzia de bandidos. Esfola-se o trabalhador com impostos e sacrifícios para proteger a banca e “os mercados”…

Meus caros… a Democracia acabou. Chamem-lhe outra coisa. Este sistema viciado, corrupto e podre já não nos satisfaz. Quanto mais tempo durar, mais miseráveis ficaremos. Vivemos na era da comunicação, da globalização. Através do telemóvel posso pagar contas, falar com amigos do outro lado do mundo, ligar o ar condicionado, encomendar o jantar… é inconcebível votar num indivíduo que em 4 anos não faz nada do que me prometeu e continua a representar-me. O nosso sistema de representação deveria funcionar em tempo real, temos tecnologia para isso. Que se passe para a Webocracia… um sistema em que o povo toma as decisões, um sistema em que a maioria veja os seus interesses defendidos.